Cachorro

Diabetes em cachorro: como é feito o tratamento e quais as mudanças necessárias na rotina do pet?

Publicado - 26 Abril 2021 - 13h45

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

Foto da Ludmilla Vieira - Médica Veterinária Integrativa

Ludmilla Vieira / Médica Veterinária Integrativa

CRMV 14.948-MG

Formada em medicina veterinária pela FEAD-MG (atual Faculdade Arnaldo) em 2014. Pós-graduada em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais pelo Instituto Qualittas. Pós-graduada em Endocrinologia Veterinária pela Universidade Unyleya/RJ. Pós-graduada em Dermatologia de cães e gatos pela Universidade Unyleya/RJ. Pós-graduada em Endocrinologia e Metabologia de cães e gatos pelo Instituto Qualittas.

Foto da Juliana Melo - Repórter

Juliana Melo / Repórter

Jornalista formada pela Facha (Faculdades Integradas Hélio Alonso). Sempre amei o universo pet e meu sonho sempre foi ter um cachorro ou gato, mas essa ainda é uma realidade um pouco distante pra mim. Me sinto um pouco Felícia perto dos bichinhos, e acho fantástico poder entender um pouco melhor o comportamento deles e ajudar tantos tutores por aí!

A oportunidade de entrar na equipe do Patas da Casa foi incrível, porque apesar de não ter um pet, sempre tive muita vontade de conhecer e compreender melhor esse universo. Hoje me sinto praticamente uma ‘expert’ em comportamento de cães e gatos e uma das maiores incentivadoras da adoção animal.

• Filme com animal preferido: “Sempre ao Seu Lado”
• Uma raça de cachorro: Dachshund
• Uma raça de gato: Maine Coon
• A curiosidade favorita sobre cachorros: A maneira como um cão se comporta depende principalmente da criação que ele recebe
• A curiosidade favorita sobre gatos: Os gatos enxergam os humanos como seus semelhantes (basicamente como se fôssemos gatos gigantes)
• Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Comportamento animal
• Um aprendizado: Adotar um cachorro ou gato é uma das decisões mais bonitas que alguém pode tomar, mas que precisa ser feita com muita responsabilidade
• Nome de pet favorito: Bilbo

A diabetes canina é um problema sério e delicado que afeta significativamente a qualidade de vida dos cães e que, se não for tratada adequadamente, pode até ser fatal. Por isso, quanto antes o tratamento for iniciado, maiores são as chances do cachorro conseguir viver com a doença sem ser tão prejudicado. Mesmo que a enfermidade seja bastante conhecida no universo humano, a diabetes em cachorro ainda desperta muitas dúvidas, principalmente no que se refere ao tratamento e às mudanças na rotina do pet. Para esclarecer todas essas questões, conversamos com a médica veterinária Ludmilla Vieira, que é especializada em endocrinologia animal. 

Diabetes em cachorro: como funciona o tratamento da doença?

Quando o diagnóstico aponta que o cachorro tem diabetes, a primeira atitude da maioria dos tutores é entender como ajudar o cãozinho nesse momento. Alguns até recorrem à internet e logo digitam “diabetes cachorro tratamento” nos sites de buscas, mas será que essa é a melhor forma de lidar com o problema? A resposta é não. Mesmo que a intenção seja boa, é fundamental conversar com o médico veterinário para ter todas as orientações necessárias.

“O tratamento preconizado para a diabetes tanto em cães quanto em gatos é sempre por meio insulinoterapia, que pode ser de uso humano (os animais respondem muito bem e existem estudos científicos que comprovam sua eficácia nesses animais) e insulinas veterinárias. O cachorro diabético deve receber o medicamento inicialmente a cada 12 horas sempre após a alimentação e obrigatoriamente sob prescrição médica”, explica a especialista.

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Não existem contraindicações para o uso de insulina em cães diabéticos, de forma que o tratamento é recomendado em todos os casos. No entanto, é importante ficar atento às orientações do veterinário. “Existem várias insulinas no mercado. A escolha da insulina é individual e vai variar de caso pra caso e de acordo com a espécie do animal”, esclarece.

Diabetes em cachorro: tratamento “caseiro” com nutracêuticos controla os níveis glicêmicos

Diferente do que acontece na medicina humana, não existem medicamentos capazes de ajudar um cachorro diabético. O que pode acontecer, segundo Ludmilla, é a recomendação de nutracêuticos para auxiliar no tratamento da doença: “Os nutracêuticos são compostos bioativos presentes nos alimentos que possuem benefícios para o organismo. Nos casos da diabetes canina, os nutracêuticos auxiliam no controle dos níveis glicêmicos. Alguns exemplos que podem ser utilizados nesses casos são: alecrim, farinha de banana verde, canela em pó, gengibre, entre outros”. Ainda assim, é muito importante conversar com um profissional de confiança para entender melhor como isso funciona e como introduzir esses alimentos na dieta do seu pet.

cachorro com diabetes comendo ração
O cachorro diabético precisa seguir uma dieta bastante específica

O cachorro diabético precisa de algumas mudanças na alimentação

 

Os cuidados com a alimentação do cachorro são essenciais para garantir o sucesso do tratamento da diabetes, e por isso algumas mudanças são necessárias. “O paciente diabético deve receber uma dieta específica composta por teores reduzidos de carboidratos complexos (baixo índice glicêmico) e quantidade de fibra moderada. A soma de uma dieta pobre em carboidratos com teor moderado de fibra evitam a elevação brusca da glicemia”, explica a endocrinologista.

A nutrição do pet pode ser feita de duas formas distintas: com a alimentação natural ou com alimentos já prontos, como ração e patê produzidos especialmente para o cachorro diabético. Já a alimentação natural  deve ser prescrita por um médico veterinário com especialidade em nutrição canina - tudo isso em conjunto com o endocrinologista que acompanha o cãozinho.

Diabetes: cachorro pode praticar atividades físicas?

“O cachorro diabético pode e deve praticar atividades físicas. Como os receptores para a insulina ficam na musculatura, quando esta musculatura está ativa a insulina tem sua ação otimizada”, revela a médica. Por isso, o indicado é que essa ativação na musculatura ocorra por meio de atividades físicas antes do cachorro comer e também antes da aplicação de insulina. Segundo Ludmilla, uma simples caminhada rítmica, de aproximadamente 15-20 minutos, já é capaz de ajudar bastante o cãozinho diagnosticado com a condição.

Cachorro diabético: é fundamental estabelecer uma rotina para o tratamento dar certo

Embora a diabetes em cachorro não tenha cura, é possível tratar e controlar a doença com os cuidados adequados. Isso ajuda a promover maior qualidade de vida para o cãozinho. “O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao estabelecimento de uma rotina. Isto é, uma rotina de alimentação adequada e aplicação de insulina nos horários corretos, rotina de atividade física e rotina de controles periódicos realizados pelo médico veterinário. Seguindo à risca todas as orientações do médico veterinário a chance de sucesso do tratamento é enorme”, conclui Ludmilla.

Redação: Juliana Melo

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