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Gato com doença renal: como melhorar a qualidade de vida do pet ajustando o ambiente e a rotina

Publicado - 28 Dezembro 2025 - 11h57

Atualizado - 28 Dezembro 2025 - 13h08

Foto do Lucas Oliveira - Médico Veterinário

Lucas Oliveira / Médico Veterinário

CRMV-SP: 63361

Médico Veterinário formado pela Universidade de São Paulo (USP). Durante a graduação se envolveu em projetos voltados a Nutrição de Cães e Gatos, dentre eles o Programa Jovens Veterinários de Nestlé Purina. Atualmente atua na indústria de pet food como Representante de Informação Veterinária em Nestlé Purina. 

Foto de Adriana Douglas - Redatora

Adriana Douglas / Redatora

Jornalista formada desde 2010 pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, sou especialista na cobertura de temas diversos, que vão de saúde a estilo de vida, passando pelo universo pet em muitas ocasiões. Os animais, inclusive, são uma das minhas grandes paixões na vida, sendo que um sonho meu é abrir um santuário de animais junto com meu irmão veterinário, onde eu possa cuidar e dar muito carinho a todo tipo de bicho.

Sou uma gateira assumida: meu primeiro gatinho, Nano, chegou em casa quando eu tinha uns 5 anos de idade. Ele foi um gato cheio de personalidade, todo branco, de olhos amarelos, que viveu quase 18 anos. Depois, vieram outros três: Neno (“sialata” muito amoroso e bonzinho), Nino (dengoso, mas meio nervosinho) e Nina (uma gata tricolor medrosa, que adora dormir dentro dos armários).

Em 2018, uma gatinha de rua resolveu “adotar” a família do meu marido e passou a morar com meus sogros. Chamada Tigrinha (por causa do seu pelo), ela é de longe a gata mais amorosa, mansa e dengosa que existe. Essa gatinha, que nasceu com o rabinho curto, teve duas ninhadas de gatinhos conosco. Dos 9 filhotes, acabei ficando com dois: Milk (um macho preto e branco rajado peludão) e Shake (uma fêmea tricolor com “luvinhas” brancas). São meus “Pururucos”, meus filhos mansinhos e dengosos.

Eu poderia passar horas falando sobre gatos e toda espécie de bicho (também já resgatei uma calopsita na rua, que virou pet do meu irmão). E é por isso mesmo que é uma grande satisfação ser colaboradora do Patas da Casa!

• Filme com animal preferido: “A Dama e o Vagabundo”
• Uma raça de cachorro: Labrador
• Uma raça de gato: Vira-lata
• A curiosidade favorita sobre cachorros: Os filhotes de cachorro normalmente choram porque sentem saudade da mãe e dos seus irmãos.
• A curiosidade favorita sobre gatos: Os gatos afofam as cobertas e os humanos por uma lembrança do que faziam quando filhotes durante a amamentação.
• Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Raças de gatos e cachorros
• Um aprendizado: Os animais são excelentes companhias e parceiros fiéis para toda a vida!
• Nome de pet favorito: Meleca

A doença renal em gatos é uma condição relativamente comum, especialmente em felinos adultos e idosos, e representa um desafio contínuo para a saúde e o bem-estar do animal. Trata-se de um problema progressivo, que compromete a capacidade dos rins de filtrar toxinas do organismo, afetando diretamente a disposição, o apetite, a hidratação e a qualidade de vida dos pets.

Só que, apesar de não ter cura, esse quadro pode ser controlado com acompanhamento veterinário, alimentação adequada e, principalmente, ajustes no ambiente e na rotina do animal. De olho nesse assunto, o Patas da Casa conversou com o médico-veterinário Lucas Oliveira para desvendar quais mudanças no dia a dia podem fazer uma grande diferença no conforto e na longevidade de um gato renal.

O que é a doença renal em gatos e por que ela exige cuidados constantes?

A doença renal felina ocorre quando os rins passam a funcionar de forma inadequada, levando ao acúmulo de substâncias tóxicas no organismo. Ela pode surgir de forma aguda ou crônica, sendo a forma crônica mais frequente em gatos idosos. Os impactos são graduais, mas constantes, exigindo atenção contínua para evitar a progressão dos sintomas e melhorar a rotina do animal.

Gatos com doença renal tendem a apresentar maior sensibilidade a mudanças, desidratação frequente e redução de energia, o que torna o ambiente doméstico um fator essencial no controle da condição.

