Cuidados dos animais

Tutora de cachorro gigante idoso compartilha lição ao vivenciar a terceira idade canina: "Não tenho tempo para reclamar, ela precisa de mim"

Publicado - 12 Março 2024 - 14h45

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

Foto da Laura Furtado - Redatora

Laura Furtado / Redatora

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. Desde pequena, sempre tive um amor e carinho especial por todos os animais. Quando completei 6 anos, meus pais me presentearam com um cãozinho da raça Bichon Frisé que chamamos de Billy. Foi o dia mais feliz da minha vida, fiquei horas chorando sem acreditar que ele era meu. Billy viveu 14 anos com a gente, mas virou uma estrelinha em 2019 depois de uma história linda ao nosso lado.

Em 2019, ganhei da minha sogra uma Dachshund, o famoso salsichinha, e desde então minha vida voltou a fazer sentido. Pode parecer clichê, mas nada explica o sentimento de amor e carinho que ter um pet proporciona. Nós decidimos chamar ela de Teteia, e não poderia existir nome melhor pra descrever ela. Teteia significa moça atraente, e a minha Teteia salsicha é realmente a coisa mais linda do mundo, além de ser extremamente carinhosa, companheira e engraçada.

Em 2023, participei de uma entrevista e entrei para o time do Patas da Casa. Fiquei muito feliz, porque sempre tive afinidade e carinho pelos animais, e não há nada melhor do que escrever sobre coisas que a gente ama, né. Me identifiquei de cara com os valores do Patas e sempre considerei o projeto de suma importância para tutores que, assim como eu, buscam se informar para garantir o melhor para os pets. Desde então, cada dia tem sido um aprendizado, e sou muito feliz por fazer parte de um projeto tão especial quanto o Patas.

• Filme com animal preferido: “Marley e Eu”
• Uma raça de cachorro: Vira-lata
• Uma raça de gato: Siamês
• A curiosidade favorita sobre cachorros: Os cães de suporte emocional podem agir como 'terapeutas', ajudando pacientes com ansiedade, depressão, autismo e estresse pós-traumático
• A curiosidade favorita sobre gatos: Os gatinhos tem efeitos positivos na sáude mental e física dos humanos
• Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Comportamento animal
• Um aprendizado: Adotar cachorro ou gato pode mudar a vida das pessoas e dos animais para melhores, trazendo muito amor e felicidade
• Nome de pet favorito: Larica

Conviver com um cachorro gigante nem sempre é fácil, especialmente quando esses peludos chegam na terceira idade e precisam receber cuidados específicos para manter uma boa qualidade de vida. Afinal, à medida que envelhecem, é natural que esses pets enfrentem alguns obstáculos no caminho, principalmente relacionados à saúde do cachorro

Nas redes sociais, Bruna Pistore, tutora de uma cadela gigante que vive na terceira idade, compartilha quais são as maiores dificuldades de conviver com um cão sênior desse porte. O Patas da Casa foi atrás de Bruna para conversar sobre essa relação, e ela acabou revelando uma experiência inspiradora ao lado da cadela, repleta de desafios que são superados com muito amor. Vem conferir essa história! 

Áquira é uma cadela gigante que é influenciadora digital 

Bruna Pistore é a tutora de Áquira, uma Dogue Alemão fêmea de 13 anos de idade que vive em Caxias do Sul, cidade localizada no Rio Grande do Sul. Áquira é uma pet influencer idosa, com 220 mil seguidores na conta do Instagram. Ela foi adotada por Bruna aos dois anos de idade e, desde então, tem vivido muitas aventuras e alguns desafios ao lado da família. 

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Em seu perfil, Áquira mostra como é o dia a dia de um cachorro idoso de porte gigante. Além de ter nascido com deficiência auditiva, a cadela possui alguns problemas de saúde que são comuns em cães mais velhos com seu porte, por isso precisa de cuidados especiais no dia a dia.

Dentre eles, Bruna revelou que Áquira tem problemas na coluna, foi diagnosticada com a síndrome da cauda equina, além de osteoartrite (artrose). Devido a esses problemas, ela tem bastante dificuldade de locomoção, então precisa de ajuda para se mover, além de utilizar órtese nas patinhas. A órtese é como se fosse uma tala e funciona para promover estabilidade à articulação e auxiliar nas funções de um membro.

