Saúde de gato

Leucemia felina: tudo que você precisa saber sobre a FeLV

Publicado - 03 Novembro 2022 - 16h24

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

A leucemia felina é uma das doenças mais temidas no universo felino - no geral, as condições FIV e FeLV são altamente virais e perigosas. Por isso, todo gato precisa ser testado para as duas doenças nos primeiros meses de vida. A leucemia felina tem como principal característica a baixa imunidade, que deixa o organismo suscetível a outras enfermidades. Mas não para por aí: a FeLV não tem cura e diminui consideravelmente a expectativa de vida do gato. Outra particularidade é que a doença é de fácil transmissão, o que dificulta o seu controle, mas ainda assim é possível evitar que o animal tenha contato com o vírus com alguns cuidados na rotina.

Por ser tão preocupante, é importante que todo tutor de gato conheça bem do que se trata e quais são os perigos dessa doença. Para te ajudar, o Patas da Casa te explica tudo sobre a leucemia felina: sintomas, transmissão, atuação no organismo, tratamento e prevenção. Confira a seguir!

O que é FeLV?

A FeLV felina é uma doença retroviral altamente transmissível. Trata-se de um dos problemas mais graves que pode afetar um bichano e que mais causam medo nos tutores. A transmissão do vírus da FeLV felina ocorre a partir do contato direto de um gato saudável com um gato doente, seja pela troca de saliva e secreções (quando um gatinho lambe o outro, por exemplo) ou compartilhamento de acessórios como caixa de areia, comedouro, bebedouro e brinquedos. Outra possibilidade é que a FeLV seja transmitida em brigas de gato ou durante a gestação, quando uma gata grávida passa aos filhotes pela placenta.

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Como a leucemia felina age no organismo do gato?

O vírus causador da FeLV atua principalmente no sistema imunológico do animal. Ele começa a atacar principalmente as células de defesa do organismo. Por conta disso, o corpo do animal fica desprotegido e mais suscetível a contrair outros problemas de saúde. Assim, o gato com FeLV é muito mais vulnerável a qualquer doença. Uma simples gripe em gatos acaba se tornando um problema grave. Lesões na pele, doenças infecciosas, anemia felina e maior facilidade de desenvolver tumores são outras consequências que a baixaimunidade do gato causada pelo vírus da FeLV pode gerar.

Leucemia felina é diferente da leucemia humana

O termo FeLV é uma sigla para vírus da leucemia felina, em inglês. Por isso, muitas pessoas acham que a leucemia em gatos é igual à humana, mas não é bem assim. As doenças têm causas diferentes: enquanto a leucemia de gato é causada por um retrovírus, a leucemia de humanos até hoje não tem uma causa específica, apesar de ter alguns fatores de risco que contribuem para o seu aparecimento. Mas então, porque a FeLV é chamada de leucemia em gatos? Isso acontece porque os sintomas são parecidos nos dois casos.

As duas doenças afetam principalmente o sistema imunológico e atacam as células de defesa. A FeLV vai deixar o animal vulnerável e enfraquecido. Muitas pessoas, inclusive, se perguntam se FeLV felina passa para humanos. A resposta é não! A FeLV é uma doença exclusiva entre bichanos e ela só é transmitida entre eles. Quem tem um bichano com a doença não tem como ser contaminado. Por isso, a ideia de que leucemia felina passa para humanos é errada. Apesar dos nomes semelhantes, são doenças diferentes.

O vírus da FeLV felina é capaz de se replicar no organismo animal

O vírus da leucemia felina faz parte do grupo dos retrovírus. Um retrovírus é o tipo de vírus que contém RNA em seu material genético. Além disso, contém ainda uma enzima chamada transcriptase reversa que transforma o RNA de cadeia simples em um DNA de cadeia dupla. O problema é que esse novo DNA retroviral formado acaba se associando ao DNA do hospedeiro (no caso do vírus da leucemia felina, o gato). Ou seja: esse DNA viral passa a fazer parte do genoma do próprio gato e começa a se espalhar por todo o seu organismo.

É por isso que as doenças causadas por retrovírus são tão perigosas. Esses vírus são capazes de se tornar parte do próprio do genoma hospedeiro e, por isso, é tão difícil combater. Nos humanos, o exemplo mais conhecido de doença causada por retrovírus é a AIDS. Nos gatos, essa doença também existe, recebendo o nome de FIV felina


Leucemia felina: sintomas como apatia, perda de peso, feridas e anemia são comuns
Leucemia felina: sintomas como apatia, perda de peso, feridas e anemia são comuns

FeLV: sintomas podem ser variados

Quando falamos de FeLV, sintomas podem ser bem inespecíficos e que se confundem com outras patologias, como o gato com febre ou apático. A verdade é que essa doença pode se manifestar de maneiras diferentes em cada bichano. Em muitos casos de leucemia felina, os sintomas nem mesmo aparecem. Existem alguns bichanos que, apesar de terem o vírus, têm uma boa resposta imunológica e conseguem eliminá-lo do corpo antes que ele atinja a medula óssea e se espalhe. Os sintomas mais comuns da leucemia em gatos são:

  • Anemia
  • Apatia
  • Perda de peso
  • Anorexia
  • Problemas estomacais
  • Problemas respiratórios
  • Secreções
  • Ferimentos na pele
  • Febre e diarreia

Deu para perceber que na leucemia felina sintomas são bem parecidos com os de várias outras doenças comuns nos bichanos. Além disso, eles não necessariamente se manifestam ao mesmo tempo. Como a leucemia em gatos deixa o animal muito fragilizado, praticamente qualquer problema de saúde pode atingi-lo. Por isso, é muito importante prestar atenção na FeLV. Sintomas de qualquer tipo devem ser sempre muito bem investigados. 

