Gato

FIV e FeLV: sintomas, diagnóstico, tratamentos... Um guia completo sobre cuidados para gatos positivos

Publicado - 02 Junho 2023 - 17h27

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

Um dos principais medos de quem tem um animal de estimação em casa é, sem dúvidas, a possibilidade de eles adoecerem e o quão complicado o tratamento pode ser (principalmente se for FIV e FeLV). Para os donos de gato, a FIV (Imunodeficiência Felina) - também conhecida como a AIDS felina - e a FeLV (Leucemia Felina) são especialmente preocupantes, já que trazem consequências graves e podem ser, até mesmo, fatais.

A principal diferença entre FIV e FeLV é que a FIV é transmitida por meio de secreções durante brigas de gato. Já a FeLV se propaga pelo contato direto ou indireto de um gato saudável com um doente. Ou seja, troca de salivas ou o simples compartilhamento de objetos (comedouro, brinquedos, etc) já é suficiente para a transmissão. São duas doenças graves, e o tempo de sobrevivência do animal vai depender do estágio da doença. No geral, o gato com FIV vive mais tempo do que um gato com FeLV, porque a leucemia debilita o paciente mais rapidamente. 

Para te ajudar a entender mais sobre a FIV e FeLV - sintomas, cuidados e tratamentos de cada uma delas em gatos que foram infectados -, nós conversamos com a médica veterinária Gabriela Teixeira. Ela explicou tudinho aqui embaixo e te conta exatamente o que é FIV e FeLV. Confira!

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Patas da Casa: Como funciona a transmissão de FIV (AIDS felina) entre os gatos?

Gabriela Teixeira: A FIV é mais comum em gatos machos com acesso à rua. Costumamos chamá-la de doença dos gatos que brigam. O vírus se espalha através da saliva e é geralmente passado para outros por feridas de mordida durante a briga de gato.

PDC: Quais são os principais sintomas da FIV (AIDS felina)?

GT: Os gatos com FIV podem demorar meses ou anos até apresentarem sintomas. Por isso, muitos podem viver vidas longas e saudáveis. Alguns recém-infectados podem apresentar sintomas leves como febre ou falta de apetite, mas a maioria dos tutores não consegue perceber por durar poucos dias.

Quando a infecção se torna ativa, o gato apresenta sinais de doença e enfraquecimento do sistema imunológico, deixando-o em risco de desenvolver infecções diferentes. Por isso, é difícil dizer com precisão quais sintomas o animal irá apresentar. É uma doença muito diversa.

A maioria dos gatos apresenta perda de peso, anemia, apatia, estomatites, problemas respiratórios e anorexia. Esses sintomas são comuns a várias doenças. No estágio final, insuficiência renal, linfomas e criptococose são comuns.

PDC: Como funciona a transmissão da FeLV (Leucemia felina) entre os gatos?

GT: A FeLV costumamos chamar de doença do gato amigo, pois é comumente transmitida entre animais que vivem juntos. A transmissão é feita principalmente através da saliva, através da lambedura de um felino em outro ou quando as tigelas de comida e água são compartilhadas.

PDC: Quais são os principais sintomas da FeLV (Leucemia felina)?

GT: É necessário ressaltar que não existem sintomas de FIV e FeLV muito característicos. São doenças muito diversas e que podem se apresentar de diferentes maneiras. Assim como na FIV, FeLV tem manifestações bem gerais e a maioria dos gatos apresenta perda de peso, anemia, apatia, estomatites, problemas respiratórios e anorexia, sintomas comuns a várias doenças.

Quando está exposto pela primeira vez à FeLV, um gato pode não apresentar sinais de doença. Alguns gatos conseguem eliminar o vírus completamente de seu corpo e outros são capazes de controlar a infecção, prevenindo uma piora. Em alguns gatos, a infecção se torna ativa no corpo e eles desenvolvem problemas graves e até mesmo fatais, como disfunções hematológicas e linfomas.

Fotos de gatos com FIV e FeLV

Testes de FIV e FeLVGato com FIV e FeLVGato malhado apático deitado no chãoGato branco e cinza tristeGato laranja sendo avaliado por veterinárioFilhote de gato isolado

 

PDC: Existe alguma forma de prevenção para a FIV (AIDS felina) e a FeLV (Leucemia Felina)?

 

GT: No Brasil, está disponível a vacina contra FeLV, mas não contra FIV. Para realizar a vacina de gato, é necessário fazer um teste rápido no próprio consultório veterinário para nos certificarmos que o animal não possui o vírus, de modo a não aumentar a carga viral do animal.

Contudo, é essencial que não tenhamos mais a mentalidade de que gatos precisam passear. Felinos saudáveis e felizes não precisam e não devem ter acesso a rua. A adoção responsável envolve colocar telas de proteção na janela para impedir a saída e promover brincadeiras em casa. Se formos adotar um novo animal, é necessário testá-lo antes de se juntar aos outros para manter a saúde de todos.

PDC: Como acontecem os exames feitos para detectar FIV e FeLV?

GT: O teste rápido é o que mais fazemos na rotina clínica. Ele detecta os anticorpos contra FIV e os antígenos contra Felv. É necessária apenas uma pequena amostra de sangue para obtermos o resultado em 10 minutos no próprio consultório, sem a necessidade de mandar para laboratórios. Ele tem boa precisão e sensibilidade. Mas a confirmação também pode ser feita com PCR.

PDC: Como funciona o tratamento para FIV e FeLV? Tem cura definitiva para essas doenças?

GT: Não há tratamento certo nem cura definitiva para nenhuma das duas doenças. Os gatos infectados devem ser levados ao veterinário para consultas regulares para sabermos como está lidando com a doença, pois isso ajudará o gato a viver o máximo de tempo possível com boa saúde. Na FIV e FeLV, tratamento de suporte é feito para aliviar os sintomas e deve ser avaliado caso a caso. É importante ressaltar que o estresse pode desempenhar um papel importante no desencadeamento da reativação do vírus em animais que estão saudáveis, mesmo com a doença.

Redação: Ariel Cristina Borges e Maria Luísa Pimenta

Publicado originalmente em: 01/07/2019
Atualizado em: 02/06/2023

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