Ao buscar um cachorro para adotar em abrigos ou feirinhas, é normal se deparar com uma grande quantidade (e variedade) de cães que precisam de um lar: de diferentes tamanhos, idades, traumas e temperamentos. Infelizmente, os cachorros idosos ocupam o final da lista de prioridades dos adotantes. Por um lado, essa escolha é justificável pelo pouco tempo de vida restante - afinal, queremos viver ao máximo junto com nossos animais, né?! Por outro, isso carrega uma triste realidade: muitos cães idosos chegam ao fim da vida sem sentirem o amor e acolhimento de uma família.
Adotar um cachorro idoso é, sem dúvida, um ato de amor e empatia por esses bichinhos - que provavelmente já sofreram muito. Para te inspirar a abrir o coração para essa experiência, conversamos com três adotantes que adotaram cães idosinhos e mudaram a vida deles (e as próprias, claro). Elas contaram as motivações, como foi a adaptação e os cuidados que esses bichinhos demandam no dia a dia.
Afinal, por que adotar um cachorro idoso?
Todo bichinho merece ser amado e tratado com carinho e respeito, mas infelizmente não é isso que acontece com todos eles. Muitas vezes, o cachorro idoso carrega abandono e, às vezes, maus-tratos. Foi isso que sensibilizou a Danielle Tanaka, do Rio de Janeiro, a adotar a Maruja (que já virou estrelinha): “Ela foi abandonada numa casa sozinha, amarrada a uma coleirinha, era alimentada a cada três dias e tinha um tumor que devia ter 1/5 do peso dela. Diante desse cenário, eu não cogitei outra opção senão resgatá-la.”
Já Nathália de Carvalho é voluntária de uma ong que resgata animais em São Paulo, chamada AUmigos do Bem. Lá, ela conta que de vez em quando aparecem casos de maus-tratos com bichinhos idosos, como foi o caso do Bidu, que estava sofrendo muito e não tinha um lar temporário para ficar. “Acabei me oferecendo para fazer o lar temporário, já sabendo que seria difícil a adoção dele, e foi amor à primeira vista. No primeiro contato, percebi o quanto ele precisava de atenção e alguém que pudesse oferecer todo o amor do mundo a ele, principalmente após tudo o que ele sofreu”, conta Nathália.
A Caroline Helpa, de São José dos Pinhais (PR), por outro lado, não era voluntária mas acompanhava o projeto Animais sem Teto e já tinha a pretensão de adotar um cãozinho. Depois de ver o caso da Brigite, de nove anos, que foi “descartada” pelo seu criador, a curitibana não pensou duas vezes: “Quando vi o caso dela, tive imediata motivação de adotar a fim de proporcionar uma vida de amor, sem exploração, ainda que fosse por um breve período”.
Cachorro idoso é mais “fácil” de cuidar do que filhotes e cães adultos?
Por já ter vivido boa parte da sua vida, o cachorro idoso gasta bem menos energia do que um filhote ou um cão na fase adulta. “Ele demanda menos energia no dia a dia do seu tutor. Grande parte dos cachorros idosos ficam mais preguiçosos também e passam a maior parte do tempo em cochilinhos, o que não significa que não tenham energia pra sair pra passear, viajar, brincar”, comenta Danielle. Esse é o caso da Brigite, cachorrinha da Carol, por exemplo, que é muito companheira e tranquila, e até se dispõe para brincadeiras e passeios, mas tudo com muita moderação.

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Cachorro idoso: quais cuidados são necessários?
Assim como qualquer outro cãozinho, o cachorro idoso também precisa de alguns cuidados a mais com a saúde. A atenção com a alimentação, por exemplo, é de extrema importância para não comprometer o organismo do animal. Como Nathália lembra, o ideal é que a ração seja de boa qualidade e sem corantes, e não se deve oferecer nada que fuja da dieta deles, como carne temperada ou ossos, já que isso pode acabar prejudicando a saúde do animal. “Sempre fico atenta se o Bidu está se alimentando bem, se o aspecto da urina e fezes estão normais, se ele está ativo e não apresenta nenhuma dificuldade (de se locomover, respiratória). Tudo isso é muito importante para que, caso haja alguma mudança na rotina, a gente consiga detectar rapidamente e tratar no médico veterinário”, orienta.
Danielle, tutora da Maruja, concorda: “No que se refere à saúde, os cães idosos necessitam do mesmo cuidado que cães mais jovens (vacina para cachorro, ida regulares ao veterinário), mas às vezes, por sua idade avançada, algum cuidado extra precisa ser tomado”.
Cachorros para adotar: as vantagens de ter um cãozinho idoso ao seu lado
Uma das maiores vantagens de levar um cachorro idoso para dentro de casa é que o animal é capaz de aproveitar a companhia do seu tutor de uma forma bem mais tranquila. Como eles são naturalmente mais calmos, até mesmo pelo cansaço da velhice, é muito mais fácil de conviver com esses cãezinhos. “Há uma rotina mais regular e tranquila, e eles já sabem se comunicar de maneira mais efetiva com o tutor”, afirma Carol.
Além disso, a tutora do Bidu, Nathália, acredita que o cachorro idoso também pode ser um pouco mais carinhoso: “Quando o Bidu se recuperou, abraçava a nossa perna de um jeito que nós sabíamos que aquilo era um agradecimento. Ele ainda faz isso, e sinto que ele tem uma paixão e cuidado imensos conosco, como se ele nunca tivesse tido isso e aproveitasse ao máximo”.

Adotar cachorro idoso é um ato de amor!
“Quero adotar um cachorro, mas não sei qual escolher". Se você se identificou com essa frase, é hora de parar para pensar que, dentre o grupo de cães para adotar, tem também os idosos. A maioria das pessoas geralmente prefere procurar cachorros que são filhotes ou adultos, mas os mais velhinhos também merecem uma chance, né? “Adotar um idosinho é mais do que simplesmente dar um lar a ele e diminuir o número de animais idosos em abrigos. É se dedicar ao máximo para que eles possam ter um restinho de vida digno, com amor, atenção e carinho. Eles merecem isso e a nossa missão é ajudar para que eles se sintam acolhidos e em paz”, destaca Nathália.
Já Carol Helpa acredita que dar essa chance a um cão idoso é uma forma de proporcionar uma história feliz ao doguinho, ainda que breve: “Muitos deles passaram por situações ruins durante grande parte de sua vida ou, então, se viram privados do amor da sua família. Proporcionar condições de carinho e tranquilidade é muito pacificador”.
Lembre-se que, por mais que o cachorro idoso fique menos tempo do seu lado, os momentos com ele podem ser igualmente inesquecíveis. “A gratidão que eles têm por aqueles que os acolhem e o amor que demonstram são infinitos. É algo que eu nunca conheci em nenhuma relação humana. Apesar de ter passado apenas 17 meses com a minha Marujinha, ela me transformou e transformou a forma como eu encara a vida”, desabafa Danielle.
Redação: Juliana Melo
