Se o seu gato anda mais arisco, fica se escondendo ou vem manifestando hábitos estranhos, talvez ele não esteja apenas de “mau humor”. Assim como nós, os felinos também sofrem com o estresse — e o impacto disso vai muito além do comportamento. Um gato estressado pode desenvolver problemas sérios de saúde, como doenças urinárias e distúrbios alimentares.
O mais preocupante é que os sinais de estresse em gato nem sempre são claros para os tutores. Muitos pets sofrem em silêncio, e alguns indícios desses quadros só aparecem quando a situação já está crítica. Por isso, conhecer os sintomas de um gato estressado, o que pode causar esse desequilíbrio e como acalmar um gato estressado é fundamental para garantir o bem-estar e a saúde do seu pet. Por isso, o Patas da Casa conversou com o veterinário Lucas Oliveira para te ajudar a entender melhor esse assunto. Confira a seguir!
O que pode deixar um gato estressado?
Os gatos são criaturas sensíveis e extremamente ligadas à rotina. Por isso, mudanças bruscas no ambiente, barulhos, falta de estímulo ou mesmo a presença de pessoas ou animais estranhos podem desencadear estresse. De acordo com Lucas Oliveira, algumas causas comuns de estresse em felinos são:
- Mudança de casa ou móveis
- Falta de enriquecimento ambiental (brinquedos, arranhadores, prateleiras)
- Visitas ao veterinário ou banhos
- Barulhos altos e frequentes (fogos, obras, música alta)
- Presença de pessoas estranhas ou animais novos
- Restrição de espaço
- Recursos inadequados (como caixa de areia suja por muito tempo)
- Incapacidade de escapar ou se esconder
- Solidão ou excesso de manipulação
Gato estressado: sintomas para ficar de olho!
Identificar um gato estressado pode não ser tão simples. Eles são mestres em esconder emoções, mas o corpo e o comportamento dos felinos acabam entregando sinais. Segundo Lucas Oliveira, quando estão diante de alguma situação estressante, os gatos podem manifestar esse desconforto de algumas formas:
Atacando: situações de estresse podem deixá-los vulneráveis e eles respondem ficando ariscos. Por isso, não é indicado pegar um gato estressado no colo, pois ele poderá atacar nesse momento.
Escondendo: não é raro ver um gato se esconder quando uma visita nova chega na casa, e esse comportamento é uma das manifestações de estresse que o gato utiliza como “válvula de escape”.
Se inquietando: um exemplo de inquietação é a lambedura excessiva das patas e do focinho.
“Congelando”: muitas vezes, essa resposta é vista erroneamente como um comportamento normal do gato, mas na verdade é uma resposta ao estresse.
Os sintomas de gato estressado ainda podem incluir falta de apetite ou compulsão por comida, cocô ou xixi fora da caixa de areia, miados excessivos ou fora do comum, tremores, pupilas dilatadas e respiração ofegante, agressividade sem motivo aparente, e até queda de pelos acentuada. Se o seu gato apresentar um ou mais desses sinais com frequência, é hora de investigar!

Por que o estresse é perigoso para a saúde do gato?
Da mesma forma que acontece nos humanos, o estresse pode ser uma causa direta ou indireta de diversas doenças nos gatos. O médico veterinário Lucas Oliveira indica que um dos principais problemas relacionados ao estresse em gatos é a cistite idiopática felina (inflamação da bexiga). “Ela pode se desenvolver pela alteração no hábito de uso da caixa de areia, como nos casos em que a caixa está suja ou há menos caixas que o ideal e o gato segura a urina, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças do trato urinário”, afirma.
Além disso, um gato estressado pode ficar mais propenso a infecções (como gengivite), devido à baixa da imunidade; doenças gastrointestinais; problemas respiratórios e cardíacos; doenças endócrinas, e até obesidade felina — já que os gatos podem passar a comer mais como forma de minimizar o estresse. Segundo Lucas, há também o risco de dermatites por lambedura, provocadas pelo próprio gato. E muitas doenças associadas ao estresse crônico, se não tratadas adequadamente, ainda podem levar o gato à morte.
Como acalmar um gato estressado
Devido ao impacto negativo do estresse na saúde do gato, é essencial ficar atento aos sinais que o felino manifesta no dia a dia. Ao notar que seu pet anda estressado, você pode tomar algumas atitudes simples para ajudar o animal a relaxar e voltar ao equilíbrio. Veja alguns exemplos de como acalmar um gato estressado:
Crie um ambiente seguro e confortável: garanta que seu gato tenha acesso a tocas, caixas, prateleiras altas e cantinhos sossegados para se esconder quando quiser. Isso dá a ele a sensação de controle e segurança.
Aposte no enriquecimento ambiental: ofereça brinquedos interativos, arranhadores, fontes de água e até comida em brinquedos “recheáveis”. Isso estimula o corpo e a mente do felino.
Use fármacos e feromônios sintéticos: difusores de extratos naturais, sprays com feromônio felino e floral para gatos ajudam a transmitir uma sensação de bem-estar ao gato, tornando o ambiente mais amigável e seguro para os felinos. Porém, antes de utilizar esses produtos, é interessante consultar um veterinário!
Respeite o tempo e o espaço do gato: nem todo carinho é bem-vindo em uma situação estressante. Evite forçar o contato e deixe que o gato se aproxime no momento dele. Isso evita mais estresse.
Consulte um veterinário: se o estresse for intenso ou persistente, é essencial procurar ajuda profissional. Em alguns casos, o uso de medicação pode ser necessário e ela só deve ser feita com orientação de um veterinário.