O respeito ao cachorro deve ser a sua prioridade se você quer conquistar a confiança desse animal. Às vezes, até mesmo um cão completamente dócil pode reagir de forma pouco amigável se tem seu espaço invadido. Esse é um dos motivos pelo qual as crianças e cachorros - conhecidos ou não - só devem interagir com a presença de um adulto. Portanto, o primeiro passo deve ser:

1) Fale com o cachorro de longe

Use um tom de voz calmo e amigável para cumprimentar o cachorro a alguns metros de distância, convidando o doguinho a se aproximar de você. Evite levantar os braços ou fazer qualquer movimento brusco neste momento. Se quiser, pode se agachar para ficar na mesma altura dele ou caminhar na sua direção, de lado, nunca de frente (o cachorro pode interpretar isso como uma ameaça).

2) Deixe que ele interaja com você

Quando o cachorro chegar perto, estenda sua mão para que ele cheire. Não fique com medo de ser mordido nessa hora! Continue falando com o cachorro em voz baixa. Não se esqueça que a audição de um cão é muito mais poderosa que a nossa. Peça ao tutor um petisco de cachorro para que você ofereça ao pet.

3) Faça um carinho suave

Para selar a amizade, faça carinho no cachorro. A região mais segura para um primeiro contato é o “lombo” do doguinho: as costas, logo acima da cauda. Por falar no rabo do cachorro, se este estiver balançando com animação é um ótimo sinal!

Cachorro traumatizado: medo pode dificultar as interações com desconhecidos

Infelizmente, nem todos os cachorros têm boas memórias com as pessoas. No caso de cachorros abandonados, não é difícil entender o motivo. Ainda que esses cãezinhos sejam resgatados e depois adotados, eles podem guardar memórias do tempo em que viveram nas ruas, sujeitos a maus tratos de todo tipo. Uma situação muito comum, em cidades grandes ou pequenas, é a seguinte: com fome, os doguinhos - especialmente as cadelas fêmeas com filhotes - podem se aproximar de feiras ou mercados, em busca de alimentos. Nem todo dono de estabelecimento se compadece com a situação, e alguns podem até mesmo chegar a empregar violência contra esses animais para enxotá-los.

Cachorros que tiveram uma boa criação desde filhotinhos também não estão imunes a pequenos traumas que podem resultar em medo para o resto da vida. Se assustar com algum barulho alto, tendo medo de fogos de artifício, é um exemplo. Em relação às pessoas, a falta de uma socialização adequada desde o cachorro filhote faz toda a diferença na vida adulta do animal. Quanto mais cedo ele se acostumar a ver pessoas na rua, durante os passeios, e também a lidar com visitas em casa, mais feliz e tranquilo ele será.

Como fazer amizade com cachorro bravo: observe e respeite os sinais que o animal dá

Cachorros traumatizados, quando querem estabelecer limites mais claros, dão alguns sinais comportamentais:

• Late de forma aguda e insistente
• Rosna, mostrando ou não os dentes
• Tem as orelhas em pé e os pelos eriçados
• Apresenta muita agitação corporal, podendo até tremer
• Dá passos para trás, se encostando na parede ou se escondendo

Ao observar esse tipo de reação no cachorro, se você não o conhece e não tem experiência em lidar com cães, o melhor a fazer é se afastar calmamente, deixando o animal à vontade. Agora, se você é o tutor do cachorro que reagiu dessa forma, pode ajudá-lo de muitas maneiras. Tente manter uma frequência baixa de visitantes em casa enquanto o cão se acostuma, e dê preferência por receber pessoas que não têm medo de cachorro. Passeios curtinhos, porém diários, também podem ajudar. Sem falar, é claro, no adestramento, que é um cuidado essencial com qualquer cachorro. O treinamento pode ajudá-lo a se tornar mais sociável e mentalmente estimulado.

Redação e Edição: Mariana Fernandes