Gato

O que é a paralisia súbita da extremidade traseira em gatos? Veterinária explica tudo!

Publicado - 26 Fevereiro 2021 - 17h49

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

Se você observou seu gato com dificuldade de andar com as patas traseiras, é importante ficar atento. Quando o gato arrasta patas traseiras pode parecer uma situação corriqueira e que não traz nenhum risco para a saúde do felino, mas a verdade é que esse é um tipo de paralisia em gatos que pode, sim, ser bastante prejudicial para o seu bichano. Para entender melhor do que se trata esse quadro, quais são os riscos, sintomas e o tratamento mais adequado, o Patas da Casa entrevistou a médica veterinária Erica Baffa, que é especializada em medicina felina. Veja os esclarecimentos da especialista a seguir!

Patas da Casa: o que é e quais os riscos da paralisia súbita da extremidade traseira em gatos?

Erica Baffa: A paralisia súbita é um estado ou situação de imobilidade, que pode ser parcial ou total, comprometendo temporariamente ou definitivamente a função motora do paciente felino e que coloca em risco a vida do animal em casos mais graves - dependendo, sobretudo, das possíveis causas, que são variadas. O quadro pode ser causado por tromboembolismo secundário à cardiomiopatia hipertrófica, linfomas medulares (podendo ou não ser induzido pelo vírus da FeLV) e até mesmo por traumas em coluna com lesões medulares.

Esse tipo de paralisia em gatos pode levar a diversas disfunções orgânicas quando há comprometimento de inervações distintas, já que alguns gatos podem não conseguir mais urinar sozinhos, precisando de alguém para ajudá-los na descompressão da bexiga. Esse fator de retenção da urina leva à possibilidade de infecção urinária que agrava o quadro do paciente. Outros gatos podem apresentar escoriações e úlceras na pele devido a fricção direta ou contato com solo, podendo em algumas circunstâncias haver necrose da pele quando há comprometimento circulatório. A atrofia muscular também pode ocorrer.

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Embora existam algumas dessas limitações que podem surgir de forma concomitante ou isoladamente, alguns gatos com paralisia podem adaptar-se bem às mudanças se a causa não for progressiva e tiver a possibilidade de boa sobrevida.

Gato com dificuldade de andar com as patas traseiras sempre é um sinal de paralisia súbita?

E.B: Como o próprio nome já diz, a paralisia súbita pode acontecer repentinamente. Na grande maioria das vezes devemos estar atentos às possibilidades mais graves de paralisia súbita, como tromboembolismo aórtico secundário à cardiomiopatia hipertrófica. Outra causa seria linfoma medular, sobretudo em gatos FeLVs positivos. Alguns gatos podem, por exemplo, apresentarem uma compressão neural que o faça limitar os movimentos e parar de andar mais lentamente, e não subitamente. Esses pacientes vão demonstrar sinais mais sutis, que muitas vezes podem passar despercebidos entre os tutores, enquanto outros podem ter algum trauma em região de coluna e pararem de andar.

 

O gato com paralisia nas patas traseiras precisa de uma consulta veterinária para identificar a causa por trás do problema
O gato com paralisia nas patas traseiras precisa de uma consulta veterinária para identificar a causa por trás do problema

 

 

Quais outros sintomas podem ser observados no gato com paralisia nas patas traseiras?

 

E. B: Os sintomas dependem da causa base. Quando a causa é tromboembolismo aórtico secundário à cardiomiopatia hipertrófica, por exemplo, os sintomas mais comuns incluem vocalização alta devido a intensa dor aguda, seguida de vômito, respiração acelerada, dificuldade de respiração, tosse, perda de apetite e desânimo. Esses gatos normalmente desenvolvem paralisia nas patas traseiras, perda do tônus femoral e uma diminuição da temperatura nos membros posteriores devido ao tromboembolismo que compromete toda a circulação sanguínea. Pode ocorrer síncope ou morte súbita do animal. Se a causa for uma lesão em coluna, pode ocorrer uma sensibilidade dolorosa.

Existe tratamento para o gato que sofre com a paralisia súbita da extremidade traseira?

E. B: Existe tratamento e varia de acordo com a causa principal. O tratamento para o tromboembolismo é cirurgia vascular imediata ao acontecimento - normalmente quando é realizado o diagnóstico, o procedimento cirúrgico é feito em até 6 horas do ocorrido e existe uma chance do paciente voltar a andar. O diagnóstico nesse caso geralmente é feito baseado na análise clínica do animal e encontrando o trombo, que muitas vezes pode ser visto com ultrassom. Lembrando que o ecocardiograma deve ser realizado para avaliar se há mais trombos ou não. Medicações que previnem a formação de coágulos também podem ser administradas. Além disso, é feito o suporte de analgésicos para dor. 

Como é possível prevenir a paralisia súbita da extremidade traseira?

E.B: A prevenção é possível realizando o que chamamos de medicina preventiva e check-up no paciente felino. O gato deve ser levado ao veterinário para inspeção de rotina, exame físico, clínico e laboratorial. Exames de imagem que possam avaliar as condições cardíacas, como ecocardiograma e eletrocardiograma, são indispensáveis. Exames de imagem, como raio-x e tomografias, assim como exames sanguíneos também são importantes. Quando conseguimos diagnosticar precocemente, é possível tratar devidamente e prolongar a vida do paciente sempre com amor e respeito à vida dos gatinhos.

Redação: Juliana Melo

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