Tutora revela os maiores desafios na convivência com cachorro gigante idoso

Devido aos problemas de locomoção de Áquira, ela precisa de muito apoio da tutora.  Bruna comenta que um dos maiores desafios de cuidar de cachorro idoso é o lado financeiro: “ Um cão idoso de porte gigante traz despesas proporcionais ao tamanho. Nós fazemos o possível e o impossível para trazer qualidade de vida pra ela. Isso significa custos bem elevados, seja com uma alimentação de boa qualidade, com suplementos, medicações de uso contínuo e fisioterapia semanal”. 

Além do alto custo para proporcionar uma boa qualidade de vida para Áquira, Bruna disse que é preciso ter muita paciência no dia a dia com o animal.  Como a mobilidade e o funcionamento do organismo do pet idoso não funcionam adequadamente, o tutor precisa ter paciência e comprometimento para seguir a rotina de cuidados necessária, além de saber lidar com pequenos “acidentes” do dia a dia. 

No caso da Áquira, por conta da síndrome da cauda equina, o funcionamento do intestino e da bexiga ficaram comprometidos. Por isso, é muito comum que ela deixe escapar xixi de cachorro acidentalmente. “O xixi escapa muitas vezes ao dia, sujando caminhas e cobertores. Utilizamos fralda para cachorro, mas às vezes não é o suficiente. Também acontece de escapar cocô. Para superar isso tudo, só com muito amor para não tornar isso um peso, e sim uma forma de retribuir tudo que ela fez por nós e toda felicidade que nos traz”, contou Bruna. 

Rotina de um cachorro idoso exige muita paciência e amor

Além dos cuidados diários envolvendo a alimentação e necessidades fisiológicas, Bruna realiza diariamente sessões de fisioterapia em cachorro para aliviar as dores e ajudar na mobilidade corporal. Em um vídeo compartilhado em sua rede, Bruna compartilha como é essa rotina, com muita positividade e empatia com a cadela. 
 
Áquira aparece deitada na cama de cachorro enquanto Bruna se encaminha para trás da cadela. Com as duas mãos, ela segura o bumbum de Áquira e ajuda a cadela a se levantar. Depois disso, a tutora começa a praticar a fisioterapia, pegando a patinha de Áquira e realizando movimentos circulares.

Na legenda da publicação, Bruna escreveu um comentário  emocionante: “Algumas pessoas escolhem ficar em casa reclamando da vida, a gente escolhe viver e aproveitar todo o tempo que temos!”. Confira o vídeo:

Relação com Áquira ensinou lições valiosas para tutora

Embora a convivência com cachorros gigantes seja repleta de desafios, Bruna revela que aprendeu muito com Áquira e conta qual foi a maior lição que tirou desse convívio: “Viver exige coragem, e Áquira tem muita vontade de viver. Aprendi a reclamar menos da vida, aprendi que cães são muito adaptáveis a tudo. Mesmo com todas dificuldades de locomoção, ela não desiste, ela quer estar conosco em tudo. E levamos ela por tudo! Inclusive, em abril, estaremos indo para Ushuaia (Argentina) e ela irá conosco. É sobre aprender a adaptar tudo, mas jamais deixá-la."

Áquira vive com outro cachorro gigante da raça Dogue Alemão em casa

Bruna Pistore é tutora de dois cachorros gigantes da raça Dogue Alemão. Além de Áquira, Bruna tem o LeBron, um cachorro macho de 5 anos que consegue ser ainda maior que Áquira. O perfil do Instagram é dedicado exclusivamente para esses dois peludos, e é por lá que Bruna compartilha a rotina deles. 

dois cachorros gigantes da raça Dogue Alemão posando para a foto ao lado de tutora
Bruna e seus dois cachorros gigantes: Áquira e LeBron (Créditos: Instagram/@aquira_e_lebron)

“Eles dormem muitas horas por dia, em torno de 18 horas. Quando estão acordados, comem e brincam com pelúcias (amam pelúcias). Como eles tem bastante diferença de idade, as brincadeiras já não são do mesmo ritmo. LeBron vai para a creche de cachorro duas vezes na semana para interagir com outros cães, já Áquira não vai, pois não é seguro para ela, devido aos problemas de coluna. Cuidamos muito da alimentação devido aos problemas de torção gástrica em cães, então sempre fico junto durante as refeições, e após isso, nada de agito”, contou Bruna.  
 

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