A FIV felina é uma doença que pode afetar os nossos amigos de quatro patas e é super perigosa. Gatos podem sofrer com essa doença, que também é conhecida como AIDS felina e é causada pelo vírus da imunodeficiência felina. Esse é um dos piores quadros que os gatinhos podem ter durante a vida e a patologia se desenvolve em diferentes estágios, podendo permanecer assintomática por um tempo. Ou seja, a AIDS de gato muitas vezes é uma doença silenciosa, mas super perigosa.

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A FIV felina não tem cura, mas existem tratamentos específicos para diminuir os efeitos e proporcionar mais qualidade de vida para o animal com exame positivo para a doença. Para entender mais sobre os diferentes estágios e os sintomas de FIV em gatos mais comuns em cada fase, conversamos com a veterinária Amanda Miranda, do Rio de Janeiro.

FIV: gatos transmitem a doença principalmente por meio da saliva

A FIV em gatos têm uma principal forma de transmissão, que é por meio do contato da saliva de um bichano infectado com um felino saudável. Em alguns casos, o contato com sangue também é uma porta de entrada para a doença. Logo, de uma maneira geral, a AIDS em gato geralmente é transmitida por meio de mordidas ou arranhões, por exemplo. Por isso, animais de rua, não castrados e aqueles que costumam dar as famosas voltinhas estão muito mais propensos a contrair a AIDS felina, já que eles têm contato com outros gatos e têm mais chances de se envolverem em brigas.

Além disso, também existe uma outra forma de transmissão considerada menos frequente, mas que pode acontecer. As fêmeas positivas quando engravidam podem acabar transmitindo a FIV felina para os seus filhotes caso haja a presença do vírus no sangue. Dessa forma, os filhotes podem nascer infectados ou adquirirem a doença durante o aleitamento ou outros cuidados da mãe com o filhote, como por meio de lambidas.

Vale lembrar que a FIV em gatos não é uma zoonose, ou seja, ela não passa para humanos. Por isso, pode ficar despreocupado se você tiver um gatinho FIV positivo, porque ele não vai transmitir a doença para ninguém da família.

FIV felina: sintomas são específicos em cada fase da doença

FIV, gatos, sintomas: essas três palavrinhas costumam gerar muitas dúvidas nos pais de pet. Isso não é à toa, afinal a FIV felina pode ter até três fases diferentes, classificadas em fase aguda, latente ou crônica. Conforme ocorre a progressão da doença, sintomas de FIV podem variar. Ou seja, tudo vai depender da fase em que se encontra o animal, sendo difícil definir um cronograma de sintomas dia a dia após FIV. Entenda abaixo quais são os estágios da doença:

A primeira fase da FIV em gatos é a aguda

Quando se trata dos sintomas, FIV felina pode ter diferentes manifestações logo no início da infecção, então todo cuidado é pouco e a testagem é fundamental para saber se o seu gatinho é FIV positivo ou não. Segundo Amanda, quando o animal se infecta, pode apresentar em um primeiro momento os seguintes sintomas:

  • Febre;
  • Aumento de linfonodos;
  • Anorexia;

“Esses sintomas de FIV logo cessam, de modo que o animal se apresenta saudável e sem sinais da doença por meses ou anos”, explica a veterinária.

FIV felina: a segunda fase é a assintomática

O segundo estágio da FIV felina é chamado de assintomático. Isso porque o sistema imunológico consegue neutralizar a atividade viral por um bom período, tornando os sinais da doença imperceptíveis. Ou seja, nessa fase não há sintomas: FIV felina fica “adormecida” por tempo indeterminado, já que os linfócitos (células que protegem o organismo contra doenças) vão sendo destruídos aos poucos.

FIV: gatos que entram na fase crônica ou terminal apresentam sintomas mais específicos

A última fase da FIV felina é caracterizada pela fragilidade total do sistema imunológico do animal. Por isso, os riscos de morte são maiores e ainda há o risco de desenvolver alguma outra patologia ainda mais grave, como o câncer. Os principais sintomas de FIV em gatos nesse caso são:

  • Infecções;
  • Lesões de pele;
  • Sepse, que é uma infecção generalizada;
  • Doenças secundárias, que podem afetar gengivas, boca, trato digestivo, urinário e a pele;

 

fiv felina: gato triste deitado

FIV positivo: gato vai precisar de cuidados específicos ao longo da vida

 

A FIV e FeLV são doenças especialmente preocupantes quando o assunto é a saúde felina. O que poucas pessoas sabem é que cada quadro requer cuidados específicos para garantir uma boa qualidade de vida aos bichanos. Segundo Amanda, o gato que é FIV positivo deve fazer visitas ao veterinário a cada seis meses para controle e avaliação geral. “O médico veterinário deve fazer o controle da doença com exames de sangue e de imagem, como ultrassonografia e radiografia, além do tratamento de infecções secundárias e controle ou remoção de possíveis tumores que possam surgir”. Já o tutor deve oferecer ao animal uma dieta balanceada e de boa qualidade. A veterinária acrescenta que o controle de vermes e parasitas deve ser feito regularmente.

Por fim, é necessário que animais positivos para a doença sejam castrados, uma vez que a FIV pode ser transmitida durante o cruzamento e tem risco de passar da mãe contaminada para os filhotes. Os gatos devem viver em um ambiente telado para que não transmitam a doença para outros animais e não fiquem sujeitos a outras doenças secundárias que vão agravar e piorar a imunidade do pet, que já está comprometida pelo vírus da imunodeficiência felina.

FIV em gatos: positivos podem conviver com felinos saudáveis?

É sempre muito difícil para os tutores de gatos receberem um diagnóstico positivo para a FIV felina. Diferentemente da FeLV (Leucemia Felina), não há uma vacina que facilite a convivência de um negativo com um positivo. Mas, ainda que não seja algo totalmente aconselhável, às vezes um gato com FIV pode conviver com outros gatos negativos para a doença, se ambos tiverem todos os cuidados da família.

Dentre os principais cuidados, é necessário sempre manter bem limpos os potes de comida e água. Também não pode ocorrer nenhum tipo de competição por comida, água ou caixa de areia, então o número de acessórios deve ser sempre superior ao de gatos residentes. Isto é, se você tem dois gatos, deve ter pelo menos três potes de água, três potes de ração e três caixas sanitárias. Outro ponto importante é a castração de gato: todos os animais devem ser castrados para ter o comportamento predador e territorialista mais controlado.

Ainda assim, é importante ter em mente que essa é uma decisão arriscada e que, para evitar FIV felina em outros gatos da família, deve ter dedicação e comprometimento integral dos tutores na questão de cuidados.

Como prevenir a FIV em gatos e garantir a boa saúde do seu bichinho?

Existem vários mitos e verdades sobre a FIV e FeLV, e um deles é que a FIV felina não pode ser prevenida. Bom, isso não é bem verdade: com alguns cuidados simples, é sim possível afastar os riscos do seu gatinho desenvolver a doença. Para começar, a castração é uma medida essencial que ajuda a evitar possíveis fugas e brigas com outros gatos. 

Outra forma de evitar a AIDS felina é com a criação indoor. No caso de animais que vivem em apartamentos, deve-se colocar uma tela de proteção para gatos em todos os acessos à rua, como janelas, sacadas e basculantes. Já para os gatinhos que moram em casas, além de telar as janelas, recomenda-se investir em redes verticais e muros para limitar o acesso do animal às ruas. Sem o contato com o mundo exterior, dificilmente o seu pet vai ter contato com o vírus da imunodeficiência felina e, consequentemente, sofrer com a FIV em gatos.

Redação: Júlia Cruz e Juliana Melo