A coleira enforcador - também conhecida como coleira de elos - é um dos modelos mais populares quando o assunto é adestramento de cães. O acessório é indicado para passear com cachorros de todos os portes e tamanhos, especialmente os animais maiores e mais fortes, como Pitbull, Rottweiler e Pastor Alemão. A principal função da coleira enforcador é evitar os puxões durante os passeios e ensinar o animal a andar ao lado do tutor. No entanto, o uso da coleira enforcadora divide opiniões e ainda gera bastante polêmica entre os tutores e adestradores, já que o acessório tem a fama de causar bastante incômodo aos animais. Enquanto algumas pessoas defendem o método de treinamento, outras acreditam que o uso é ultrapassado e não deve ser mais incentivado.
Mas, afinal, como funciona a coleira enforcador?
Antes de entender como a coleira enforcador funciona, é importante saber que existem diferentes tipos desse modelo. “As menos agressivas são a coleira com enforcador de fita e a de corda, que permitem afrouxar o material em volta do pescoço com mais rapidez. Entre as mais antigas, existe a coleira de elos, que ao ser puxada faz um barulho que avisa o animal sobre o movimento que virá a seguir. Desta forma, o acessório já prepara o cão e faz com que ele associe que o barulho aos movimentos indesejados”, explica Renata Bloomfield, veterinária e comportamentalista animal.
Independente do modelo escolhido pelo tutor, o objetivo principal da coleira enforcador é o mesmo: controlar o comportamento do animal, conforme explica o adestrador Bruno Correa. “A principal função do colar de elos é mostrar o que é certo e errado para o cão. Como forma de correção, o tutor, ao puxar a guia e fechar o colar de elos, gera um desconforto, mostrando ao animal que aquele comportamento é indesejado. Por outro lado, quando o colar está relaxado, mostra-se que aquele comportamento é aceitável.”

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Coleira enforcador: entenda as vantagens e desvantagens do acessório
Muito se fala sobre a coleira com enforcador, mas pouco se sabe sobre as consequências que o uso desse acessório pode trazer para o animal. De acordo com adestrador Bruno, esse tipo de coleira pode contribuir bastante para o processo de adestramento do animal, mas não pode ser utilizado de qualquer jeito. “O colar de elos, se utilizado corretamente durante as sessões de treinamento, pode melhorar a comunicação entre o proprietário e o animal, já que ambos tendem a 'falar a mesma língua' no momento do passeio”. Nesse sentido, ele continua: “Quando usado como ferramenta de ensino, o modelo costuma não causar prejuízos a saúde do animal”.
Por outro lado, Renata alerta sobre os riscos que a coleira enforcador para cachorro pode trazer: “Na região do pescoço, estão presentes uma série de estruturas importantes para o funcionamento do organismo do cachorro, como traqueia, esôfago e tireoide, que podem ser comprometidas devido aos trancos e lesões gerados pela coleira. As artérias e veias presentes na região também podem sofrer danos e, assim, atrapalhar a irrigação e oxigenação do cérebro do animal”, conta.
Além disso, cães mais agitados ou agressivos podem estranhar o acessório e tentar correr ou se debater, o que pode prejudicar a respiração e provocar desmaios ou até mesmo levar o animal ao óbito. Justamente por esse motivo, Renata ressalta que o ideal é que esse tipo de coleira não seja utilizada de forma recorrente. Nesses casos, a recomendação é o que tutor invista em modelos de coleira de treinamento, como a anti-puxão ou o cabresto. O uso do enforcador, quando indicado, precisa ser feito por um adestrador ou tutores adequadamente treinados para manusear a coleira.
Além da coleira enforcadora, outros métodos ajudam no treinamento do pet
A coleira enforcador não é a única maneira de evitar comportamentos indesejados do seu amigo, especialmente durante os passeios. De acordo com Bruno, é preciso entender que o colar de elos, assim como vários outros equipamentos de treinamento, não são os fatores determinantes. Na verdade, o conhecimento é a melhor ferramenta no adestramento do animal. Por isso, é importante que o tutor saiba dialogar e entender o seu amigo.
"O período da vacinação do seu cachorro, por exemplo, pode ser aproveitado para trabalhar o foco do animal em casa e para ensinar os comandos básicos, como senta, deita e fica”, acrescenta Renata. Além disso, é fundamental que o cachorro entenda o significado por trás de cada tom de voz do tutor, desde o mais firme até aquele que indica um momento de brincadeira. Desta forma, o cachorro consegue compreender como deve se comportar, seja durante os passeios ou dentro de casa. Lembre-se: com uma boa dose de amor, carinho e paciência, o seu cãozinho vai aprender aos poucos como deve agir em diferentes situações.
Redação: Úrsula Gomes