“Por se tratar de uma doença sem cura e sem remissão, o objetivo central do tratamento deve ser retardar ao máximo a evolução do quadro. Isso pode ser obtido através de um plano nutricional adequado, estímulo à ingestão de água e controle do estresse, além de acompanhamento frequente, a fim de monitorar o grau de evolução da doença e adaptar o tratamento de acordo com cada estágio”, explica Lucas Oliveira.

A importância da hidratação para gatos com doença renal

A hidratação adequada é um dos pilares para melhorar a qualidade de vida do gato com doença renal. Como os rins comprometidos têm dificuldade para concentrar a urina, a perda de líquidos é maior, aumentando o risco de desidratação. Porém, mensurar o nível de hidratação desses animais pode ser desafiador. A boa notícia é que, segundo Lucas, existem alguns “truques” de como saber se o gato bebe água suficiente, como:

  • Fazer o teste de turgor da pele: basta puxar a pele da região da nuca e soltar. Se ela voltar rapidamente é um bom sinal, se demorar a voltar indica que o gato está desidratado.
  • Checar as gengivas: elas devem estar lisas e brilhantes. Gatos desidratados possuem a gengiva seca e pegajosa.
  • Examinar os olhos: se estiverem fundos e opacos pode ser sinal de desidratação;
  • Avaliar a caixa de areia: pouco volume de urina pode indicar que o gato está bebendo menos água do que deveria.
  • Observar o comportamento do gato: uma redução na frequência de micção também pode estar relacionada a baixa ingestão de água, que é fator de risco para desidratação.
Gato recebendo carinho no colo da dona
Ambiente adaptado e rotina organizada são essenciais para o bem-estar de gatos renais

Para estimular a hidratação dos gatos, é fundamental manter vários potes de água espalhados pela casa, investir em fontes de água corrente e posicionar os recipientes sempre longe da caixa de areia. Ambientes tranquilos e acessíveis também favorecem esse hábito tão importante para a saúde renal. “A oferta de sachê para gatos renais e snacks úmidos também é uma excelente estratégia para aumentar a ingestão hídrica, já que possuem pelo menos 80% de água em sua composição”, acrescenta Lucas.

Alimentação adequada e rotina alimentar organizada

Junto com a hidratação, a alimentação adequada também exerce papel fundamental no controle da doença renal em gatos. Dietas específicas com ração renal, formuladas para reduzir a sobrecarga dos rins, ajudam a manter o equilíbrio do organismo felino e a retardar a progressão da doença.

“Geralmente, essa dieta terá níveis reduzidos de fósforo, maior quantidade de ômega 3 e maiores teores de potássio também. Mas vale lembrar que cada caso é um caso e somente o veterinário está apto a prescrever uma alimentação que irá auxiliar no tratamento do gato”, reforça Lucas.

Além da escolha do alimento, a rotina alimentar também influencia diretamente o bem-estar do pet. Oferecer refeições em horários regulares, em locais silenciosos e calmos, contribui para um melhor aproveitamento nutricional e evita a seletividade alimentar, comum em gatos com doença renal.

Ajustes no ambiente para mais conforto e menos estresse

Os tutores devem ter em mente que gatos renais tendem a se tornar mais sensíveis ao estresse e um ambiente adaptado é essencial para garantir conforto físico e emocional. Investir em algumas estratégias de enriquecimento ambiental para gatos pode manter o animal ativo, aconchegado e menos ansioso. De acordo com Lucas, isso pode ser feito por meio da disponibilização de prateleiras para escalada, arranhadores, brinquedos interativos, abrigos, esconderijos e locais de descanso de fácil acesso.

A previsibilidade é outro fator-chave para o bem-estar de gatos com doença renal. Manter uma atmosfera doméstica tranquila, sem grandes mudanças, e seguir horários fixos para alimentação e medicação já ajudam a reduzir o estresse e contribuem significativamente para a estabilidade da condição renal.

Acompanhamento veterinário é indispensável!

Embora os ajustes no ambiente e na rotina sejam essenciais, o acompanhamento veterinário regular é essencial no manejo da doença renal em gatos. Segundo Lucas, consultas periódicas, exames de controle e ajustes no tratamento garantem que o plano de cuidados esteja sempre alinhado às necessidades do animal.

No fim das contas, a combinação entre cuidados clínicos, ambiente adaptado e rotina organizada é o caminho mais eficaz para proporcionar qualidade de vida ao felino.

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