A decisão de ter uma raça de cachorro que sempre sonhou é um passo importante e emocionante na vida de qualquer pessoa, especialmente se nunca viveu a experiência mágica de conviver com um pet. No entanto, especialistas recomendam que os tutores de primeira viagem tenham bastante cautela na hora de decidir qual raça levar para casa.
Apesar de cada cãozinho ter suas próprias características e particularidades, algumas raças de cachorro podem ser um pouco desafiadoras para quem ainda não está acostumado com o universo canino. Grande parte disso se deve ao temperamento mais forte da raça ou a necessidade de cuidados especiais que podem exigir um nível de experiência que novos tutores ainda não possuem. Para te ajudar nessa decisão, listamos as 7 raças de cachorro que não são muito recomendadas para quem nunca teve um cão na vida, segundo especialistas em comportamento animal.
1) Dachshund

O Dachshund, conhecido por aí como cachorro salsicha, é uma verdadeira fofura. Esse peludo de pernas curtas, coluna alongada e corpo rebaixado consegue encantar qualquer um por onde passa. Além disso, o Dachshund costuma ser um cãozinho bem leal ao tutor e simpático com outras pessoas.
No entanto, mesmo com todas essas características adoráveis, especialistas não recomendam que tutores de primeira viagem tenham um salsicha. Além da propensão a desenvolver problemas na coluna devido ao formato do corpo, como a hérnia de disco em cães, não é todo mundo que consegue treiná-los. Cães dessa raça possuem temperamento forte, são resistentes à comandos e independentes, o que pode dificultar um pouco o treinamento. Tutores de primeira viagem talvez não tenham jogo de cintura para lidar com a raça cheia de personalidade.
2) Dogue Alemão

Se você sempre quis um cachorro gigante para chamar de seu, com certeza já pensou na possibilidade de ter um Dogue Alemão. Considerado o maior cachorro do mundo, é impossível não se impressionar com o tamanho da raça. Eles podem chegar a medir 90 centímetros e pesar incríveis 90 quilos.
No entanto, raças de cachorro gigantes, como é o caso do Dogue Alemão e o Cane Corso, podem dar um trabalhão que você nem imagina. Além da enorme quantidade de comida que esses peludos precisam ingerir (um Dogue Alemão pode consumir quase 1 quilo ração diariamente), os cuidados com esses peludos também exigem uma atenção especial. Afinal, com todo esse tamanho, eles precisam de um grande espaço para gastar energia e se manterem confortáveis.
Aliado a essas questões, também existe um outro ‘problema’ na raça: um Dogue Alemão vive por cerca de de 7 anos, muito abaixo do que outras raças de cachorro. A expectativa de vida reduzida pode ser um desafio para tutores de primeira viagem. É por isso que especialistas não recomendam que pessoas que nunca tiveram um cão se aventurem em ter um Dogue Alemão de primeira.
3) Border Collie

O Border Collie é considerado o cachorro mais inteligente do mundo, então é muito comum encontrar pessoas desejando esse peludo. Além de espertos, eles também são obedientes, extremamente leais aos tutores e cheios de energia. Mas então por que ele não é recomendado para tutores de primeira viagem?
Acontece que o excesso de energia aliado às necessidades constantes de estímulos físicos e mentais tornam o Border Collie uma das raças de cachorro que não são indicadas para tutores de primeira viagem. Afinal, como eles apresentam uma capacidade intelectual super desenvolvida, eles precisam ser estimulados mais do que outras raças de cachorro para se manterem entretidos e satisfeitos. Quando essa necessidade não é atendida, o peludo pode apresentar comportamentos compulsivos e indesejados, o que pode ser um grande problema para tutores que não tem experiência na criação de cães que precisam dessa atenção extra.
4) Husky Siberiano

Muita gente é completamente apaixonada pelo Husky Siberiano, especialmente devido à aparência física. Afinal, ele é um cachorro que parece lobo, então apresenta características que são completamente diferentes de outras raças de cachorro. No entanto, especialistas recomendam que tutores de primeira viagem não optem por ter um Husky Siberiano.
De acordo com eles, esse cão exige muito mais exercícios físicos do que outras raças de cachorro. Isso porque essa raça foi muito utilizada para trabalhos que exigem força e disposição, já que eram usados para puxar trenós na neve. Por esse motivo, o tutor de um Husky Siberiano precisa estar preparado para liberar um bom tempo do dia para gastar a energia do peludo. Para complicar um pouco mais, o Husky Siberiano é considerado um cachorro teimoso e independente, então pode ser um pouco mais difícil estabelecer limites na criação do animal.
5) Pug

Considerada uma das raças de cachorro mais populares que existem, não há quem resista às fofuras e ao jeito carinhoso do Pug. Eles são afetuosos, brincalhões e ainda apresentam o focinho achatado e o corpo compacto, o que os deixa com a aparência ainda mais fofa. No entanto, o grande problema que os especialistas alertam em relação ao Pug é que ele é um cachorro braquicefálico, ou seja, apresenta dificuldade respiratória. Por isso, em dias mais quentes e após exercícios, eles podem sofrer um pouco mais do que outras raças de cachorro. Tutores que não estão acostumados a lidar com esse problema, podem sofrer com os problemas de saúde comuns na raça.
6) Cavalier King Charles Spaniel

O Cavalier King Charles Spaniel é uma das raças de cachorro mais queridinhas e adoradas pelos amantes de pets. E o que não falta são motivos para isso: são cãezinhos amorosos, gentis, simpáticos e leais ao tutor. Ou seja, ele faz parte das raças de cachorro que são ideais para quem busca um companheiro carinhoso para o dia a dia. Porém, especialistas alertam sobre uma questão da raça que pode ser problemática para quem nunca lidou com os cães: os problemas de saúde.
Acontece que o Cavalier King Charles Spaniel tem uma forte tendência genética a desenvolver doenças cardíacas, o que pode ser uma questão complicada para tutores de primeira viagem. Mas você deve estar se perguntando, se todas as raças apresentam tendência a desenvolver doenças genéticas, o que torna o Cavalier King Charles Spaniel ‘especial’?
De acordo com um estudo publicado no Plos Genetics, realizado por pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, os Cavalier King Charles Spaniel são os mais prejudicados dentre todas as outras raças de cachorro. Isso porque esses peludos carregam mais mutações genéticas ligadas a doenças cardíacas. Os especialistas acreditam que o Cavalier King Charles Spaniel possui 20 vezes mais chances de desenvolver a degeneração mixomatosa da valva mitral do que outras raças.
Além disso, esse peludo também tem uma tendência maior a desenvolver problemas cerebrais devido ao tamanho reduzido do crânio e doenças auditivas e visuais (por conta dos olhos esbugalhados). Ou seja, essa é uma das raças de cachorro mais propícias a ficarem doentes.
7) Bull Terrier

O Bull Terrier é um cão forte, musculoso e que naturalmente possui uma aparência imponente. Ele pode se apresentar protetor, territorialista, obediente e extremamente leal ao tutor. No entanto, o Bull Terrier é dono de um temperamento forte, então precisa de tutores que saibam controlar e impor limites à raça. Talvez para pessoas que nunca lidaram com cães isso possa ser um problema, especialmente porque eles tendem a ser mais permissivos aos peludos.
Além desse temperamento nada fácil de lidar, o Bull Terrier também pode desenvolver ao longo da vida uma doença de caráter hereditário que atinge apenas cães dessa raça: a acrodermatite letal. Ela é uma doença grave que causa lesões nas patas e no focinho do cachorro, além de diarreia e broncopneumonia. Ela também pode afetar o crescimento do animal e levar à morte.