Saúde de cachorro

Fenda palatina em cães e gatos: o que é e como tratar?

Publicado - 03 Março 2023 - 16h24

Atualizado - 28 Junho 2024 - 10h37

Foto da Fernanda Serafim - Médica Veterinária Cirurgiã e Clínica Geral

Fernanda Serafim / Médica Veterinária Cirurgiã e Clínica Geral

CRMV 18424-SP

Formada em Medicina Veterinária pela Universidade Paulista e pós-graduada em clínica médica de pequenos animais pelo Instituto Quallitas.

Foto da Maria Luísa Pimenta - Redatora

Maria Luísa Pimenta / Redatora

Jornalista formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Falar sobre cães e gatos é algo que sempre me encantou, já que desde pequena tenho um grande apego por bichinhos. Nunca tive a oportunidade de cuidar de um animal de estimação, mas ter um cachorrinho vira-lata como meu melhor amigo de quatro patas sempre foi meu sonho. Enquanto ainda não adoto meu pet (o que espero acontecer em breve), vivo visitando amigos que têm cães e gatos para brincar, fazer carinho e me divertir com eles.

Meu primeiro estágio em Jornalismo foi no Patas da Casa, em 2021. Fiquei muito feliz com a oportunidade de falar mais sobre o universo pet que tanto me encanta. Em 2024, voltei para esse lindo projeto como redatora. Desde então, continuo aprendendo mais a cada dia sobre esses pequenos animais que podem fazer toda a diferença na nossa vida.

- Filme com animal preferido: "Perdido pra Cachorro"
- Uma raça de cachorro: Vira-lata
- Uma raça de gato: Siamês
- A curiosidade favorita sobre cachorros: O olfato canino é 100 mil vezes mais apurado que o dos humanos e o cachorro consegue sentir quando o dono está doente.
- A curiosidade favorita sobre gatos: Gatos conseguem enxergar no escuro e possuem uma visão periférica muito mais ampla que a dos humanos.
- Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Saúde e comportamento pet
- Um aprendizado: A adoção de um cachorro ou gato pode trazer inúmeros benefícios para a saúde física e mental, sendo assim uma grande fonte de felicidade para qualquer pessoa.
- Nome de pet favorito: Zeca

A fenda palatina em cães e gatos é uma doença hereditária que começa ainda na gestação da cadela ou da gatinha. Uma falha no desenvolvimento do feto leva à malformação na região do palato, mais conhecido como céu da boca. Muitas vezes confundida com o lábio leporino em cães e gatos (outra doença de malformação congênita), a fenda palatina não é uma condição comum nos pets. Quando aparece, porém, é bastante grave e precisa ser tratada o mais rápido possível. Para te ajudar a entender melhor o que é a fenda palatina em gato e cachorro, o Patas da Casa conversou com a médica veterinária Fernanda Serafim, cirurgiã e clínica geral pós-graduada em clínica médica de pequenos animais, que explicou tudo sobre essa condição perigosa. Confira!

O que é a fenda palatina em cães e gatos?

O "céu da boca" é o nome popular para se referir ao palato, região afetada pela fenda palatina em cães e gatos. Essa parte da anatomia canina e anatomia felina pode ser dividida em palato duro e palato mole. A estrutura é composta por um tecido mucoso, sendo que a porção dura conta ainda com uma placa óssea, que é ausente na porção mole. A função do palato é separar a boca e a cavidade nasal, além de ajudar nos processos de emitir sons e na deglutição.

A fenda palatina, portanto, é uma fissura que ocorre na região do palato. “A doença ocorre quando há uma disfunção do palato que gera a comunicação direta entre as cavidades oral e nasal por meio da fenda - que pode estar associada ou não à existência de uma fenda labial (lábio leporino)”, esclarece Fernanda. Em um quadro de fenda palatina, cachorro ou gato apresenta uma espécie de buraco na região, o que causa problemas respiratórios e alimentares. A fenda palatina pode ser completa (afeta os palatos duro e mole) ou parcial (afeta apenas um dos palatos).

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Fenda palatina e lábio leporino em cães e gatos: entenda a diferença entre as duas doenças

Muitas pessoas acham que a fenda palatina e o lábio leporino em cães e gatos são a mesma coisa, mas tratam-se de condições diferentes. A fenda palatina afeta o palato duro ou mole do animal. Já no cachorro ou gato com lábio leporino, a região atingida é o lábio. Trata-se de uma malformação que une o lábio superior à base do nariz. Essa condição pode acabar afetando ainda os dentes, a gengiva e o maxilar.  Em muitos casos de lábio leporino, cães e gatos também apresentam fenda palatina. Por isso, essas doenças acabam sendo confundidas com frequência.

Fenda palatina: cachorros e gatos com a condição têm dificuldade para respirar e se alimentar

A alimentação e a respiração do cachorro ou gato são as funções mais prejudicadas pela fenda palatina. Como há um buraco na boca, o alimento pode acabar indo parar no local errado. Em vez de seguir para o sistema digestivo do animal, vai para o trato respiratório, causando graves problemas de respiração. A alimentação também acaba sendo prejudicada nos casos de fenda palatina. Gato e cachorro não recebem os nutrientes essenciais, já que a comida não segue o caminho esperado. Além disso, a amamentação do filhote também é prejudicada, já que a fenda no palato impede a sucção do leite materno. Assim, o animal apresenta um déficit nutricional que abala gravemente o seu desenvolvimento. É por isso que, sem tratamento, o cachorro ou gato com fenda palatina pode não sobreviver por muito tempo.

