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Gato com diarreia crônica: veterinária explica as características da tricomoníase nos felinos

Publicado - 30 Novembro 2020 - 19h26

Atualizado - 09 Janeiro 2025 - 16h19

Você conhece a tricomoníase? Essa doença parasitária é transmitida pelo protozoário Tritrichomonas foetus, que ao chegar no intestino grosso causa a diarreia crônica em gatos. A doença é mais comum em animais com menos de um ano de idade e que vivem em um ambiente com muitos gatos, como abrigos e gatis. Para saber mais sobre a tricomoníase e como tratar esse tipo de diarreia em gatos, o Patas da Casa entrevistou a médica veterinária Jéssica de Andrade para esclarecer algumas dúvidas sobre a enfermidade. Confira!

Gato com diarreia pode ser tricomoníase

A manifestação clínica predominante da tricomoníase é a diarreia crônica ou intermitente. A veterinária Jéssica de Andrade explica mais detalhadamente a doença: “Os gatos infectados pelo protozoário causador da tricomoníase podem se apresentar assintomáticos ou, quando apresentam sintomas, é caracterizada por uma diarreia crônica que pode ou não conter sangue ou muco. Além disso, devido à diarreia, alguns animais podem ficar com o ânus inflamado." 

Infelizmente, felinos que vivem nas ruas, em locais com muitos animais ou em condições mais precárias de higiene estão mais propensos a contraírem o protozoário. "Os mais afetados são o gatos de gatis ou que possuem vida livre, pois a transmissão acontece principalmente pelo compartilhamento de caixa sanitária ou contato direto com as fezes de um animal contaminado”, explica 

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Mas afinal, como diferenciar uma gato com diarreia da tricomoníase?

Um gato com diarreia pode ter causas variadas: vermes, alimentação inadequada, intoxicação e até intolerância a algum ingrediente da ração. Enquanto alguns casos são pontuais e necessitam de poucos cuidados, outros podem demandar um tratamento mais específico. No entanto, diferenciar uma diarreia considerada "normal" do quadro crônico não é difícil: a duração do sintoma é determinante para o diagnóstico. “A diarreia crônica é quando o gato tem episódios de diarreia frequentemente. Esses intervalos de diarreia podem ser de até semanas ou meses, levando o tutor a tratar como episódios isolados, por acreditar que não tem ligação”, esclarece Jéssica. Segundo a profissional, existem relatos de gatos positivos para tricomoníase que apresentaram diarreia por mais de dois anos. 

Gato com semblante abatido
Gato com diarreia crônica: a tricomoníase pode durar meses ou até mesmo anos

Tricomoníase felina: como é feito o diagnóstico?

Como qualquer doença, não é possível que seja feito o diagnóstico sem a avaliação de um médico veterinário. Apesar de ser o principal sinal clínico da tricomoníase, a diarreia crônica em gatos pode ter outras causas. O primeiro passo para saber o que está provocando a diarreia no gato é o tutor associar a diarreia como um problema recorrente e não um episódio isolado. Além da tricomoníase, a doença intestinal inflamatória, linfoma, alergia alimentar, dentre outras doenças, podem deixar o gato com diarreia. A veterinária Jéssica explicou como é feito o diagnóstico da tricomoníase: “É realizado com exame clínico do paciente e avaliações seriadas de parasitológicos de fezes frescas. Pois em apenas um único exame o protozoário pode não ser detectado. O parasitológico de fezes é um exame que avalia se naquela amostra existem parasitas presentes e, por isso, podem ser necessário coletar mais de uma amostra até conseguir identificar a presença do parasita.”

Como é o tratamento e prevenção da tricomoníase?

O tratamento do gato com diarreia crônica vai variar de paciente para paciente e da resposta dele às terapias iniciais. “A doença pode deixar sequelas no intestino, o que leva à continuidade da diarreia mesmo depois de expelir o parasita", explica a veterinária. Ainda que seja um quadro complexo, é super fácil prevenir a contaminação do seu gato doméstico. Segundo a profissional, a melhor forma de prevenção é não permitir que o gato tenha acesso à rua, evitar o compartilhamento de caixa de areia com gatos novos e não deixar que o bichano tenha contato com fezes de animais desconhecidos.

Redação: Hyago Bandeira

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