Cachorro

Otohematoma em cães: o que é a doença que deixa a orelha de cachorro inchada?

Publicado - 02 Agosto 2022 - 16h05

Atualizado - 21 Abril 2024 - 20h36

Foto do Roberto dos Santos Teixeira - Médico Veterinário

Roberto dos Santos Teixeira / Médico Veterinário

CRMV 6726-RJ

Formado em Medicina Veterinária pela UFRRJ e pós-graduado com mestrado em Ciências Veterinárias pela UFRRJ. Especialista em dermatologia, clínica médica e Leishmaniose Visceral Canina.

Foto da Maria Luísa Pimenta - Redatora

Maria Luísa Pimenta / Redatora

Jornalista formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Falar sobre cães e gatos é algo que sempre me encantou, já que desde pequena tenho um grande apego por bichinhos. Nunca tive a oportunidade de cuidar de um animal de estimação, mas ter um cachorrinho vira-lata como meu melhor amigo de quatro patas sempre foi meu sonho. Enquanto ainda não adoto meu pet (o que espero acontecer em breve), vivo visitando amigos que têm cães e gatos para brincar, fazer carinho e me divertir com eles.

Meu primeiro estágio em Jornalismo foi no Patas da Casa, em 2021. Fiquei muito feliz com a oportunidade de falar mais sobre o universo pet que tanto me encanta. Em 2024, voltei para esse lindo projeto como redatora. Desde então, continuo aprendendo mais a cada dia sobre esses pequenos animais que podem fazer toda a diferença na nossa vida.

- Filme com animal preferido: "Perdido pra Cachorro"
- Uma raça de cachorro: Vira-lata
- Uma raça de gato: Siamês
- A curiosidade favorita sobre cachorros: O olfato canino é 100 mil vezes mais apurado que o dos humanos e o cachorro consegue sentir quando o dono está doente.
- A curiosidade favorita sobre gatos: Gatos conseguem enxergar no escuro e possuem uma visão periférica muito mais ampla que a dos humanos.
- Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Saúde e comportamento pet
- Um aprendizado: A adoção de um cachorro ou gato pode trazer inúmeros benefícios para a saúde física e mental, sendo assim uma grande fonte de felicidade para qualquer pessoa.
- Nome de pet favorito: Zeca

O otohematoma é uma doença que acomete a orelha de cachorro e causa bastante incômodo no animal. Apesar do termo não ser tão conhecido, o otohematoma em cães é bastante comum. A orelha inchada de cachorro é um dos principais sintomas dessa condição que costuma aparecer quando o cão está com outra doença base. O Patas da Casa conversou com o médico veterinário especialista em dermatologia Roberto Teixeira. Ele explicou o que é otohematoma, quais são suas causas e como o otohematoma canino deve ser tratado. Confira!

O que é otohematoma em cães?

O otohematoma afeta diretamente a orelha do cachorro. Essa doença surge quando há um acúmulo de sangue no pavilhão auricular. “É um hematoma que ocorre dentro da orelha. Há um descolamento entre a pele e a cartilagem que fica dentro da orelha por uma hemorragia e começa a acumular sangue lá dentro, causando o otohematoma”, explica Roberto. Ele ressalta que o otohematoma em cães é sempre na orelha, não no ouvido do cachorro.

O otohematoma canino normalmente é consequência de outra doença

O otohematoma aparece quando há alguma causa base que faz com que o animal tenha um trauma na região. Roberto explica que, normalmente, esses traumas acontecem por conta de uma agressão, por sacudir demais a cabeça ou quando o cachorro coça as orelhas e a cabeça em excesso. A motivação desses comportamentos de sacudir e balançar a cabeça em excesso está associada a algum outro problema, como explica Roberto: “Às vezes, quando o animal está com otite canina ele sacode demais a cabeça e coça por conta disso. Ou então, tem uma sarna otodécica, que faz com que ele desenvolva o otohematoma”. Quando falamos de otohematoma, cachorro de qualquer raça pode desenvolver a condição. Porém, ela costuma ser mais frequente em raças que tem o tipo de orelha de cachorro pendular, como Basset Hound e Cocker Spaniel.

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Cachorro com orelha inchada: conheça os sintomas do otohematoma

O cachorro com orelha inchada é o principal sintoma do otohematoma. Cães sofrem com o acúmulo de sangue na região, o que acaba ocasionando esse inchaço. Além disso, Roberto destaca outros sintomas de otohematoma em cães: “Dor, orelha quente e avermelhada e, normalmente, a cabeça fica virada para o lado do otohematoma”. Na maioria das vezes, a doença afeta uma das orelhas, mas pode acontecer de as duas sofrerem com o quadro. O cachorro fica extremamente desconfortável e, por isso, precisa de tratamento rápido. Portanto, ao perceber a orelha inchada de cachorro e os outros sintomas, leve-o ao veterinário para que ele seja avaliado e receba um diagnóstico preciso.

otohematoma em cães: veterinário examinando orelha de cachorro
Em fotos de otohematoma em cães podemos ver a orelha de cachorro inchada

Tratamento do otohematoma: cachorro precisa passar por cirurgia 

Quando há suspeita de otohematoma, é necessário investigar (por meio de exames e avaliação clínica) qual é a sua causa base para, então, tratar o problema. “Existem técnicas menos ou mais invasivas, mas não é um tratamento medicamentoso: é um tratamento cirúrgico ou clínico, fazendo curativo compressivo etc”, explica Roberto. A cirurgia é fundamental para retirar as substâncias que estão se acumulando e deixando o cachorro com orelha inchada. Também é realizada uma lavagem com soro. Durante a cirurgia para tratar otohematoma, os cães devem ficar sedados. Esse tratamento é o método mais eficiente para curar o otohematoma canino. 

Em alguns casos, são realizadas drenagens simples, em que o conteúdo é sugado por uma seringa sem necessidade de anestesia. Esse método, porém, tem mais efeito quando realizado ainda no início do otohematoma. Vale ressaltar que a causa base deve ser tratada. Ou seja: se a orelha de cachorro inchada por otohematoma tiver sido originada em virtude de uma otite, a doença primária precisa ser cuidada. Se não for tratada, o animal continuará com o problema secundário.. 

Prevenir doenças base vão evitar o desenvolvimento do otohematoma

Não existe uma forma de prevenir especificamente o otohematoma em cães, uma vez que ele surge por causa de outro problema pré-existente. “Para evitar o otohematoma, deve-se procurar a doença base antes que o otohematoma ocorra e tratar essa doença primeiro”, orienta Roberto. Portanto, é muito importante que doenças como otite canina, sarna de ouvido ou qualquer outra que possa levar ao otohematoma sejam prevenidas e tratadas. Manter o acompanhamento veterinário frequente, prestar atenção nos comportamentos e sinais que o cão apresenta e levá-lo ao médico sempre que perceber algo diferente é a melhor maneira de evitar o otohematoma canino.

Redação: Maria Luísa Pimenta

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