A diabetes canina é um problema sério e delicado que afeta significativamente a qualidade de vida dos cães e que, se não for tratada adequadamente, pode até ser fatal. Por isso, quanto antes o tratamento for iniciado, maiores são as chances do cachorro conseguir viver com a doença sem ser tão prejudicado. Mesmo que a enfermidade seja bastante conhecida no universo humano, a diabetes em cachorro ainda desperta muitas dúvidas, principalmente no que se refere ao tratamento e às mudanças na rotina do pet. Para esclarecer todas essas questões, conversamos com a médica veterinária Ludmilla Vieira, que é especializada em endocrinologia animal.
Diabetes em cachorro: como funciona o tratamento da doença?
Quando o diagnóstico aponta que o cachorro tem diabetes, a primeira atitude da maioria dos tutores é entender como ajudar o cãozinho nesse momento. Alguns até recorrem à internet e logo digitam “diabetes cachorro tratamento” nos sites de buscas, mas será que essa é a melhor forma de lidar com o problema? A resposta é não. Mesmo que a intenção seja boa, é fundamental conversar com o médico veterinário para ter todas as orientações necessárias.
“O tratamento preconizado para a diabetes tanto em cães quanto em gatos é sempre por meio insulinoterapia, que pode ser de uso humano (os animais respondem muito bem e existem estudos científicos que comprovam sua eficácia nesses animais) e insulinas veterinárias. O cachorro diabético deve receber o medicamento inicialmente a cada 12 horas sempre após a alimentação e obrigatoriamente sob prescrição médica”, explica a especialista.
Não existem contraindicações para o uso de insulina em cães diabéticos, de forma que o tratamento é recomendado em todos os casos. No entanto, é importante ficar atento às orientações do veterinário. “Existem várias insulinas no mercado. A escolha da insulina é individual e vai variar de caso pra caso e de acordo com a espécie do animal”, esclarece.
Diabetes em cachorro: tratamento “caseiro” com nutracêuticos controla os níveis glicêmicos
Diferente do que acontece na medicina humana, não existem medicamentos capazes de ajudar um cachorro diabético. O que pode acontecer, segundo Ludmilla, é a recomendação de nutracêuticos para auxiliar no tratamento da doença: “Os nutracêuticos são compostos bioativos presentes nos alimentos que possuem benefícios para o organismo. Nos casos da diabetes canina, os nutracêuticos auxiliam no controle dos níveis glicêmicos. Alguns exemplos que podem ser utilizados nesses casos são: alecrim, farinha de banana verde, canela em pó, gengibre, entre outros”. Ainda assim, é muito importante conversar com um profissional de confiança para entender melhor como isso funciona e como introduzir esses alimentos na dieta do seu pet.

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O cachorro diabético precisa de algumas mudanças na alimentação
Os cuidados com a alimentação do cachorro são essenciais para garantir o sucesso do tratamento da diabetes, e por isso algumas mudanças são necessárias. “O paciente diabético deve receber uma dieta específica composta por teores reduzidos de carboidratos complexos (baixo índice glicêmico) e quantidade de fibra moderada. A soma de uma dieta pobre em carboidratos com teor moderado de fibra evitam a elevação brusca da glicemia”, explica a endocrinologista.
A nutrição do pet pode ser feita de duas formas distintas: com a alimentação natural ou com alimentos já prontos, como ração e patê produzidos especialmente para o cachorro diabético. Já a alimentação natural deve ser prescrita por um médico veterinário com especialidade em nutrição canina - tudo isso em conjunto com o endocrinologista que acompanha o cãozinho.
Diabetes: cachorro pode praticar atividades físicas?
“O cachorro diabético pode e deve praticar atividades físicas. Como os receptores para a insulina ficam na musculatura, quando esta musculatura está ativa a insulina tem sua ação otimizada”, revela a médica. Por isso, o indicado é que essa ativação na musculatura ocorra por meio de atividades físicas antes do cachorro comer e também antes da aplicação de insulina. Segundo Ludmilla, uma simples caminhada rítmica, de aproximadamente 15-20 minutos, já é capaz de ajudar bastante o cãozinho diagnosticado com a condição.
Cachorro diabético: é fundamental estabelecer uma rotina para o tratamento dar certo
Embora a diabetes em cachorro não tenha cura, é possível tratar e controlar a doença com os cuidados adequados. Isso ajuda a promover maior qualidade de vida para o cãozinho. “O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao estabelecimento de uma rotina. Isto é, uma rotina de alimentação adequada e aplicação de insulina nos horários corretos, rotina de atividade física e rotina de controles periódicos realizados pelo médico veterinário. Seguindo à risca todas as orientações do médico veterinário a chance de sucesso do tratamento é enorme”, conclui Ludmilla.
Redação: Juliana Melo
