Gato

Panleucopenia felina: causas, sintomas, prevenção e tratamento

Publicado - 03 Novembro 2021 - 18h50

Atualizado - 09 Janeiro 2025 - 16h17

Foto da Fernanda Serafim - Médica Veterinária Cirurgiã e Clínica Geral

Fernanda Serafim / Médica Veterinária Cirurgiã e Clínica Geral

CRMV 18424-SP

Formada em Medicina Veterinária pela Universidade Paulista e pós-graduada em clínica médica de pequenos animais pelo Instituto Quallitas.

Foto da Maria Luísa Pimenta - Redatora

Maria Luísa Pimenta / Redatora

Jornalista formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Falar sobre cães e gatos é algo que sempre me encantou, já que desde pequena tenho um grande apego por bichinhos. Nunca tive a oportunidade de cuidar de um animal de estimação, mas ter um cachorrinho vira-lata como meu melhor amigo de quatro patas sempre foi meu sonho. Enquanto ainda não adoto meu pet (o que espero acontecer em breve), vivo visitando amigos que têm cães e gatos para brincar, fazer carinho e me divertir com eles.

Meu primeiro estágio em Jornalismo foi no Patas da Casa, em 2021. Fiquei muito feliz com a oportunidade de falar mais sobre o universo pet que tanto me encanta. Em 2024, voltei para esse lindo projeto como redatora. Desde então, continuo aprendendo mais a cada dia sobre esses pequenos animais que podem fazer toda a diferença na nossa vida.

- Filme com animal preferido: "Perdido pra Cachorro"
- Uma raça de cachorro: Vira-lata
- Uma raça de gato: Siamês
- A curiosidade favorita sobre cachorros: O olfato canino é 100 mil vezes mais apurado que o dos humanos e o cachorro consegue sentir quando o dono está doente.
- A curiosidade favorita sobre gatos: Gatos conseguem enxergar no escuro e possuem uma visão periférica muito mais ampla que a dos humanos.
- Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Saúde e comportamento pet
- Um aprendizado: A adoção de um cachorro ou gato pode trazer inúmeros benefícios para a saúde física e mental, sendo assim uma grande fonte de felicidade para qualquer pessoa.
- Nome de pet favorito: Zeca

panleucopenia felina é uma das doenças de gato mais perigosas que existem. Também conhecida como parvovirose em gatos, a doença é altamente contagiosa e pode levar o pet à morte caso não seja diagnosticada cedo. O parvovírus felino, que transmite a panleucopenia para o gato, é muito resistente e tem rápida evolução no corpo do animal. Ao ser contaminado, o sistema imunológico e diversos órgãos do felino são afetados, deixando-o extremamente debilitado. Para conhecer melhor a panleucopenia felina, sintomas, como tratar e como prevenir, confira a matéria que o Patas da Casa preparou a seguir.

A panleucopenia felina é causada por um vírus altamente resistente e contagioso

A panleucopenia felina é uma doença viral altamente contagiosa que afeta os bichanos. Ela é causada pelo parvovírus felino (FPV) - por isso, também é chamada de parvovirose felina. Assim, podemos dizer que parvovirose dá em gato, assim como em cachorro. Porém, são doenças diferentes. O parvovírus felino faz parte da família Parvoviridae, a mesma do vírus causador da parvovirose canina, mas são agentes diferentes. Portanto, quando a parvovirose pega em gato é diferente do cachorro, já que não se trata da mesma doença, apenas possuem transmissores que fazem parte da mesma família.

Além disso, é comum que as pessoas chamem a panleucopenia felina de “cinomose em gatos”. A cinomose é uma doença que atinge cachorros e possui sintomas bem parecidos com os da panleucopenia, mas se tratam de doenças distintas. A panleucopenia é considerada uma doença de contágio rápido e fácil. Isso porque o parvovírus felino é extremamente resistente e pode permanecer em um local por bastante tempo. A parvovirose felina normalmente tem ação endêmica, ou seja, se manifesta principalmente em colônias.

