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Gato com Down? Saiba mais sobre a condição que acomete os felinos (e na verdade se chama Trissomia)

Publicado - 19 Novembro 2019 - 18h04

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

Alguns filhotes de gato podem nascer com traços que se assemelham às características de pessoas com síndrome de down. Então, logo são associados com a condição. Mas, na verdade, o termo “gato com down” não existe quando falamos dos felinos! Quando um bichano nasce com essas características, o nome correto é Trissomia, que ocorre quando há uma anomalia no par de cromossomos 19. Para tirar todas as nossas dúvidas do assunto, conversamos com Estela Pazos, médica veterinária especializada em medicina felina.

Gato com down: entenda mais sobre a trissomia

A Síndrome de Down é uma anomalia que só acomete os humanos e ocorre quando o indivíduo nasce com um cromossomo a mais no corpo, no caso o par de cromossomos 21. Quando falamos do gato doméstico, essa condição tem outro nome e ocorre no par de cromossomos 19. “A trissomia é uma anomalia genética onde o gato apresenta um cromossomo extra em seu DNA. Ela ocorre quando o material genético do feto em desenvolvimento é copiado de forma errônea e há acréscimo de um cromossomo a mais. Não é correto chamar essa condição de síndrome de down em gatos porque os gatos possuem apenas 19 cromossomos, ou seja, eles não possuem o cromossomo 21 como os humanos.”, explica a veterinária

Existem muitos tipos de Trissomia em gatos e não apenas a do cromossomo 19. Essa condição também pode aparecer em endocruzamentos, ou seja: quando há a cruza de pais com filhos ou entre irmãos. Também é possível ocorrer a trissomia em gatas prenhas acometidas por algum vírus, que pode causar uma deformação nos fetos.

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Cuidar de gato: quais os sintomas neurológicos que caracterizam essa condição?

A especialista em felinos nos explicou que esses animais podem apresentar características físicas e fisiológicas de um ser humano com síndrome de down. É justamente por isso que ocorre o erro na denominação. “Os gatos com essa condição podem apresentar dificuldade para caminhar, redução ou perda de visão ou audição, ter pouca massa muscular e apresentar problemas cardíacos. Além disso, possuem características físicas como olhos separados e voltados para cima, nariz largo e orelhas menores”, explica Estela. Outros sintomas que podemos encontrar em um gatinho com trissomia são:

  • Língua pendular;
  • Incoordenação motora;
  • Problemas na tireoide;
  • Problemas cardíacos;
  • Diferenciação no formato do crânio.
gato com down sentado em casa
Gato com down: essa condição não tem tratamento, mas não impede o gatinho de ter uma vida feliz, saudável e de muito amor.

Gato com Down: não existe tratamento para essa condição

Por ser uma alteração cromossômica, não há tratamento para reverter a Trissomia em gatos. O veterinário de confiança vai acompanhar o gato e pode entrar com tratamentos para enfermidades relacionadas à condição, que podem ser desenvolvidas a longo prazo. Esses problemas têm relação, principalmente, com a dificuldade de locomoção que se apresenta em muitos gatinhos com Trissomia. ”É possível melhorar a qualidade de vida adaptando a casa para ele e ao tratar as condições clínicas que apareçam”, explica Estela Pazos. “Um gato com trissomia deve receber acompanhamento veterinário constante para monitorar sua condição clínica e estabelecer a frequência necessária de rotina de consultas e exames”, complementa.

Gato vesgo pode levar uma vida normal como todos os outros!

Muitas pessoas acreditam que os gatinhos com a trissomia não podem ter uma vida normal, mas isso não é verdade. O que acontece é que podem apresentar dificuldades que vão influenciar diretamente na sua locomoção: eles devem viver em um ambiente adaptado para suas necessidades no dia a dia. “O gato com trissomia pode necessitar de um ambiente adaptado para a sua dificuldade de locomoção, com o uso de rampas, evitando locais altos. Se houver redução da visão pode ser necessário um treinamento para o gato se adaptar ao ambiente através de tapetes que ele sinta a textura”, indica a especialista. “Evite mudar os móveis de lugar pois o gato estranhará. Ele pode não conseguir se esquivar, e acabar batendo em algum móvel. Pode ser necessário adaptar o local e tipo das caixas de areia se o gato tiver dificuldade de acessá-las”, adiciona. A veterinária Estela diz ainda que um comportamentalista especializado em felinos pode ajudar na adaptação. 

Independente disso, é um fato que são gatinhos muito carinhosos, sociáveis e amáveis. Ser um gato vesgo, com olhos afastados ou com o formato da cabeça diferente não quer dizer nada perto da fofura e amor que ele pode te oferecer. Adote um gatinho especial, ele também merece muito amor e cuidados. 

Redação: Júlia Cruz e Maria Luísa Pimenta




 

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