Com o passar dos anos, os gatos começam a apresentar mudanças no corpo que fazem parte do envelhecimento natural. Uma delas é a sarcopenia felina, condição caracterizada pela perda progressiva de massa muscular. Embora não seja exclusivo de gato idoso, esse processo costuma acontecer de forma silenciosa, geralmente a partir da maturidade do animal, e pode impactar diretamente sua mobilidade, energia e bem-estar.
O problema é que o tutor, muitas vezes, só percebe que a sarcopenia está ativa quando o gato apresenta sinais visíveis, como dificuldade para subir em móveis ou um corpo bem mais magro, especialmente nas patas traseiras e nas costas. Mas a boa notícia é que, com o diagnóstico correto e os cuidados certos, é possível controlar esse quadro, garantindo mais qualidade de vida para o bichano.
Para entender um pouco mais sobre esse assunto, conversamos com a médica veterinária Caroline Acquesta Canal, que explicou como reconhecer os sinais de sarcopenia em gatos e o que você pode fazer em prol da saúde do seu pet. Confira!
Como a sarcopenia surge em gatos?
Em termos gerais, a sarcopenia em gatos acontece quando o corpo do animal não consegue repor suficientemente o gasto de massa muscular que vai ocorrendo com o tempo. Isso costuma estar associado a diversos fatores que afetam a manutenção dos músculos, como:
Envelhecimento celular: com a idade, as células musculares perdem eficiência e a capacidade de regeneração diminui.
Menos atividade física: gatos idosos tendem a se movimentar menos, o que reduz o estímulo para manter os músculos fortes.
Alterações hormonais: a queda na produção de alguns hormônios ligados ao metabolismo e ao crescimento muscular contribui para a perda de massa.
Deficiências nutricionais: dietas pobres em proteínas ou em aminoácidos essenciais aceleram a perda muscular.
Doenças crônicas: condições como insuficiência renal, hipertireoidismo ou artrite podem agravar a sarcopenia.

Quais são os sinais da sarcopenia em gatos?
A sarcopenia felina não surge de um dia para o outro. Ela é um processo lento, multifatorial, que precisa de acompanhamento para ser controlada. Nesse sentido, quanto antes os sintomas dessa condição forem identificados, mais eficiente será o tratamento.
De acordo com a médica veterinária Carolina Acquesta Canal, os principais sinais que podem indicar sarcopenia em gatos são perda evidente da massa muscular, fraqueza muscular, dificuldade para pular ou subir em lugares altos, perda de peso (mesmo sem mudança na alimentação) e letargia (o gato fica menos ativo, brinca menos e passa mais tempo deitado).
Vale lembrar que esse quadro é um problema comum em gatos idosos, mas também pode afetar animais jovens. “Nesses casos, a perda da massa muscular é causada por alguma doença existente, como insuficiência renal, câncer, alterações metabólicas ou uma nutrição inadequada”, explica Caroline.
Por isso, a avaliação de um veterinário é indispensável para confirmar o diagnóstico. Somente o especialista saberá identificar se há uma doença ou outro fator que esteja causando esses efeitos no animal e orientará a melhor conduta.
Como tratar sarcopenia em gatos?
Uma vez diagnosticada, a sarcopenia felina pode ser tratada com um conjunto de medidas que ajudam a reduzir a progressão do quadro e melhorar a qualidade de vida do gato.
Segundo Caroline, o manejo envolve a oferta de uma dieta equilibrada, rica em proteínas de qualidade, suplementação alimentar (com aminoácidos essenciais, vitaminas, antioxidantes e ácidos graxos ômega 3 e 6) e estímulo à atividade física. Visitas regulares ao veterinário também são importantes para monitorar a evolução do quadro e ajustar o tratamento conforme necessário.
É possível reverter a sarcopenia em gatos?
Embora exista tratamento, a sarcopenia em gatos não pode ser totalmente revertida, já que está ligada principalmente ao envelhecimento. No entanto, é possível recuperar parte da massa muscular e desacelerar a perda, garantindo mais disposição e bem-estar para o pet.
Com a combinação de nutrição adequada, estímulo físico e acompanhamento veterinário, muitos gatos conseguem manter um bom nível de atividade, evitando complicações associadas à fragilidade muscular.