Cachorro

Glândula adanal de cães: o que é, qual a função, cuidados e complicações

Publicado - 03 Abril 2024 - 15h13

Atualizado - 09 Janeiro 2025 - 15h22

Foto da Amanda Carloni - Médica Veterinária Preventiva

Amanda Carloni / Médica Veterinária Preventiva

CRMV-BA: 5463

Formada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pós-graduada em clínica médica de cães e gatos pela Equalis. Especialista em Medicina Veterinária Preventiva.

Foto da Maria Luísa Pimenta - Redatora

Maria Luísa Pimenta / Redatora

Jornalista formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Falar sobre cães e gatos é algo que sempre me encantou, já que desde pequena tenho um grande apego por bichinhos. Nunca tive a oportunidade de cuidar de um animal de estimação, mas ter um cachorrinho vira-lata como meu melhor amigo de quatro patas sempre foi meu sonho. Enquanto ainda não adoto meu pet (o que espero acontecer em breve), vivo visitando amigos que têm cães e gatos para brincar, fazer carinho e me divertir com eles.

Meu primeiro estágio em Jornalismo foi no Patas da Casa, em 2021. Fiquei muito feliz com a oportunidade de falar mais sobre o universo pet que tanto me encanta. Em 2024, voltei para esse lindo projeto como redatora. Desde então, continuo aprendendo mais a cada dia sobre esses pequenos animais que podem fazer toda a diferença na nossa vida.

- Filme com animal preferido: "Perdido pra Cachorro"
- Uma raça de cachorro: Vira-lata
- Uma raça de gato: Siamês
- A curiosidade favorita sobre cachorros: O olfato canino é 100 mil vezes mais apurado que o dos humanos e o cachorro consegue sentir quando o dono está doente.
- A curiosidade favorita sobre gatos: Gatos conseguem enxergar no escuro e possuem uma visão periférica muito mais ampla que a dos humanos.
- Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Saúde e comportamento pet
- Um aprendizado: A adoção de um cachorro ou gato pode trazer inúmeros benefícios para a saúde física e mental, sendo assim uma grande fonte de felicidade para qualquer pessoa.
- Nome de pet favorito: Zeca

A glândula adanal de cachorro é uma parte muito importante da anatomia canina, apesar de pouco conhecida pelos tutores. Muito pequena e com uma localização bastante escondida, a presença da glândula adanal no cachorro normalmente só é percebida quando ela está inflamada ou passando por algum outro problema, como a fístula retal em cães. A glândula tem um papel fundamental durante a evacuação, além de estar relacionada ao comportamento de marcação de território. O Patas da Casa preparou um guia que te explica tudo sobre a glândula adanal de cães, desde suas funções até as complicações que podem surgir no local. Confira!

O que é a glândula adanal no cachorro?

Muitas pessoas não fazem ideia do que é a glândula adanal de cachorro e só descobrem a sua existência quando ela está inflamada. É possível perceber em fotos de glândula adanal em cachorro que o formato é de uma bolsa arredondada muito pequenininha. O cão possui duas glândulas que ficam localizadas cada uma em uma lateral da parte interna do ânus. Elas armazenam um líquido lubrificante de tom amarelo escuro e odor ruim. A glândula adanal de cachorro possui um pequeno orifício por onde esse líquido é secretado. É por isso que quando falamos dessa glândula de cachorro, cheiro ruim normalmente é associado a ela.

Funções da glândula adanal no cachorro estão relacionadas à lubrificação e marcação de território

A glândula adanal no cachorro tem duas funções principais: lubrificação e marcação de território. Quando o cão está evacuando, as fezes comprimem as duas glândulas, o que faz com que ela libere o líquido que está armazenado em seu interior. Esse líquido lubrifica as fezes, garantindo que elas passem pelo ânus do animal de maneira bem fácil. É por isso também que sentimos o cheiro ruim das fezes de cachorro, pois, como explicamos, o líquido que as lubrificam tem esse odor desagradável.

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Além disso, a glândula adanal de cachorro ajuda na marcação de território, uma vez que o seu cheiro característico ajuda a demarcar a presença do cão em determinado ambiente. Esse odor permite que os cães se identifiquem entre si. Isso também explica por que os cachorros cheiram o rabo uns dos outros, principalmente quando se conhecem. Por meio dessa glândula, cachorro exala um odor específico e é capaz de "ler" as informações de cada animal, ajudando os pets a se identificarem.

Inflamação na glândula adanal: cachorro pode desenvolver doenças na região

Infelizmente, algumas situações podem causar problemas no funcionamento da glândula anal. Cachorro passa a sentir um enorme desconforto quando sofre com essas condições. Esses problemas ocorrem quando há uma obstrução que dificulta o esvaziamento das glândulas, ocasionando uma inflamação.

