O olfato é o sentido mais poderoso dos cães e também o principal instrumento que guia o comportamento diário desses animais. Estima-se que o faro canino seja entre 10 mil e 100 mil vezes mais sensível do que o humano, graças à enorme quantidade de receptores olfativos presentes no nariz do cachorro.
Essa habilidade extraordinária permite que os cães identifiquem cheiros complexos, reconheçam outros animais, encontrem alimentos e até percebam alterações no corpo de uma pessoa, como a presença de doenças ou mudanças emocionais. É justamente esse poder de detecção que explica por que alguns cães ficam cheirando seus donos.
Entender o que leva o cachorro a farejar uma pessoa com tanta frequência é essencial para interpretar se o gesto é uma demonstração de afeto, um reflexo natural do instinto canino ou até um possível alerta de que algo diferente está acontecendo. Vamos explorar um pouco mais esse assunto a seguir!
Afinal, por que o cachorro cheira tanto o dono?
Cheirar é uma das principais formas de comunicação dos cães. Então, quando um cachorro coloca seu focinho próximo ao dono, ele não está apenas sendo curioso. Na verdade, ele está coletando informações.
Pelo olfato, o animal consegue identificar o cheiro natural da pele, o perfume, o suor e até pequenas mudanças hormonais. É assim que ele reconhece o tutor, diferencia estados emocionais e entende o ambiente ao seu redor. Veja as possíveis interpretações desse hábito canino:
Carinho e vínculo emocional
Muitos cães demonstram carinho por meio do olfato. Ao cheirar o dono, eles reforçam o sentimento de pertencimento e confiança. É comum que esse comportamento aconteça em momentos de aproximação, descanso ou retorno do tutor para casa. O cheiro familiar traz tranquilidade e reforça o vínculo emocional.
Para alguns cães mais sensíveis, o cheiro do dono também é uma forma de conforto emocional. Por isso, eles podem cheirar ou encostar o focinho com mais frequência em momentos de ansiedade ou solidão, especialmente quando ficam longos períodos sozinhos.

Instinto e comportamento natural
Do ponto de vista instintivo, o ato de cheirar está diretamente ligado à sobrevivência e à socialização entre cães. Na natureza, os lobos e outros canídeos usam o faro para identificar membros do grupo e reconhecer hierarquias. Já no ambiente doméstico, o cachorro mantém esse instinto utilizando o olfato para entender o comportamento e o estado físico do tutor.
Cheirar o dono é, portanto, uma forma de “ler” o ambiente e garantir que tudo está bem. O animal identifica o cheiro da roupa, do suor e até de outros animais com os quais o tutor teve contato, o que ativa sua curiosidade e seu instinto investigativo.
Quando o cheiro pode ser um alerta
Em alguns casos, o comportamento de cheirar insistentemente o dono pode ter um motivo mais sério. Cães com olfato muito apurado conseguem detectar alterações químicas no corpo humano associadas a doenças, como diabetes, epilepsia e até certos tipos de câncer. Há relatos de cães que começam a cheirar de forma concentrada uma região específica do corpo antes de o tutor descobrir um problema de saúde.
Além disso, mudanças hormonais, estresse e ansiedade também podem modificar o cheiro natural da pele, despertando o interesse do cão. Portanto, se o comportamento surgir de forma repentina ou acompanhado de sinais de inquietação no cão, pode ser um alerta de que algo mudou – seja no tutor ou no próprio animal.
No fim das contas, o cachorro que cheira muito o dono está usando o olfato como forma de conexão. É um gesto que mistura curiosidade, instinto e afeto, e reforça a relação entre humanos e cães. Então, vale ficar atento a esse comportamento para tentar compreender o que o pet está “dizendo”.