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A panleucopenia em gatos é causada pelo contato direto com o vírus no ambiente

A forma de contágio da panleucopenia felina acontece, normalmente, pelo contato de um gato saudável com as fezes, urina ou saliva de um animal contaminado. Esse contágio pode acontecer quando o bichano utiliza objetos compartilhados, como a caixa de areia, potinhos de comida e água e brinquedos . Por isso, é tão comum se espalhar rapidamente em locais frequentados por muitos gatos, como gatis, exposições de animais e parques. Como explicamos, o parvovírus felino é extremamente resistente. Então, se no local houver um gato com panleucopenia, o vírus vai ser exposto e, mesmo fora do corpo do animal, vai continuar vivo por muito tempo no ambiente, contaminando qualquer gatinho que entre em contato com ele.

A parvovirose em gatos filhotes não vacinados é mais grave do que em adultos

A panleucopenia é extremamente contagiosa e pode atingir gatinhos não vacinados de qualquer idade, do gato filhote aos mais velhos. Porém, a intensidade com que a doença se manifesta pode variar. Geralmente, a panleucopenia felina acomete os filhotes de gato não vacinados de até 12 meses de idade. Nesses casos, a parvovirose em gatos normalmente se apresenta em sua forma mais grave, com sintomas mais intensos e maior risco de óbito. Já quando a panleucopenia felina atinge gato adulto ou gato idoso, geralmente acontece de maneira mais branda, mas, mesmo assim, é necessário realizar um tratamento urgente.

Parvovirose: gatos ficam com o sistema imunológico extremamente debilitado

Após o contágio, o parvovírus felino passa, primeiramente, pelas mucosas e tecidos linfáticos. Então, vai se espalhando pela corrente sanguínea. O parvovírus felino possui uma característica chamada tropismo. Isso significa que eles são atraídos, principalmente, por células que conseguem se multiplicar rapidamente. Por isso, o causador da panleucopenia costuma se alojar em células do tecido linfático (linfócitos) e do intestino, pois se replicam rapidamente, facilitando que o próprio vírus se multiplique também com maior rapidez. Assim, todas as partes do corpo que são atacadas vão sofrendo as consequências da doença. Como o parvovírus felino ataca células de defesa do organismo, o animal vai ficando com seu sistema imunológico cada vez mais fragilizado. Já que o filhote de gato ainda não possui a imunidade bem desenvolvida, a panleucopenia felina é ainda mais grave para ele.

 

Gato com semblante abatido
Panleucopenia felina: sintomas mais comuns são febre alta, diarreia, vômito e desidratação

 

Panleucopenia felina: sintomas aparecem de repente e com bastante intensidade

 

O tempo de incubação do parvovírus felino - ou seja, o período entre o contágio e o início dos sintomas - não é muito longo. Assim, na panleucopenia felina, sintomas começam a se apresentar cerca de uma semana após o contato com o vírus. Depois desse período, os sinais começam a aparecer de uma vez, debilitando o animal com rapidez e muita intensidade. Os sintomas da panleucopenia felina são variados, pois o organismo inteiro fica debilitado. Os mais característicos são gato com diarreia e vômito, que podem ser muito intensos, levando a quadros de desidratação. Em um gato com panleucopenia felina, sintomas mais comuns são:

  • Diarreia (com ou sem sangue)
  • Vômito
  • Desidratação
  • Anorexia
  • Icterícia (relacionado a disfunções no fígado)
  • Febre alta
  • Falta de apetite
  • Sensibilidade na região abdominal
  • Mucosas pálidas
  • Apatia
  • Depressão

A parvovirose felina em grávidas pode causar sequelas graves aos filhotes

A panleucopenia felina pode trazer um perigo ainda maior para gatinhas grávidas. Quando uma gata prenha contrai a doença, há o risco de passar para os filhotinhos que estão dentro da barriga. O parvovírus felino atinge principalmente o cérebro dos fetos, causando hipoplasia cerebelar congênita. Essa condição faz com que o bebê, quando nasce, tenha problemas sérios de locomoção e tremores. Além disso, uma grávida com panleucopenia tem grandes riscos de ter filhotes natimortos. 

