Gato

Gato com diabetes precisa de alimentação diferenciada? Veterinário responde!

Publicado - 07 Dezembro 2023 - 15h18

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

Lucas Oliveira / Médico Veterinário

CRMV-SP: 63361

Médico Veterinário formado pela Universidade de São Paulo (USP). Durante a graduação se envolveu em projetos voltados a Nutrição de Cães e Gatos, dentre eles o Programa Jovens Veterinários de Nestlé Purina. Atualmente atua na indústria de pet food como Representante de Informação Veterinária em Nestlé Purina. 

Foto da Laura Furtado - Redatora

Laura Furtado / Redatora

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. Desde pequena, sempre tive um amor e carinho especial por todos os animais. Quando completei 6 anos, meus pais me presentearam com um cãozinho da raça Bichon Frisé que chamamos de Billy. Foi o dia mais feliz da minha vida, fiquei horas chorando sem acreditar que ele era meu. Billy viveu 14 anos com a gente, mas virou uma estrelinha em 2019 depois de uma história linda ao nosso lado.

Em 2019, ganhei da minha sogra uma Dachshund, o famoso salsichinha, e desde então minha vida voltou a fazer sentido. Pode parecer clichê, mas nada explica o sentimento de amor e carinho que ter um pet proporciona. Nós decidimos chamar ela de Teteia, e não poderia existir nome melhor pra descrever ela. Teteia significa moça atraente, e a minha Teteia salsicha é realmente a coisa mais linda do mundo, além de ser extremamente carinhosa, companheira e engraçada.

Em 2023, participei de uma entrevista e entrei para o time do Patas da Casa. Fiquei muito feliz, porque sempre tive afinidade e carinho pelos animais, e não há nada melhor do que escrever sobre coisas que a gente ama, né. Me identifiquei de cara com os valores do Patas e sempre considerei o projeto de suma importância para tutores que, assim como eu, buscam se informar para garantir o melhor para os pets. Desde então, cada dia tem sido um aprendizado, e sou muito feliz por fazer parte de um projeto tão especial quanto o Patas.

• Filme com animal preferido: “Marley e Eu”
• Uma raça de cachorro: Vira-lata
• Uma raça de gato: Siamês
• A curiosidade favorita sobre cachorros: Os cães de suporte emocional podem agir como 'terapeutas', ajudando pacientes com ansiedade, depressão, autismo e estresse pós-traumático
• A curiosidade favorita sobre gatos: Os gatinhos tem efeitos positivos na sáude mental e física dos humanos
• Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Comportamento animal
• Um aprendizado: Adotar cachorro ou gato pode mudar a vida das pessoas e dos animais para melhores, trazendo muito amor e felicidade
• Nome de pet favorito: Larica

A diabetes em gatos é uma condição grave de saúde que desperta muitas dúvidas entre os pais de pet. Uma delas é quanto tempo vive um gato com diabetes. Embora a doença não tenha cura, com acompanhamento médico e tratamento adequado, o felino consegue viver por muitos anos uma vida normal, saudável e tranquila. Como o gato com diabetes possui dificuldade em regular os níveis de glicose no sangue, um dos maiores cuidados que se deve ter é com a alimentação do felino. 

Para entender como alimentar um gato diabético, o Patas da Casa conversou com o médico veterinário Lucas Oliveira, formado pela Universidade de São Paulo (USP). Veja o que ele nos contou!

Como alimentar um gato diabético?

A alimentação do gato diabético é um dos fatores mais importantes para o tratamento da doença. “Assim como nós humanos, os gatos diabéticos possuem dificuldade em regular os níveis de glicose no sangue. Por isso, a alimentação faz parte do tratamento da diabetes, e é essencial ajustar a composição do alimento e os horários em que esse alimento será oferecido, para que os níveis de glicose se mantenham dentro da normalidade, evitando que a glicemia do paciente fique muito abaixo ou muito acima do ideal. Ou seja, um plano alimentar bem estruturado é fundamental para fazer com que o bichano se mantenha dentro do peso ideal e com a glicemia controlada”, explica Lucas. 

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Ração para gato com diabetes: quais são os nutrientes mais importantes?

Se a alimentação felina é tão importante para o tratamento, o que fazer quando o gato tem diabetes? Quais são as alterações necessárias na dieta do felino? A primeira mudança que deve acontecer é a troca da ração do felino para uma ração para gato com diabetes, para que o animal tenha todos os nutrientes de que precisa.  

Segundo Lucas, as fibras são essenciais para manter os níveis de glicose sanguínea estáveis: “O principal nutriente são as fibras. Por serem digeridas mais lentamente, ficando mais tempo no estômago e no intestino do gato, essa fibra fará com que a glicose seja liberada aos poucos. Com isso, a glicemia não sofrerá variações bruscas. Exemplos de ingredientes ricos em fibra e que são usados na formulação de alimentos para animais diabéticos são: cevada, sorgo e ervilha.”

Além das fibras, Lucas ainda relembra a importância da proteína na alimentação dos gatos, especialmente os diabéticos: “As proteínas são nutrientes chave no sucesso do tratamento da diabetes em gatos. Por serem carnívoros estritos, a proteína é fundamental para todos os gatos, porém, no caso dos gatos diabéticos, ela tem o papel adicional de retardar o processo de digestão e evitar a perda de massa magra (músculos), que pode acontecer como consequência da doença. Por isso, dietas para gatos diabéticos possuem níveis mais altos de proteína.”

