Causada por várias espécies de ácaros, a sarna é uma doença de pele que acomete gatos e cachorros – embora seja menos comum nos felinos. Infelizmente, a sarna em gatos é altamente contagiosa, inclusive para humanos, e pode deixar o animal praticamente sem pelos e com a pele extremamente irritada em sua manifestação mais grave. Para entender como essa dermatose parasitária funciona, é importante saber que cada tipo de sarna afeta os gatinhos de forma diferente. A seguir, conheça as principais variedades da doença e suas características.
Quais são os tipos de sarna em gatos?
Os gatos são suscetíveis a diferentes tipos de sarna, incluindo a sarna sarcóptica (escabiose canina), sarna demodécica (sarna negra), sarna notoédrica (escabiose felina), sarna otodécica (ácaro da orelha) e a queiletielose (“caspa ambulante”). Veja mais detalhes sobre cada uma abaixo:
1. Sarna demodécica em gatos: doença provoca coceira e lesões na pele
A sarna demodécica, também chamada de sarna negra, pode ser causada por duas espécies de ácaros: Demodex cati e Demodex gatoi. Esses agentes microscópicos são residentes normais da pele felina, mas podem se proliferar exageradamente ao encontrar um animal com sistema imunológico comprometido, entre outros fatores.
Os sinais clínicos variam de acordo com a espécie do ácaro e podem aparecer sob forma localizada ou generalizada. O Demodex cati, normalmente encontrado nos folículos capilares, pode causar queda de pelos, inflamação da pele e crostas, especialmente em áreas ao redor das pálpebras, face, queixo e pescoço. Já o Demodex gatoi, que geralmente vive sobre a superfície da pele, gera coceiras intensas e lesões que podem levar a infecções secundárias.
Os ácaros Demodex são específicos de cada espécie, ou seja, um cachorro infectado não pode transmitir a doença para um gato, e vice e versa. Além disso, esses parasitas encontrados em animais domésticos não são disseminados aos seres humanos. O Demodex gatoi é o único que pode ser transmitido de gato para gato.
2. Sarna otodécica em gatos: o ácaro que inflama a orelha do animal
Esse tipo de sarna é caracterizado pela inflamação do canal auditivo causada pelo Otodectes cynotis, o “ácaro da orelha”. Ele afeta especialmente os felinos, mas também pode acometer cães e, em raríssimos casos, os humanos. Apesar da sarna otodécica em gatos se concentrar no ouvido, os ácaros podem ser espalhar para a pele de outras partes do corpo do animal.
Como consequência, o gato com sarna passa a se coçar muito e sacudir a cabeça para tentar aliviar o incômodo. Esses, por sinal, são os mesmos sintomas da otite em gatos e, por isso, é comum as duas condições clínicas serem confundidas. Nos casos mais graves da sarna otodécica, a infecção bacteriana/fúngica secundária pode complicar ainda mais a doença. O tímpano também pode ser rompido.



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3. Sarna notoédrica em gatos: coceira intensa e irritações de pele são alguns dos sintomas
Também conhecida como sarna felina, a sarna notoédrica é uma doença cutânea rara, mas extremamente contagiosa – tanto entre gatos como de gatos para outros animais. Esse tipo de infestação de ácaros é muito semelhante ao ácaro sarcóptico encontrado em cães, com a mesma aparência, ciclo de vida e sinais clínicos.
Os sintomas da sarna notoédrica em gatos incluem coceira intensa, queda de pelos e irritações severas. As infecções na pele geralmente começam pelo rosto, orelhas e pescoço mas podem se espalhar para o restante do corpo.
4. Sarna sarcóptica em gatos
A sarna sarcóptica, também conhecida como escabiose canina, pode aparecer em gatos que entraram em contato direto com cães ou outros animais infectados. No entanto, a transmissão indireta, embora seja menos comum, também pode ocorrer. Por conta da forma de contágio, os felinos que vivem ao ar livre estão mais suscetíveis a pegar esse tipo de sarna. Como os ácaros são altamente contagiosos para animais e pessoas, a sarna sarcóptica também é uma preocupação para nós, humanos.
Entre os sintomas iniciais estão a coceira intensa, pele seca, queda irregular de pelos e inchaços sólidos. No próximo estágio, como o gato se coça muito ou morde o local para aliviar o desconforto, a pele afetada pode ficar bem danificada, causando feridas com crostas. Elas costumam aparecer primeiro na região das articulações, abdômen, peito e orelhas, mas podem afetar todo o corpo se o problema não for diagnosticado e tratado rapidamente.
5. Queiletielose em gatos
Na queiletielose, os ácaros são chamados de “caspas ambulantes” pelo jeito que se movem sob a camada de queratina da pele, deixando resquícios de escama sobre a superfície dos pelos. Essa infestação é muito contagiosa, especialmente em lugares onde vivem muitos animais de estimação, e pode ser transmitida para os humanos.
Além dos pequenos pedaços de pele morta (caspa) que caem da pele, os gatos com queiletielose podem apresentar queda de pelos, irritação cutânea, prurido e dermatite miliar felina (crostas com pequenas protuberâncias ao redor). Alguns felinos não demonstram sinais do problema, mas mesmo assim estão suscetíveis a transmitir os ácaros para humanos e outros animais.
Dicas de prevenção da sarna - gato pode se manter saudável em um ambiente sempre limpo
Muitos veterinários descrevem a sarna em gatos como a doença que mais causa coceiras nos felinos. Isso por si só já é motivo suficiente para os tutores ficarem de olho nas dicas para reduzir o risco do animal de estimação ser afetado pela doença. Assim como o controle de pulgas, um ambiente limpo e organizado é muito importante para ajudar a impedir que seu gatinho pegue sarna. Outro cuidado importante é lavar frequentemente a roupa de cama e outros tecidos que o bichinho costuma deitar em cima.
O remédio para sarna em gato funciona? Como é o tratamento?
O tratamento da sarna em gatos varia de acordo com a doença e suas manifestações clínicas. Na clínica veterinária, o profissional, após confirmar o diagnóstico, vai prescrever um remédio para sarna de gato para poder eliminar os ácaros. A medicação poderá ser por via oral, tópica ou por meio de injeção. O veterinário também poderá receitar um shampoo antibacteriano, assim como anti-inflamatórios e antibióticos, para tratar a pele e aliviar as inflamações causadas pela sarna.
Redação: Guilherme Segal