O diagnóstico da panleucopenia é feito com análise de exames e histórico do pet

Para diagnosticar a panleucopenia em gatos, o veterinário realizará alguns exames. Um leucograma é feito para analisar o número de leucócitos. Quando o animal está com parvovirose felina, as taxas são bem baixas, já que o vírus ataca justamente essas células. Um exame de sangue também é realizado para a contagem de glóbulos vermelhos. Além disso, o veterinário faz uma palpação na região abdominal, para avaliar a sensibilidade do local. Para o diagnóstico da panleucopenia, o histórico do animal também precisa ser avaliado pelo médico. Portanto, na consulta, conte a ele todos os locais que seu pet visitou, se teve contato com outros animais e se soube de algum gatinho na região que esteja com a doença. Caso o diagnóstico seja confirmado, avise aos tutores de pets que tenham entrado em contato com seu animal, pois seus bichanos também podem estar contaminados. 

 

Gato segurado no colo por veterinária
A panleucopenia tem cura, mas é preciso iniciar o tratamento o quanto antes

 

O tratamento da panleucopenia é feito com técnicas de suporte

 

A panleucopenia em gatos tem cura. Para que tenha bons resultados, é importante que o diagnóstico seja feito logo, para iniciar o tratamento o mais rápido possível. A panleucopenia avança rapidamente e, caso não receba logo o tratamento ideal, pode ser muito difícil de curar. O tratamento da panleucopenia felina é feito com uso de antibiótico, prescritos pelo veterinário com a quantidade ideal de acordo com cada caso. É importante lembrar que a automedicação nunca deve ser realizada, pois apenas o médico sabe o que vai curar seu pet de verdade. Além disso, tratamentos de suporte são realizados, como a fluidoterapia em gatos. Ela ajuda a repor os níveis de água e os eletrólitos perdidos na desidratação. Outros tratamentos mais específicos podem ser aplicados no combate a cada sintoma que apareça.

Para combater o parvovírus felino do ambiente, é essencial desinfectar o local contaminado

Se seu pet teve panleucopenia felina, além do tratamento é importante realizar uma limpeza pesada no ambiente. O parvovírus felino consegue permanecer vivo fora do organismo animal por bastante tempo. Então, mesmo que o gato não possa contrair a panleucopenia duas vezes, outros animais podem ser contaminados ao mínimo contato com o vírus no ambiente. Por isso, a desinfecção do local é essencial após o diagnóstico da doença para eliminar qualquer vírus presente. Não basta usar apenas um desinfetante comum, pois ele não é suficiente. Utilize uma solução de hipoclorito de sódio e hidróxido de sódio. Passe em todo o ambiente, mas retire os animais do local antes da aplicação, para evitar deixar o gato intoxicado.

A vacina contra panleucopenia felina é a principal forma de prevenção da doença

A parvovirose felina pode ser prevenida de uma maneira bem simples: vacinas para gatos. A vacina contra a panleucopenia felina faz parte da chamada vacina quádrupla. Ela pode ser administrada a partir dos dois meses de idade. Após três ou quatro semanas da primeira dose, é aplicada a segunda. Depois da segunda aplicação, ainda é preciso esperar por cerca de duas semanas, o tempo necessário para fazer efeito. Então, seu filhote estará protegido da parvovirose. Gatos precisam tomar um reforço anual para garantir a proteção o tempo inteiro. Como a panleucopenia felina é altamente contagiosa, é fundamental aplicar a vacina nos bichanos sem atrasar. Seguir a tabela de vacinas para gatos à risca é a melhor maneira de proteger o seu felino das mais perigosas doenças. 

Redação: Maria Luísa Pimenta

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