Alimentação animal

Seu gato está obeso? Saiba como detectar a condição e o que dizem os veterinários

Publicado - 04 Julho 2025 - 15h00

Atualizado - 04 Julho 2025 - 17h16

Foto do Lucas Oliveira - Médico Veterinário

Lucas Oliveira / Médico Veterinário

CRMV-SP: 63361

Médico Veterinário formado pela Universidade de São Paulo (USP). Durante a graduação se envolveu em projetos voltados a Nutrição de Cães e Gatos, dentre eles o Programa Jovens Veterinários de Nestlé Purina. Atualmente atua na indústria de pet food como Representante de Informação Veterinária em Nestlé Purina. 

Foto de Adriana Douglas - Redatora

Adriana Douglas / Redatora

Jornalista formada desde 2010 pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, sou especialista na cobertura de temas diversos, que vão de saúde a estilo de vida, passando pelo universo pet em muitas ocasiões. Os animais, inclusive, são uma das minhas grandes paixões na vida, sendo que um sonho meu é abrir um santuário de animais junto com meu irmão veterinário, onde eu possa cuidar e dar muito carinho a todo tipo de bicho.

Sou uma gateira assumida: meu primeiro gatinho, Nano, chegou em casa quando eu tinha uns 5 anos de idade. Ele foi um gato cheio de personalidade, todo branco, de olhos amarelos, que viveu quase 18 anos. Depois, vieram outros três: Neno (“sialata” muito amoroso e bonzinho), Nino (dengoso, mas meio nervosinho) e Nina (uma gata tricolor medrosa, que adora dormir dentro dos armários).

Em 2018, uma gatinha de rua resolveu “adotar” a família do meu marido e passou a morar com meus sogros. Chamada Tigrinha (por causa do seu pelo), ela é de longe a gata mais amorosa, mansa e dengosa que existe. Essa gatinha, que nasceu com o rabinho curto, teve duas ninhadas de gatinhos conosco. Dos 9 filhotes, acabei ficando com dois: Milk (um macho preto e branco rajado peludão) e Shake (uma fêmea tricolor com “luvinhas” brancas). São meus “Pururucos”, meus filhos mansinhos e dengosos.

Eu poderia passar horas falando sobre gatos e toda espécie de bicho (também já resgatei uma calopsita na rua, que virou pet do meu irmão). E é por isso mesmo que é uma grande satisfação ser colaboradora do Patas da Casa!

• Filme com animal preferido: “A Dama e o Vagabundo”
• Uma raça de cachorro: Labrador
• Uma raça de gato: Vira-lata
• A curiosidade favorita sobre cachorros: Os filhotes de cachorro normalmente choram porque sentem saudade da mãe e dos seus irmãos.
• A curiosidade favorita sobre gatos: Os gatos afofam as cobertas e os humanos por uma lembrança do que faziam quando filhotes durante a amamentação.
• Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Raças de gatos e cachorros
• Um aprendizado: Os animais são excelentes companhias e parceiros fiéis para toda a vida!
• Nome de pet favorito: Meleca

Ter um gato rechonchudo pode parecer fofo à primeira vista — e algumas pessoas até acreditam que o visual mais cheinho seja sinônimo de saúde. Mas a verdade é que, por trás dessa aparência adorável, pode estar escondido um problema sério de saúde: a obesidade felina.

Um gato obeso tem mais chances de desenvolver diabetes, doenças cardíacas, problemas de locomoção e pode ter uma redução considerável na sua expectativa de vida. E sabe o que é mais preocupante? É que esse quadro tem se tornado cada vez mais comum, especialmente entre os animais que vivem exclusivamente dentro de casa, têm pouco estímulo físico e acesso livre à comida.

A boa notícia é que, com atenção e algumas mudanças no dia a dia, é possível ajudar seu pet a recuperar a forma e o bem-estar. Com a ajuda do médico veterinário Lucas Oliveira, você vai aprender a identificar se o seu gato está acima do peso, entender os riscos da obesidade e conhecer as recomendações sobre os cuidados diários com gatos obesos, principalmente no que diz respeito à alimentação — que costuma envolver o uso de ração para gatos obesos. Continue a leitura!

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Como saber se o gato está obeso?

Às vezes, a obesidade felina pode passar despercebida — especialmente quando o gato é peludo ou tem um porte mais robusto. Entretanto, alguns sinais podem indicar que o gato está acima do peso, como:

Costelas não palpáveis: se você não consegue sentir as costelas com facilidade ao tocar o peito do seu gato, isso pode ser um indicativo de gato obeso.

Ausência de “cintura”: ao olhar de cima, o corpo do gato deve ter uma leve curvatura na região abdominal. Se estiver arredondado, é sinal de alerta para obesidade.

Barriga pendurada: aquela “pelanquinha” na barriga (chamada de bolsa primordial) é normal, mas se estiver exagerada, pode ser gordura acumulada.

Falta de disposição: gatos obesos tendem a brincar menos e dormir mais.

Dificuldade para se limpar: se o gato não alcança mais certas partes do corpo, isso pode ser resultado do excesso de peso.

