O Doberman é um cachorro grande, forte e musculoso, conhecido pela aparência imponente e pelo instinto protetor aguçado. Mas uma das características mais marcantes da raça é, sem dúvidas, suas orelhas em pé. No entanto, o que muitos não sabem é que esse traço não é natural da raça.
Para que as orelhas fiquem em pé, o cachorro Doberman é submetido a um procedimento cirúrgico controverso que levantou importantes questionamentos sobre os direitos dos animais nos últimos anos. Para entender melhor o que está por trás dessa polêmica, vamos te contar como é feito esse procedimento e seus principais riscos para o cachorro.
A orelha em pé do Doberman não é uma característica natural da raça
Você com certeza já reparou que as orelhas das raças de cachorro podem variar bastante em formato, tamanho e características. Tem cachorro da orelha em pé, orelha caída, orelha triangular ou arredondada. Mas no caso do cachorro Doberman, embora muitos associem as orelhas em pé à característica principal da raça, elas não são assim por natureza.
Mas então como são as orelhas do Doberman? As orelhas normais dos cães dessa raça são caídas. Para ter essa aparência, os cães da raça precisam passar por um procedimento cirúrgico que envolve a remoção de parte da orelha e o uso de bandagens para mantê-la ereta durante a cicatrização.
É importante destacar que o Doberman com orelha cortada é uma prática puramente estética, ou seja, não há nenhum benefício funcional para o animal. Por essa razão, esse procedimento é considerado desnecessário e invasivo.











Quais os riscos associados a cortar a orelha do Doberman?
O procedimento cirúrgico que altera o formato natural das orelhas do Doberman é chamado de conchectomia. Ele é realizado no Doberman filhote e é considerado um procedimento perigoso e doloroso para o animal, já que envolve a mutilação da orelha do pet.
Dentre os principais riscos envolvidos na conchectomia, podemos citar infecções, especialmente se os cuidados no pós cirúrgico não forem seguidos. Vale lembrar que a imunidade do cachorro filhote é ainda mais frágil do que a de um cachorro adulto, deixando ele mais suscetível a infecções durante a recuperação.
Esse procedimento também pode deixar o cachorro traumatizado e agressivo no futuro. Quando há problemas na cirurgia do Doberman, a orelha ainda pode ficar deformada permanentemente. Caso o corte durante o procedimento atinja algum nervo do cão, isso também pode causar danos à orelha do animal, como a perda de sensibilidade.
Por isso, o mais indicado é evitar que o animal passe por isso e não contribua com criadores que o façam. Opte sempre pelo bem-estar do cão e mantenha o Doberman sem orelha cortada.
Infelizmente, o Doberman não é a única raça que sofre com a conchectomia. Embora muitos achem que todo Pitbull tem a orelha em pé, eles também são submetidos a esse procedimento doloroso quando filhotes. Por isso, se você está em busca de cachorros com orelhas em pé, opte por raças que tenham esse traço naturalmente, como é o caso do Pastor Alemão.
Cortar a orelha do Doberman é crime!
No Brasil, a conchectomia, prática de cortar a orelha dos cães, é proibida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. Essa prática é considerada crime previsto no artigo 32 da Lei de maus-tratos a animais, que proíbe abusos, ferir ou mutilar qualquer tipo de animal. A detenção para quem cometer esse crime é de três meses a um ano, além de multa.
Por isso, se você quer adotar um pet dessa raça, busque por Doberman sem orelhas cortadas. A conchectomia não traz nenhum benefício a esses peludos e ainda pode deixá-los traumatizados pelo resto da vida. Respeite a integridade física do animal e mantenha o Doberman com orelhas naturais.