Existem basicamente três tipos de inflamação que podem acometer a glândula adanal no cachorro. A primeira é a impactação, quando ocorre um acúmulo de líquido no interior das glândulas. O pet passa a sentir dor e apresentar inchaço na região. Normalmente, esse acúmulo acontece porque há um ressecamento do líquido. Esse problema é mais comum em cachorros idosos.

A segunda é a saculite, um tipo de infecção que surge com a inflamação dos sacos anais, podendo haver ou não a obstrução do ducto. Normalmente, há um aumento de secreção do líquido presente nas glândulas. Diversos fatores podem levar à infecção das glândulas anais. Por fim, temos o abscesso, que acontece quando há um grande acúmulo de pus na glândula adanal de cachorro, podendo ser uma consequência de casos de impactação ou saculite.

 

Imagem de atenção com cachorro e gatoGlândula adanal de cachorro

 

Fístula retal é uma das condições mais comuns que a glândula adanal no cachorro pode desenvolver

A fístula retal (ou fístula perianal) é um dos problemas mais conhecidos relacionados à glândula adanal no cachorro. Conforme explicamos, a glândula inflamada pode causar abscessos. Quando o abscesso se rompe, se forma a fístula. Essa fístula começa pequena, mas pode ir aumentando de tamanho até causar úlceras. Além disso, conforme progride, a fístula pode começar a afetar os tecidos mais internos, agravando ainda mais a condição. 

Sobre o problema, a médica veterinária Amanda Carloni explica: “A fístula retal trata-se de um canal de comunicação patológico que se forma entre o ânus e o interior dos tecidos profundos ou da pele”. Já, dentre os principais sintomas da doença, estão: mau cheiro na região do ânus, constipação, fezes com sangue, diarreia e febre.

Diarreia também pode causar problemas na glândula adanal de cachorro

A inflamação na glândula adanal de cachorro pode ter diferentes causas, como, por exemplo, alergias. Porém, uma das causas mais comuns é a diarreia. A diarreia em cachorro não é algo raro, uma vez que é um sintoma comum a diversas doenças.

Porém, é muito importante ter atenção. O cachorro com diarreira não precisa fazer força para eliminar as fezes. Elas simplesmente saem com facilidade. Assim, a glândula adanal de cachorro não precisa ser muito estimulada, o que acaba causando um acúmulo de líquido em seu interior. Consequentemente, o líquido fica obstruído e resseca, causando problemas na região.

A constipação, que é o oposto da diarreia, também pode ser um problema para a glândula anal. Cachorro que não consegue defecar também fica com a região sensível e o líquido não é eliminado, ocasionando os mesmos problemas de saúde. 

Glândula adanal em cães inflamada: sintomas mais comuns são mau cheiro e desconforto

Se você vir o cachorro arrastando bumbum no chão e com mau cheiro na região do ânus, é importante ficar alerta. As glândulas adanais podem sofrer diversos problemas, seja impactação, inflamação por alergias ou diarreia, formação de abscessos ou uma fístula retal.

Apesar de condições bem diferentes levarem à glândula adanal em cães inflamada, sintomas costumam ser bem parecidos. Eles normalmente estão relacionados ao desconforto que o pet sente quando a região está inflamada. É muito comum ver os cachorros com glândula adanal inflamada e com mau cheiro como consequência do inchaço e da substância de odor forte presente dentro das glândulas. 

No geral, os sintomas mais comuns que o tutor deve ficar alerta são:

  • Glândula adanal inflamada
  • Mau cheiro na região anal
  • Cachorro com ânus inchado
  • Cão arrastando bumbum no chão
  • Perda de peso e de apetite
  • Diarreia com sangue
  • Coceira e dor na região anal

Se suspeitar de algum problema, procurar na internet por "glândula adanal cães inflamada fotos" também é uma alternativa para comparar o caso do seu cãozinho com de outros cães. Essa glândula do cachorro que tem um mau cheiro precisa de muita atenção e é importante não deixar de levar seu amigo no veterinário nessas horas.

Glândula adanal: cachorro cheirando o rabo de outro cachorro
O cheiro da glândula adanal explica porque cães gostam de cheirar o rabo uns dos outros

Tumor na glândula anal: cachorro também pode desenvolver câncer no local

Existe ainda a possibilidade do cãozinho sofrer com tumor na glândula adanal. Cachorro com essa doença costuma ter todos os sintomas anteriores, mas também apresenta outras manifestações clínicas como fraqueza excessiva e letargia. O câncer em cachorro pode ainda se espalhar para outras partes do corpo em um processo chamado metástase. Por isso, é muito importante levar o pet ao veterinário para realizar exames assim que perceber qualquer sintoma diferente no animal. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhores são as chances de cura. 