Se você identificar uma ou mais características dessa lista, é importante procurar um veterinário para uma avaliação mais precisa. Segundo Lucas Oliveira, os especialistas utilizam o Escore de Condição Corporal para classificar o grau de sobrepeso em gatos. Esse método classifica os gatos em um Escore de 1 a 9, em que 1 seria extremamente magro e 9 extremamente obeso.

“O ideal para gatos é o Escore de 5, sendo que a pontuação 6 e 7 é considerada sobrepeso, e as pontuações 8 e 9 são classificadas como obesidade. Um gato obeso costuma estar de 30 a 60% acima do peso ideal”, explica o veterinário.

Escore de Condição Corporal de Gatos Purina
Veja o que define um gato muito magro, no peso ideal ou obeso

Além disso, Lucas reforça que a obesidade em si não tem sintomas, mas pode ser uma condição secundária a alguma doença endócrina, como hiperadrenocorticismo e hipotireoidismo. Portanto, caso o tutor note mudanças nos hábitos alimentares do gato, como aumento de sede e fome, ganho de volume no abdômen ou alterações comportamentais, é essencial levá-lo ao veterinário.

E por que a obesidade é tão perigosa para gatos?

Assim como nos humanos, o excesso de peso pode desencadear vários problemas de saúde nos gatos. De acordo com Lucas Oliveira, a obesidade felina está associada como sendo a causa ou fator agravante para diabetes mellitus, doenças cardiorrespiratórias, doenças do trato urinário inferior, doenças endócrinas (hormonais), doenças ortopédicas e até doenças dermatológicas.

“Além disso, gatos obesos envelhecem mais rapidamente e tendem a viver menos que gatos com o peso ideal”, afirma o veterinário. Por isso, é fundamental agir rápido quando se percebe que o gato está obeso.

Mas o que torna um gato obeso?

Em meio a uma rotina de cuidados, carinhos e muitos mimos, alguns tutores podem ficar surpresos ao saber que seu gatinho está obeso. E aqui, o veterinário Lucas Oliveira deixa um alerta importante: diversos fatores estão relacionados ao risco de obesidade em gatos, sendo que alguns estão associados ao próprio gato, mas outros são provocados pelo tutor.

Segundo o especialista, entre os principais fatores que contribuem para o aumento de peso em gatos estão:

Castração: essa cirurgia leva a um aumento do apetite e redução do metabolismo do gato — o que exige uma alimentação mais controlada, com uma ração para gatos castrados.

Idade: a meia idade em gatos (entre 7 e 12 anos) é um período em que há uma tendência ao sobrepeso.

Comportamento competitivo: em casas com mais de um gato, muitas vezes, há competitividade por alimento, o que leva a um consumo excessivo de ração.

Doenças endócrinas: como hiperadrenocorticismo e hipotireoidismo.

Predisposição genética: algumas raças, como Persa, Maine Coon e British Shorthair (Gato de Pelo Curto Inglês), têm maior tendência ao ganho de peso.

Alimentação em excesso: o hábito de oferecer comida em excesso (seja ração, petiscos ou comidas humanas) acaba levando o gato a consumir uma quantidade de calorias muito maior do que a necessária. Além disso, alimentos calóricos e restos de comida humana agravam o problema.

Sedentarismo: gatos que não são estimulados a brincar ou movimentar-se têm menos gasto calórico e acumulam gordura com mais facilidade.

Ignorar o problema: não reconhecer a obesidade do gato como uma doença evita que o animal receba os cuidados necessários para evitar e tratar o quadro.

A partir desses fatores, o primeiro passo para ajudar um gato obeso a recuperar sua qualidade de vida é reconhecer que ele está acima do peso e precisa de ajuda. Portanto, procure um veterinário, preferencialmente um nutrólogo, se você desconfia que seu gatinho sofre com obesidade.

“O especialista irá definir o plano nutricional adequado para seu gato, considerando todos os aspectos, desde idade, doenças secundárias, se é castrado ou não, onde vive, se convive com outros animais, até as preferências alimentares e fatores relacionados ao tutor”, esclarece Lucas.

Como deve ser o tratamento de um gato obeso?

Em geral, o tratamento da obesidade felina envolve basicamente três pilares:

1) Alimentação adequada: a dieta para perda de peso precisa ter mais proteína, mais fibras, menos carboidratos, menos gordura e menos calorias que uma dieta de manutenção. Isso pode incluir a troca da ração comum por uma ração para gatos obesos, e é fundamental seguir as recomendações do veterinário em relação à quantidade e ao tipo de alimento — inclusive, evitando petiscos em excesso!

2) Estímulo à atividade física: gatos obesos precisam se movimentar! Por isso, os tutores podem apostar em brinquedos interativos, arranhadores e sessões diárias de brincadeiras — mesmo alguns minutos por dia já fazem diferença.

3) Monitoramento frequente: o processo de emagrecimento deve ser gradual e sempre acompanhado por um veterinário nutrólogo. Mudanças bruscas na alimentação ou tentativas de emagrecimento sem orientação podem ser perigosas para o felino.

Tenha em mente que a obesidade não é um problema apenas estético — ela pode afetar diretamente a saúde e o bem-estar do seu pet. Se o seu gato está obeso, saiba que com cuidado, acompanhamento profissional e alimentação adequada, é possível reverter o quadro e garantir uma vida mais longa e feliz para ele.

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