A fenda palatina em gatos e cães tem origem hereditária

A fenda palatina traumática em gatos e cães é uma doença de caráter hereditário. Durante a gestação, o desenvolvimento da cabeça do feto não ocorre como planejado e os tecidos não se fecham da maneira como deveriam, ocasionando a fenda palatina. Fernanda explica, porém, que alguns fatores podem desencadear essa doença. “Foram encontradas relações com fatores ambientais, que incluem a exposição da mãe a raio-x e problemas nutricionais durante o desenvolvimento”, explica. A deficiência de algumas vitaminas e minerais é um grande problema durante a gestação de cadela ou gata, pois atrapalha a formação saudável do feto.

Qualquer raça pode apresentar a fenda palatina. Cachorro braquicefálico, porém, tem maior predisposição, uma vez que suas alterações na face acabam facilitando o surgimento da doença. Fernanda enumera algumas das raças de cães braquicefálicos que têm maior probabilidade de desenvolver a fenda palatina: Bulldog Francês, Bulldog Inglês, Pug, Boston Terrier, Pequinês, Shih Tzu e Boxer. Ela explica ainda que os casos de fenda palatina em gatos costumam ser mais frequentes na raça Siamês, apesar de que qualquer outra também pode desenvolver a doença.

fenda palatina em cães e gatos: cachorro e gato comendo ração
A fenda palatina em cães e gatos impede que o animal se alimente corretamente

Sintomas da fenda palatina: gato e cachorro apresentam engasgos

Nos casos de lábio leporino, cão e gato apresentam uma malformação bem visível, o que não ocorre na fenda palatina. Por isso, é muito importante ficar atento aos sintomas dessa doença para identificar a condição o mais cedo possível. Normalmente, a fenda palatina em cães e gatos começa a ser investigada quando o filhote apresenta engasgos frequentes durante a amamentação, já que ele não está conseguindo sugar o leite corretamente. Além disso, os alimentos e o leite materno costumam vazar pelo nariz, já que o buraco impede a ingestão. A veterinária Fernanda enumerou quais são os principais sintomas de fenda palatina em gatos e cães:

  • Presença de leite materno, alimentos e secreções extravasando pelas narinas
  • Engasgos durante a deglutição (inclusive mamada)
  • Secreção nasal
  • Aerofagia
  • Náuseas
  • Espirros
  • Tosse
  • Salivação em excesso
  • Traqueíte
  • Dispneia

Como é o tratamento da fenda palatina em cães e gatos?

Após avaliar os sintomas de fenda palatina em gatos e cães, o médico veterinário pode requisitar ainda um exame físico da cavidade oral. Após o diagnóstico, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível. Na maioria dos casos, a cirurgia de fenda palatina em gatos e cães é o mais indicado. “A técnica cirúrgica é adotada para a correção da deformidade e deve ser de acordo com as condições do paciente. A identificação precoce da lesão favorece a instituição de medidas terapêuticas e de suporte nutricional”, esclarece Fernanda.

O objetivo da cirurgia em gato de fenda palatina, assim como no cachorro, é fechar o buraco existente no palato. A região é restituída e o animal passa a respirar e a se alimentar corretamente. Após a cirurgia de fenda palatina em gatos e cães, o pet passará por um período de cicatrização. O ideal é que nas primeiras quatro semanas após o procedimento o animal se alimente apenas com comidas pastosas, como a ração úmida para gato e cachorro.

Cirurgia de fenda palatina em gatos e cães não pode ser feita nos primeiros meses de vida

É importante ressaltar que não tem como fechar fenda palatina em gatos e cães nos primeiros meses de vida. Fernanda explica que o filhote só pode realizar a cirurgia quando tiver uma idade suficiente para ser submetido à anestesia animal, que é essencial para que o procedimento ocorra. Isso só acontece a partir dos três meses de vida. Portanto, enquanto não se tem a idade necessária para a cirurgia de fenda palatina em gatos e cães, o pet deve se alimentar de outras maneiras. “Até que o filhote possa ser submetido à cirurgia, ele se alimentará por um tubo de gastrostomia ou usará uma prótese para o palato, a fim de manter seu estado nutricional”, explica.

É possível prevenir a fenda palatina em cães e gatos?

A fenda palatina em cães e gatos é uma doença bastante grave, mas é possível evitar que o pet a desenvolva com alguns cuidados. “Trata-se de uma condição hereditária, então podemos tentar evitar por meio do melhoramento genético e de uma boa suplementação na gestação”, explica Fernanda. É fundamental que a cadela ou gata prenha receba uma alimentação de qualidade, pois essa é a melhor maneira de garantir que o feto vai obter os nutrientes essenciais e, consequentemente, terá um desenvolvimento saudável.

Conforme explicou Fernanda, o uso de suplementos são uma boa maneira de garantir que a gata ou cadela grávida não sofra com o déficit nutricional. A fêmea prenha precisa de um acompanhamento veterinário durante toda a gestação. Portanto, leve-a sempre para fazer os exames necessários e não perca consultas. Por fim, vale ressaltar que a castração de cachorro ou gato que nasce com fenda palatina é importante, pois isso evita que eles se reproduzam e tenham filhotes com a mesma doença.

Redação: Maria Luísa Pimenta

Edição: Luana Lopes

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