A leishmaniose canina é uma doença muito séria. Durante muito tempo, a eutanásia foi a única opção para os cachorros com leishmaniose: até 2016, era uma obrigação determinada pelo Ministério Público. Com o avanço da medicina veterinária, essa alternativa foi desconsiderada e, por isso, investir no tratamento correto com o acompanhamento de um veterinário é crucial para garantir que o cachorro tenha qualidade de vida - e que essa zoonose não seja transmitida para humanos. Já temos aqui no Patas da Casa um guia completo com tudo que você precisa saber sobre essa doença. Agora, vamos te explicar como é feito o tratamento dessa enfermidade e porque é importante que você se dedique a cuidar do seu pet enquanto ele viver. Confira!

Leishmaniose canina tem cura?

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Infelizmente, a leishmaniose não tem cura. O animal que se tornou um reservatório da doença precisa receber tratamento constante e ter cuidados específicos com relação ao ambiente onde vive. Tudo isso porque a doença é transmitida pelo Lutzomyia longipalpis (mosquito-palha) e, caso esse mosquito volte a picar o animal infectado, pode levar a doença para outros animais e pessoas. Lembrando que a leishmaniose é uma zoonose, ou seja, ela atinge animais e humanos - mas o cachorro não é o transmissor da doença e sim o mosquito. Por isso, o tratamento e a prevenção da doença são essenciais.

Leishmaniose canina: tratamento é feito pelo resto da vida do animal

É necessário e muito importante que se tenha o acompanhamento constante de um veterinário depois do diagnóstico da leishmaniose canina. Maycon explica que, uma vez que o exame de leishmaniose for positivo, não há necessidade de repetir para ter certeza do diagnóstico a cada consulta, mas sim fazer outros tipos de exame para controle da doença. “Um cachorro diagnosticado deve receber tratamento: leishmaniose canina pode gerar problemas renais e hepáticos, porque acaba comprometendo o sistema orgânico do animal. Se ele parar o tratamento, a doença pode se manifestar novamente. É um tratamento que não tem fim e deve ser imediato, ou seja, assim que o tutor receber o diagnóstico”, explica o veterinário Maycon Farias de Barros, do Rio de Janeiro. Ele acrescenta que existe a necessidade de manter esse animal isolado, em um ambiente telado e sempre limpo.

Leishmaniose canina: tratamento caseiro com fruto da amazônia pode simplificar a terapia da doença

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em 2018, começaram a estudar um possível medicamento que pode simplificar o tratamento da leishmaniose em humanos e animais. A matéria-prima da inovação é o Jucá, um fruto amazônico que já é utilizado por ribeirinhos na forma de chá para tratamento de diversas doenças. Segundo as pesquisas, a emulsão do fruto permite a manipulação em formato de creme para o combate de úlceras e feridas, que são sintomas característicos da doença. 


O Mussum fazia um tratamento para leishmaniose com medicamentos diários
O Mussum fazia um tratamento para leishmaniose com medicamentos diários

Leishmaniose em cachorro: o Mussum foi portador da doença e recebeu o tratamento até o fim

A Carolina Igi, administradora que mora no Mato Grosso do Sul (a segunda região com índice endêmico da doença), tinha um Rottweiler chamado Mussum. Ele era positivo para leishmaniose canina. Mesmo tomando a vacina todo ano e usando coleiras repelentes, não foi possível prevenir a doença. Como ele tinha uma saúde muito boa, demorou para que o diagnóstico fosse positivo. Ela nos contou que, assim que recebeu a confirmação da doença, teve que começar um tratamento com um único remédio regulamentado pela Anvisa para a enfermidade. 

O problema é que esse remédio é muito caro. Cada rodada do tratamento, que dura cerca de um mês, fica na faixa de R$1000 e R$5000 - de acordo com o peso do cachorro. Somente esse remédio pode ajudar na fase inicial da doença. Além dele, há um outro remédio que deve ser dado todos os dias para o resto da vida do animal, que é de manutenção do sistema imunológico. “A leishmaniose faz com que o cachorro não tenha imunidade a nenhuma doença. Qualquer coisa que acontece, a doença volta mais forte. Você tem que fazer mais rodadas do medicamento dependendo do caso”, conta Carol. 

A família do Mussum investiu no tratamento da doença até o momento onde o animal não teve mais qualidade de vida. Quando ele tinha cerca de 9 anos de idade, precisou ser eutanasiado. “Ele desenvolveu a leishmaniose em placas em volta do pescoço e não conseguia mais engolir. Essas feridas abrem a pele do animal, até ficar em carne viva, é horroroso. Quando isso acontece não tem mais jeito de regredir a doença”, lamentou. 

Leishmaniose em cachorro: atenção para os sinais da doença

A leishmaniose em cães tem alguns sinais específicos. O animal pode apresentar problemas de pele - com feridas que nunca saram - unhas que crescem além do normal (um problema chamado de onicogrifose) e secreção ocular. Além disso, também pode haver um aumento de creatina dos coxins (as almofadinhas das patas), gerando um processo de hiperqueratose, que é quando a pele fica mais áspera. Esses sinais também são cruciais para que o veterinário possa diagnosticar a doença corretamente, com o auxílio de um exame de sangue. 

Redação: Júlia Cruz