A hipoglicemia em cachorro é uma condição provocada pelo baixo nível de açúcar na corrente sanguínea. Chamado de glicose, esse açúcar é a principal fonte de energia para o corpo do cachorro e um dos principais nutrientes da célula animal. Os quadros de hipoglicemia em cães podem ser provocados por diversos fatores, mas é mais comum em filhotes de cachorro. Para entender um pouco mais sobre a hipoglicemia, causas, sintomas e tratamento, o Patas da Casa conversou com a médica veterinária Amanda Lopes. Confira!
Hipoglicemia em cães: o que é essa condição?
De acordo com a veterinária Amanda, a hipoglicemia em cachorro é a descida repentina da concentração de glicose no sangue, chegando abaixo dos níveis normais. Nos cães, o valor normal de açúcar no sangue deve estar entre 70 e 120 mg/dl. Se o valor ultrapassar 120, o cão entra em um quadro de hiperglicemia, caracterizado pelo nível de açúcar elevado no sangue; se o valor for menor do que 70, isso significa que o cachorro está hipoglicêmico e que a glicose dele está perigosamente baixa. A hipoglicemia em cães pode ser classificada em três tipos: leve, moderada e grave.
Sintomas da hipoglicemia em cachorros
O cachorro com hipoglicemia pode apresentar diferentes sintomas, de acordo com a gravidade do quadro. Abaixo, veja quais são os principais sinais de hipoglicemia em cães indicados pela dra. Amanda:
- Hipoglicemia leve: a hipoglicemia leve pode ser identificada por fraqueza ou cansaço anormal, cachorro com muita fome, e por vezes presença de calafrios ou tremores.
- Hipoglicemia moderada: na hipoglicemia moderada podemos observar pouca coordenação no cachorro, ele pode caminhar em círculos, cambalear ou mostrar certa desorientação. Podemos observar também problemas na visão e inquietude, como latidos de cachorros excessivos.
- Hipoglicemia grave: no pior estado da hipoglicemia, pode-se observar convulsões, perda da consciência, estado de estupor e coma. É comum chegar à morte neste estado.
O que pode causar hipoglicemia em cachorro?
Quando pensamos em hipoglicemia, cães e o que pode provocar essa condição, a lista de possíveis causas é grande. De acordo com Amanda, existem diferentes causas, desde fatores externos até questões genéticas. Algumas raças de cachorro, por exemplo, são mais propensas a sofrer deste problema devido ao tamanho. É o que explica a profissional: “A chamada hipoglicemia juvenil transitória encontra-se em maior frequência nas mini raças, como Yorkshire, Chihuahua e Poodle Toy. No geral, ocorre entre as 5 e 15 semanas de vida. Não acontece em todos os casos, mas é bastante frequente e requer atenção médica veterinária imediata”.
Para evitar a hipoglicemia, cães filhotes precisam ter ração para cachorro sempre à sua disposição, pelo menos até completarem um ano de vida. Este tipo de hipoglicemia é desencadeada facilmente nos filhotinhos porque eles gastam muito mais energia do que cachorro adulto. Dessa forma, eles precisam de quantidades maiores de calorias para atender as necessidades do seu desenvolvimento.
![Cãozinho da raça Chihuahua comendo](/sites/default/files/inline-images/hipoglicemia%20em%20c%C3%A3es.jpg)
Outras causas para a hipoglicemia em cachorro
Quando pensamos no que pode causar a hipoglicemia em cachorro, existem outros motivos associados à queda de açúcar no sangue do animal. Por exemplo, a diabetes em cachorro é uma condição que pode levar a um quadro hipoglicêmico, devido a aplicação irregular de insulina. “Em animais que são tratados com insulina (diabéticos), algumas vezes acontecem casos de hipoglicemia, pois é frequente a sobredose de insulina por um cálculo mal feito ou porque se aplica uma dupla injeção”, esclarece a especialista.
Além disso, outras causas associadas a hipoglicemia em cachorro são:
- Tumores nas células do pâncreas;
- Jejum prolongado;
- Má alimentação;
- Cachorro estressado;
- Glicogenólise
- Insuficiência hepática
O que fazer quando o cachorro está com hipoglicemia?
No primeiro momento, o correto é oferecer um pouco de ração para cachorro para tentar reverter o caso, e depois levar o animal até uma clínica para receber orientações de um profissional. Segundo Amanda, também há um remédio caseiro que pode ser usado em caso de emergência: “Existe um tratamento com mel ou xarope de glicose que o tutor pode recorrer se o cachorro não quiser comer. Para cachorros pequenos ou miniatura, o tutor deve dar uma colher de chá; já para os cães grandes, basta uma colher de sopa deste remédio natural para regular os níveis de glicose. É um tratamento muito rápido, que funciona como um choque de energia. Se não quiser engolir o mel, pode esfregar ele nas gengivas do animal para que ele absorva a glicose.”
A veterinária ainda alerta que esse remédio natural não deve ser oferecido em nenhuma hipótese para o cachorro diabético. Nesse caso, o paciente deve ser levado o mais rápido possível para receber atendimento. Outra dica é aquecer os cachorros com cobertores e bolsas de água quente para retardar o choque provocado pelo baixo nível de glicose no sangue. O tutor deve manter a calma para saber o que fazer no caso de uma hipoglicemia nos cães e sempre consultar um especialista.
Como deve ser a alimentação de um cachorro hipoglicêmico?
Como essa condição requer uma atenção especial nas dietas, é hora de descobrir como os cachorros com tendência à hipoglicemia devem se alimentar. Saiba como deve ser a alimentação animal desses pets, segundo a veterinária Amanda:
- Cachorros pequenos: Cães com propensão à hipoglicemia devem se alimentar de 2 a 3 vezes por dia para manter o equilíbrio da taxa de açúcar no sangue.
- Cachorros diabéticos: devem ter refeições específicas e uma rotina de exercícios. O veterinário é o encarregado de realizar exames para saber a dosagem certa.
- Cães obesos: para os cães acima do peso ou obesos, recomenda-se alimentos em fibras e pouco carboidrato, com uma dieta que deve ser recomendada por um veterinário.
O que fazer para subir a glicose do cachorro?
Antes de tomar qualquer decisão por conta própria, é fundamental que o tutor leve o animal para ser consultado. De acordo com a veterinária, os cuidados com cachorro glicêmico envolvem uma rotina saudável, com alimentação adequada e regular, além de exercícios físicos. A dieta de um cachorro obeso, por exemplo, deve ser light, pois a digestão será mais lenta, o que ajuda a equilibrar a taxa de açúcar no sangue. Já para os cães diabéticos, é necessário repor insulina, programar as refeições e realizar exercícios.
Ela ainda lembra a importância das consultas regulares para o acompanhamento do desenvolvimento da doença e suas medições, principalmente em filhotes. “Por fim, para a prevenção da doença, é sugerido alimentar quatro vezes ao dia; diminuindo para três, a partir dos quatro meses e aos oito meses, para duas vezes ao dia”, finaliza Amanda.