Toda mãe e pai de pet sabe que é necessário ficar atento à saúde do cachorro, porque mesmo com todos os cuidados com o animal, alguns problemas podem surgir. A luxação de patela em cães, por exemplo, é um problema bastante comum e que pode afetar significativamente a qualidade de vida do seu amigo de quatro patas, trazendo bastante desconforto para ele. Para compreender melhor do que se trata esta condição, quais são os primeiros sinais da luxação em cachorro e que tratamentos são indicados, o Patas da Casa entrevistou o médico veterinário Luiz Henrique Malfatti , que é especializado em ortopedia veterinária. Veja o que ele nos contou e tire todas as suas dúvidas a seguir!

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Luxação de patela em cães: o que é e quais as causas desse quadro?

Antes de mais nada, é preciso entender que a patela - também chamada de rótula - é um osso que fica localizado no joelho dos cães, alinhado ao músculo do quadril, garantindo a sustentação do corpo e permitindo que o animal se movimente com facilidade. Tendo isso em vista, o especialista explica: “A luxação de patela em cães é uma doença congênita em que a patela ou rótula não fica em seu lugar normal, dando instabilidade e incômodo ao paciente”. Ou seja, na prática, ocorre o desencaixe do osso, o que acaba comprometendo os movimentos do animal.

As causas associadas a este quadro são, principalmente, as deformidades ósseas do fêmur e da tíbia, que podem acontecer devido à torção, rotação ou ao desvio desses membros. Além disso, a predisposição genética também deve ser levada em consideração. “Existem raças mais predispostas a esta condição, as chamadas "condrodistróficas", como: Shih Tzu, Lhasa Apso, Yorkshire, Pug, Bulldog Inglês e Francês, American Bully, Maltês, Spitz”, indica. Mas engana-se quem pensa que só os cães de pequeno porte podem sofrer com a luxação de patela. Cachorro grande, médio e até mesmo os sem raça definida (famosos vira-latas) podem apresentar essa condição, segundo o ortopedista. Outros fatores de risco são a luxação traumática ou atrofia dos músculos.

Luxação de patela: cães podem sentir muito incômodo com esta condição

Quando se trata da luxação de patela, o cachorro pode apresentar alguns sinais de que algo não vai bem com a sua saúde. Só que, diferente de outros problemas, não existem “sintomas” muito específicos, como um cachorro vomitando ou algo do tipo. O que pode acontecer, na verdade, é que ele vai apresentar maior dificuldade para se locomover e pode ficar ligeiramente abatido por conta da dor e do incômodo que acompanha a luxação patelar. Segundo Luiz Henrique, é possível perceber que o animal fica mais sensível ao toque na região do joelho, tem claudicação (cãibra) e costuma manter o membro semiflexionado. “Em casos de luxação bilateral, o cachorro também pode começar a caminhar com aspecto de coelho saltitando”, revela. Então, se o seu doguinho está mancando, evita se apoiar em uma das pernas e parece estar com dores, é importante levá-lo para uma consulta com o veterinário, porque pode ser um sinal de luxação em cachorro.

luxação de patela em cães: cachorro Yorkshire andando

 

Quais são os graus de luxação patelar em cães?

 

A luxação de patela tem diferentes graus, que variam de acordo com a gravidade de cada caso. Segundo o ortopedista, ela pode ser classificada em lateral, medial e proximal, sendo que a mais comum é a medial, e é dividida em 4 graus:

• Grau 1: Luxação patelar intermitente com deslocamento manual de toda extensão e redução espontânea na liberação.

• Grau 2: Luxação patelar frequente à flexão da articulação ou pressão digital, em que a redução espontânea não é sempre imediata.

• Grau 3: Luxação patelar permanente, em que a redução manual é possível, mas ocorre luxação recorrente espontânea quando liberada

• Grau 4: Luxação patelar permanente em que a redução manual não é possível.

Logo, de uma maneira geral, pode-se dizer que o grau 1 é o mais leve e que, com a ajuda do médico veterinário, é possível deslocar a patela para o lugar correto sem maiores problemas. Já nos graus 2 e 3, o auxílio manual também é uma opção, mas são situações um pouco mais difíceis. Por fim, o grau 4 é o mais grave de todos, em que não é possível resolver o problema apenas com a manipulação do médico.

Teste de luxação de patela em cães: saiba como é feito o diagnóstico

Segundo Luiz Henrique, o diagnóstico é feito através de exame físico onde é avaliada a ambulação (que é o ato de andar) e o trote do paciente. Além disso, também deve ser realizada uma avaliação da articulação do joelho, fazendo rotação externa e interna para examinar a patela. Outro fator importante para a obtenção do diagnóstico é a radiografia: “Ela auxilia na confirmação da ocorrência da condição, uma vez que mostra a patela luxada nos casos mais graves e demonstra as deformidades ósseas presentes”.

 

luxação de patela em cães: cachorro pulando

Luxação patelar: cão pode ser tratado com cirurgia ou tratamento conservador, dependendo do caso

 

Felizmente, a luxação de patela em cães é um quadro tratável e pode dispor de diferentes técnicas para isso, o que vai depender de acordo com a gravidade de cada caso. “Em casos de luxação de grau 1 não é indicada a cirurgia, tendo como opção o tratamento conservador para luxação de patela em cães com fisioterapia. Dessa forma, o profissional irá trabalhar o fortalecimento muscular da coxa para manter a perna em sua posição anatômica correta”, explica o médico veterinário. 

Já a partir do grau 2 de luxação de patela em cães, cirurgia é uma opção para os pacientes em questão. Conforme Luiz Henrique destaca, existem diversas técnicas cirúrgicas e a escolha da técnica será feita individualmente para cada caso.

Vale lembrar que a partir do momento em que houver qualquer suspeita de luxação em cachorro, é imprescindível buscar orientações de um profissional. “O risco de não tratar pode gerar instabilidade no joelho, trazendo desconforto, limitação de mobilidade, perda de massa muscular e possivelmente ocasionando a ruptura do ligamento cruzado cranial”, revela o ortopedista.

Cachorro: luxação de patela pode ser prevenida com hábitos saudáveis

Por mais que este quadro geralmente tenha origem genética, não custa nada cuidar dos nossos amigos de quatro patas da melhor forma possível, não é mesmo? “De modo geral, o principal cuidado que deve ser tomado é proporcionar ao animal hábitos mais saudáveis para que ele não se torne sedentário e fique com excesso de peso”, conta Luiz. Isso por si só já é de uma tremenda ajuda para manter a qualidade de vida do pet e evitar não apenas esse, como vários outros problemas de saúde também. Além disso, é preciso ficar atento a traumas na região e saltos muito altos, porque esses também são outros fatores que podem desencadear a luxação de patela em cães.

Redação: Juliana Melo