Ter um cachorro idoso que não responde mais a certos comandos, que voltou a fazer xixi e cocô no lugar errado ou que parece ter perdido um pouco da noção espacial pode ser mais sério do que se imagina. A síndrome da disfunção cognitiva canina é uma condição que costuma atingir cães mais velhos, principalmente a partir dos 7 anos de idade, e que acaba impactando bastante a vida desses animais. “O quadro refere-se a um conjunto de alterações comportamentais, que refletem a perda da capacidade de aprendizado, memória, atenção e noção espacial do cão”, explica o veterinário neurologista André Azevedo, do Rio Grande do Sul. Veja o que mais ele nos contou sobre o assunto!
Disfunção cognitiva: cão idoso está mais propenso a desenvolver o problema
Envelhecer é um processo natural, mas que pode deixar o cachorro idoso mais vulnerável a certos problemas, como a disfunção cognitiva canina. “É uma doença neurodegenerativa, que leva a uma perda da capacidade cognitiva maior do que seria considerada normal para a idade, podendo levar a estados de grave demência”, explica André. Segundo o especialista, alguns estudos ainda estão sendo feitos para tentar identificar a causa exata do problema, que ainda não foi totalmente esclarecida. “Alguns até encontraram semelhanças com a doença de Alzheimer em humanos. Porém, o mecanismo exato que desencadeia a síndrome ainda não foi totalmente elucidado”.
Outros estudos também chegaram a levantar a hipótese de que fêmeas, animais castrados e cães de pequeno porte também seriam mais suscetíveis à doença, mas ainda não houve a confirmação disso. “O que se sabe com certeza é que, quanto mais velho o cão, maior o risco de desenvolver a síndrome da disfunção cognitiva canina. Cães epilépticos também têm maior risco de desenvolver a doença, e bem mais cedo quando comparados a cães normais”.
8 sintomas da disfunção cognitiva canina
• Mudança do padrão de sono, dormindo durante o dia e permanecendo ativo à noite;
• Diminuição da interação com os donos e outros animais da casa;
• Desorientação, ficar perdido pela casa ou preso atrás de móveis e portas;
• Ansiedade;
• Andar compulsivo, principalmente à noite;
• Urinar ou defecar no local errado;
• Perda de aprendizado e memória, como o esquecimento de comandos que já sabia;
• Ficar latindo ou chorando em excesso, principalmente à noite.

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Entenda como é feito o diagnóstico da doença nos cachorros
Se você tem um cachorro idoso que começou a apresentar um ou mais sintomas de disfunção cognitiva, talvez seja o momento de buscar a ajuda de um profissional. “O diagnóstico é feito pelo médico veterinário baseado na idade do animal, histórico e sinais clínicos compatíveis com a doença, associado à exclusão de outras patologias que podem provocar sintomas parecidos, como desordens metabólicas ou tumores cerebrais”, conta André. Além disso, conforme o neurologista indica, também é possível realizar um exame de ressonância magnética, que cumpre papel importante nessa análise. Com a ressonância, é possível descartar outras doenças cerebrais e reforçar o diagnóstico da disfunção cognitiva canina.
Existe tratamento para a disfunção cognitiva nos cães?
Embora não exista cura para a disfunção cognitiva, com o diagnóstico confirmado é possível iniciar tratamentos capazes de retardar a progressão da doença e dar mais qualidade de vida ao cachorro idoso. “As opções incluem dietas e suplementos nutricionais específicos, medicamentos e acupuntura, tratamentos que podem ser orientados pelo médico veterinário de seu cãozinho”, sugere o veterinário.
Além disso, outra medida que pode ser bastante eficiente é investir em atividades voltadas para o estímulo físico e mental do animal. Existem várias opções, como os brinquedos interativos para cachorro que ajudam a estimular as habilidades cognitivas. Interações sociais (seja com humanos ou com outros animais), comedouros interativos, exercícios físicos regulares e ensinamento de truques e outros comandos básicos são pontos importantes no tratamento da doença.
Check-ups e estímulos físicos e mentais podem prevenir a disfunção cognitiva canina
Segundo o especialista, a principal recomendação para prevenir a doença são atividades de estimulação física e mental, já que esse tipo de exercício é o que mantém o cérebro ativo e retarda a progressão da demência. Outra medida preventiva que também pode ser acrescentada são as consultas de check-up regulares. Assim, é possível ter certeza de como está a saúde do cachorro idoso e até mesmo realizar o diagnóstico precoce da doença, o que certamente ajuda bastante no tratamento. “Muitos donos acabam confundindo os sintomas típicos da disfunção cognitiva com sinais de envelhecimento e só procuram ajuda quando a doença já está muito avançada”, alerta André. Por isso, caso haja qualquer indício ou suspeita de que o seu cãozinho está com disfunção cognitiva canina, não deixe de levá-lo ao veterinário! O acompanhamento médico é fundamental nesse momento.
Redação: Juliana Melo
