Assim como as pessoas, os cachorros também podem desenvolver um quadro de hipotireoidismo. O problema acontece quando a tireoide, glândula responsável por produzir hormônios, passa a não funcionar corretamente. Embora não seja considerada uma doença grave, a condição exige acompanhamento veterinário regular e bastante atenção por parte dos tutores. Para entender melhor o assunto e tirar todas as dúvidas a respeito do hipotireoidismo canino, o Patas da Casa conversou com a Dra. Cristina Elillo, que trabalha como veterinária há mais de vinte anos. Confira!
O que é o hipotireoidismo em cães?
O hipotireoidismo canino é uma doença endócrina, ou seja, é o reflexo de uma desregulação na quantidade de hormônios produzida pelo organismo do cachorro. Segundo a Dra. Cristina, a condição é causada pela secreção insuficiente de hormônios tireoidianos. Isso significa que a tireoide, pequena glândula localizada no pescoço dos animais, está produzindo menos hormônios do que deveria. Essa substância hormonal é uma das grandes responsáveis por regular o nível de energia do pet e, como já era de se esperar, tem forte influência no bem-estar dos bichinhos.
Ainda de acordo com a veterinária, o hipotireoidismo geralmente acomete animais de meia idade, entre 4 e 10 anos de vida. Por essa e outras razões, quem tem um cachorrinho mais velho em casa deve redobrar os cuidados e a atenção com o dog. Vale ressaltar que cães jovens não estão livres de desenvolver a doença e também merecem um acompanhamento responsável.

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Hipotireidismo canino x hipertireoidismo canino: entenda as diferenças
Se o hipotireoidismo é a insuficiência de hormônios tireoidianos, o hipertireoidismo é o excesso. Diferente da primeira doença que discutimos, o hipertireoidismo é muito raro entre os cachorros. Na maioria das vezes em que ocorre, está associado à existência de carcinomas de tireoide (uma neoplasia comum entre os tumores da glândula).
Entre seus principais sintomas clínicos, podemos citar o aumento da massa do pescoço do animal, anorexia, hiperatividade, diarreia e polifagia (comer objetos que não são alimentos). As opções de tratamento incluem o uso de medicação para reduzir a produção de hormônios, cirurgia para remoção parcial ou total da tireoide e a retirada da glândula através da utilização de iodo radioativo.
Sintomas do hipotireoidismo em cães incluem ganho de peso e letargia. Saiba mais!
Agora que já fizemos este breve contraponto entre as doenças provocadas pela produção irregular dos hormônios da tireoide, está na hora de voltar o nosso foco para o hipotireoidismo. Este mal indesejado é um problema interno, relacionado ao funcionamento do organismo do cachorro. Por esse motivo, os tutores podem acabar deixando passar os primeiros indícios do problema. "Os sintomas tendem a aparecer precocemente em raças predispostas, como boxer, beagle e poodle, por exemplo. Os hormônios tireoidianos influenciam na função de vários órgãos. Por isso, os sinais de hipotireoidismo são muito variados", explica a veterinária.
Entre os sinais, que normalmente aparecem de forma sutil e gradual, estão:
- Alterações metabólicas, como letargia
- Inatividade
- Ganho de peso sem aumento do apetite
- Intolerância ao frio
- Retardo mental
- Intolerância a exercícios
De acordo com a especialista, anormalidades na pele também são bastante comuns. "Observados em 60% a 80% dos casos em cães com hipotireoidismo, os sinais cutâneos clássicos incluem alopecia bilateral, geralmente simétrica e não pruriginosa (poupa a cabeça e as extremidades). A cauda do animal pode ser afetada, ganhando a denominação de 'cauda de rato'", acrescenta. As alterações musculares, por sua vez, podem levar a atrofias, arrastamento de membros, convulsões, entre outros. Vale lembrar que cada cão pode reagir de uma maneira distinta à doença. Por isso, é essencial contar com o diagnóstico de um profissional!

Tratamento do hipotireoidismo em cães
A profissional explica que o diagnóstico da doença pode ser feito através de exames clínicos e laboratoriais. Outra alternativa é testar a resposta do organismo à reposição dos hormônios da tireoide. "A suplementação do hormônio tireoidiano é indicada para o tratamento do hipotireoidismo confirmado e também para a tentativa de diagnóstico da doença por meio da resposta clínica à terapia", esclarece a Dra. Cristina.
Em grande parte dos casos, a reposição dos hormônios via medicação oral é uma boa solução. A forma de tratamento mais apropriada deve ser indicada por um veterinário capacitado e vir acompanhada de uma dieta apropriada. Muitos cães conseguem conviver com a doença por muito tempo, sem perder sua qualidade de vida.
Hipotireoidismo em cães: é possível evitar? Descubra as principais causas da doença!
Quando nossos bichinhos ficam doentes, é normal procurar loucamente as causas do problema para conseguir evitá-lo no futuro. Porém, no caso do hipotireoidismo canino, não há muito o que o tutor possa fazer. A doença, na maioria das vezes, está associada a problemas congênitos (o que justifica a predisposição de determinadas raças). Além da questão genética, enfermidades como o câncer e outras condições autoimunes também podem contribuir para o desenvolvimento do hipotireoidismo em cães. Portanto, já que não existem medidas muito eficientes para evitar o hipotireoidismo canino, a única saída é ficar de olho no dog para identificar com agilidade os possíveis sinais da condição e iniciar o tratamento o mais cedo possível.
Redação: Doris Marinho