O gato com diabetes precisa de suplementação alimentar?

Uma ração de gato de boa qualidade, que contenha todos os nutrientes necessários para a saúde do felino, muitas vezes é suficiente.  Por isso, antes de oferecer uma vitamina para gato ou um alimento complementar, é fundamental consultar um médico veterinário nutrólogo, especialmente no caso de gatos com diabetes. 

Segundo Lucas, animais que são acompanhados por nutrólogos e que consomem alimento comercial dificilmente precisarão de suplementos adicionais. “Os alimentos coadjuvantes disponíveis comercialmente para auxiliar no tratamento da diabetes e as dietas caseiras formuladas por um especialista terão todos os nutrientes que o paciente necessita. Situações pontuais devem ser tratadas como exceção, e, nesses casos, o médico veterinário que acompanha o animal poderá determinar se algum tipo de suplemento será necessário ou não.”

Gato olhando a ração úmida que o tutor está oferecendo
Os sachês são ótimos para a alimentação do gato com diabetes porque é rico em água e nutrientes e contêm baixo teor de gordura e carboidrato

Petiscos e sachês para gatos diabéticos estão liberados?

Como o gato com diabetes precisa de muitos cuidados para não desregular os níveis de glicose no sangue, os tutores podem ficar com algumas dúvidas em relação à alimentação animal. Afinal, será que pode recompensar o bichano com petiscos para gatos? E os adorados sachês para gatos, trazem algum malefício para a saúde do pet? 

Segundo o veterinário Lucas Oliveira, os sachês para gatos são ótimas opções de alimento para os bichanos com diabetes. Além de serem compostos por 80% de água — nutriente fundamental para o metabolismo de gatos diabéticos —, eles são excelentes fontes de proteína e ainda contêm baixa gordura e baixo carboidrato. 

“Os sachês são excelentes opções de alimento e devem ser fornecidos aos gatos diabéticos, na quantidade correta. Atualmente, existem no mercado sachês que são 100% completos e balanceados. Isso quer dizer que esses sachês podem ser utilizados como única fonte de alimentação, dispensando o uso do alimento seco (ração)”, enfatiza o profissional. Ainda assim, o acompanhamento junto a um veterinário nutrólogo é indispensável para determinar a dieta do animal de forma personalizada e fazendo todos os ajustes necessários.

Já os petiscos para gatos exigem um pouco mais de cuidado na hora de serem oferecidos para o felino. “Os petiscos fazem parte da rotina do pet e do tutor, e após o animalzinho ser diagnosticado com diabetes, eles podem continuar sendo oferecidos, desde que tenham a composição correta e sejam fornecidos da forma adequada”, orienta Lucas. 

Segundo o veterinário, os petiscos recomendados para esse caso devem possuir baixo teor de carboidratos simples, baixa caloria, alta fibra e alta proteína. Além disso, o petisco precisa ser oferecido nos horários corretos e na quantidade estabelecida pelo médico veterinário que acompanha o caso. “Caso esse petisco seja oferecido de forma descontrolada, fora dos horários e na quantidade errada, a glicemia poderá sofrer grandes oscilações, que prejudicam o controle do diabetes e podem trazer complicações a longo prazo”, alerta.

O cuidado deve ser o mesmo com os petiscos naturais. “Atum ou frango desfiado, por exemplo, podem ser utilizados, por serem pobres em carboidrato e ricos em proteína. Porém, será o médico veterinário nutrólogo o responsável por organizar o plano alimentar, de modo que a relação entre o pet e seu tutor se mantenha da melhor forma possível e sem que o tratamento seja comprometido.”

Como diagnosticar diabetes felina?

Existem dois tipos de diabetes que afetam a saúde do gato. A primeira é chamada de diabetes tipo um e está associada a uma disfunção celular que impede a produção de insulina pelo pâncreas do animal. Já a segunda, conhecida como Diabetes Mellitus em gatos, é caracterizada por uma resistência do corpo do animal à insulina produzida.  A diabetes tipo dois é bem mais comum entre os felinos,  e a causa pode estar relacionada a um gato obeso, ao sedentarismo ou a alimentação inadequada. 

E como identificar um gato com diabetes? Sintomas são fáceis de serem notados pelo tutor? Reservados, os bichanos são ótimos em esconderem o que estão sentindo, especialmente quando estão doentes. Portanto, o tutor precisa estar atento ao comportamento felino para identificar a diabetes em gatos. Sintomas como um gato emagrecendo repentinamente, aumento do volume de xixi, fome excessiva e sede excessiva geralmente indicam um gatinho diabético. 

Como fazer o teste de glicemia aos gatos?

Se você notar indícios de um gato com diabetes, é hora de levar o pet imediatamente a uma consulta com o médico veterinário. O profissional vai realizar exames no animal para obter um diagnóstico confiável, que normalmente consistem em teste de glicemia, exame de urina em gatos e exame de sangue. Mas como fazer o teste de glicemia em gatos? O medidor de glicose sanguínea para animais é um pequeno aparelhinho que serve para medir o nível de glicose (açúcar) no sangue. O exame dura poucos minutos e o profissional costuma coletar o sangue da orelha do gato.
 

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