Posso esvaziar a glândula adanal?

O líquido que sai da glândula adanal no cachorro tem um cheiro bastante desagradável. Por isso, muitos tutores se perguntam se tem problema esvaziar as glândulas de vez em quando para eliminar esse cheiro. Alguns pet shops, inclusive, fazem esse procedimento para eliminar totalmente o odor ruim e garantir que o tutor não reclame do cheiro do cachorro pós banho. Porém, a drenagem não é nada indicada em cães saudáveis, principalmente se feita por alguém que não é médico veterinário. 

Ao apertar a glândula adanal do cachorro com o intuito de esvaziá-la, o líquido presente em seu interior sai com uma pressão bem forte que pode machucar o animal. Além disso, pode acabar causando uma inflamação séria que leva à obstrução das glândulas e, consequentemente, a todos os problemas que isso causa no animal. Portanto, jamais esvazie a glândula adanal do cachorro e desconfie de pet shops que realizam esse procedimento pós banho e tosa.

Como esvaziar a glândula adanal do cachorro: entenda o procedimento

No dia a dia, jamais se deve esvaziar a glândula adanal. Cachorro, porém, pode precisar do esvaziamento em casos de obstrução. Mas como esvaziar a glândula adanal do cachorro? Para isso, é preciso primeiro levar o pet ao veterinário. Apenas o especialista deve realizar o procedimento. Pode parecer fácil e, por isso, muitos tutores tentam fazer por conta própria. Porém, o processo de como drenar a glândula adanal do cachorro é incômodo ao animal e, se feito da forma errada, pode acabar favorecendo a piora do quadro de infecção. 

O veterinário possui a técnica certa para evitar esse problema. Com muita cautela, o especialista vai realizar o processo de como esvaziar a glândula adanal do cachorro de forma gentil. Ele vai apertar suavemente a região para que o líquido seja eliminado aos poucos, evitando uma pressão muito forte na hora da expulsão. Em casos de obstrução intensa, o veterinário pode indicar um remédio para aliviar a dor do cachorro durante o procedimento.

Glândulas adanais de cachorro ectópicas precisam ser esvaziadas frequentemente

Existe uma condição chamada glândulas adanais ectópicas. São glândulas que estão localizadas em uma região bem mais abaixo e profunda do reto, onde elas não deveriam estar. Como consequência, as glândulas não são pressionadas durante a passagem das fezes. Isso acaba levando à obstruções frequentes, uma vez que o líquido não é expelido. Nesse caso, é fundamental realizar com certa frequência o esvaziamento da glândula adanal. Cachorro vai passar a ficar mais confortável e sofrer menos com as consequências desse problema. 

Porém, como já explicamos, o processo de como drenar a glândula adanal do cachorro deve ser sempre realizado pelo médico veterinário e isso inclui os casos de glândulas ectópicas. Apenas o especialista deve indicar o momento ideal para realizar o esvaziamento e somente ele deve fazer a drenagem. 

Como tratar problemas na glândula adanal: cachorro pode precisar de remédios e até de cirurgia

Casos de glândula adanal de cachorro inflamada podem ser tratados. Para isso, o veterinário precisa primeiro ter certeza do que está acontecendo com as glândulas e o que levou ao problema. Para obter o diagnóstico, o médico realizará a palpação do local e exames físicos.

Além disso, pode pedir radiografia do abdômen, tomografia computadorizada e ultrassonografia, exames fundamentais para excluir a possibilidade de tumor. Após o diagnóstico, o tratamento tem início. Em casos de obstrução da glândula anal, cachorro passará por uma limpeza. O veterinário vai esvaziar a glândula a fim de permitir que o seu fluxo volte ao normal. 

O profissional costuma prescrever remédios para ajudar no tratamento da inflamação e infecção. Normalmente, são utilizados antibióticos e anti-inflamatórios, mas pode variar dependendo de cada caso. Já em casos de glândula adanal no cachorro que tem tendência a inflamar regularmente, pode ser necessário realizar uma cirurgia de remoção de uma ou das duas glândulas. Vale ressaltar que para quadros de glândula adanal em cães inflamada, tratamento caseiro não existe! Sempre leve o pet ao veterinário para que ele realize cuida da forma mais adequada. 

Publicado originalmente em: 28/12/2022
Atualizado em: 03/04/2024

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