Fases da leucemia em gatos: entenda cada uma delas

A leucemia de gato é uma doença complexa que pode ser dividida em diferentes fases:

  • A fase abortiva ocorre quando o gato tem contato com o vírus, mas sua resposta imune é capaz de combatê-lo e inibir sua multiplicação. Gatinhos com infecção abortiva podem ficar protegidos por muito tempo.
  • Na fase regressiva, o bichano consegue controlar a replicação do vírus. Isso quer dizer que o vírus está presente no animal, mas a sua replicação é “pausada”. Por isso, ainda há chance de que o vírus seja combatido.
  • Na fase latente, o gato com FeLV tem o vírus no seu DNA em uma quantidade moderada, mas a doença não se desenvolve. Nesse caso, porém, o risco da doença se desenvolver de fato é maior.
  • Já na fase progressiva, como o nome sugere, o corpo não consegue combater o vírus e a doença progride rapidamente, com os vírus se replicando em grande intensidade. Nesse momento, o gato com FeLV fica bem fragilizado e corre mais risco de desenvolver outras doenças. 

O diagnóstico da FeLV é feito por meio de exames sorológicos

Doenças como FIV e FeLV precisam de um diagnóstico muito rápido, pois quanto mais cedo a doença é descoberta melhores são as chances de uma vida de maior qualidade. Além disso, o diagnóstico rápido permite que o bichano infectado seja logo afastado de outros animais, evitando que outros bichanos contraiam a FeLV. Gatos que estejam com os sintomas mais comuns devem ser levados ao médico para serem testados. Normalmente, são feitos testes rápidos e testes sorológicos ELISA. Para confirmar, pode ser feito ainda o teste PCR ou o RT-PCR. Para evitar erros, é importante que o teste seja repetido após seis semanas e, no caso de resultado positivo, ser refeito depois de mais seis semanas. Esse cuidado é importante para determinar em qual fase da leucemia felina o animal está.


Leucemia felina: FeLV pode ser prevenida com criação indoor, uso individual de objetos e a vacina V5
Leucemia felina: FeLV pode ser prevenida com criação indoor, uso individual de objetos e a vacina V5

Leucemia felina tem cura?

Afinal, leucemia felina tem cura ou não? Infelizmente não. Até hoje, ainda não existe nenhum tipo de cura para FeLV. Os gatos afetados, porém, podem contar com um tratamento de suporte. Como essa doença afeta o sistema imunológico do animal, é muito importante que esses cuidados sejam tomados de acordo com as instruções médicas. Apesar de não ser possível afirmar que a leucemia felina tem cura, os efeitos da doença podem ser controlados com os cuidados médicos essenciais.

Tratamento da Felv: gatos contaminados precisam receber cuidados de suporte 

O tratamento de suporte vai depender das consequências da leucemia felina. Sintomas são diferentes para cada animal e o veterinário é quem vai determinar qual cuidado deve ser tomado para aliviar cada um deles. Além disso, é importante que o gato com FeLV receba uma alimentação balanceada para manter o sistema imunológico.

A leucemia de gato é uma porta de entrada para outras doenças. Por isso, é muito importante realizar exames periódicos e acompanhamento veterinário frequente para monitorar a saúde do pet para identificar qualquer problema precocemente. Pode acontecer, por exemplo, de a leucemia viral felina favorecer o aparecimento de tumor em gato, sendo necessário iniciar tratamentos cirúrgicos e/ou uma quimioterapia. 

Existe vacina contra FeLV?

Ainda que esteja entre as doenças de gato mais perigosas, a FeLV pode ser prevenida com a vacina V5 para gatos. A imunização polivalente também tem ação contra os causadores da panleucopenia felina, rinotraqueíte, calicivirose e clamidiose felina. Essa vacina não é 100% eficaz contra a leucemia felina, mas é recomendada pois ajuda a diminuir o risco da doença. No entanto, ela só pode ser tomada por gatinhos que não tenham a doença. Um gato que já tem leucemia viral felina pode acabar piorando ainda mais se tomar a vacina. Por isso, é sempre necessário testar o animal para a doença antes da aplicação. 

Criação indoor e uso individual de objetos previne a leucemia em gatos

O cuidado mais essencial na prevenção da leucemia felina é a criação indoor. É muito importante limitar o acesso do bichano à rua, pois assim você evita que ele tenha contato com gatos infectados. Além disso, não compartilhar objetos entre felinos é outra maneira de evitar a FeLV. Gatos precisam ter comedouros, bebedouros e caixa de areia de uso individual. Esse cuidado ajuda a prevenir não só a leucemia felina como também outras doenças transmissíveis.

A castração de gato também é uma ótima maneira de prevenir a FeLV. Os gatos castrados são menos propensos a fugir de casa e brigar com outros bichanos, diminuindo o risco de contaminação. 

FIV e FeLV: entenda as diferenças entre as duas doenças

É muito comum ouvirmos falar de FIV e FeLV ao mesmo tempo. As duas doenças são bastante temidas entre os tutores, e não é por acaso: são condições graves e sem cura, que podem diminuir consideravelmente a expectativa de vida do animal.

Nos dois casos, o sistema imunológico é comprometido. Além disso, o retrovírus responsável por cada uma normalmente é transmitido por meio de secreções. Mas enquanto a FeLV é chamada de leucemia de gato, a FIV é conhecida como AIDS felina. Vale ressaltar que as duas doenças têm sintomas bem parecidos e podem ter diferentes fases. Nos dois casos, o gatinho infectado precisa de tratamento de suporte e cuidados pelo resto da vida. 

Redação: Maria Luísa Pimenta

Edição: Luana Lopes

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