Todas as raças de gato nascem com características físicas e comportamentais moldadas pela genética. Ou seja, alguns gatinhos podem nascer com pelos longos, enquanto outros nascem com o pelo mais curto. O mesmo vale em relação à saúde felina. Enquanto algumas raças de gato já nascem naturalmente com a saúde mais forte, outras apresentam propensão a desenvolver doenças hereditárias.
Na maioria das vezes, esses problemas de saúde estão associados a cruzamentos seletivos das raças ao longo das gerações. Pelo menos foi isso que cientistas norte-americanos e finlandeses compartilharam em um estudo recente. Veja o que eles descobriram e descubra quais são as 5 raças de gato mais propensas a desenvolver condições genéticas!
Estudo revela que gatos de raça apresentam maior predisposição a desenvolver doenças hereditárias
Um estudo publicado na Plos Genetics, uma revista científica que trata sobre assuntos envolvendo genética, revelou que gatos de raça têm mais chance de desenvolver doenças genéticas ao longo da vida. Para chegar a essa conclusão, eles avaliaram o DNA de mais de 11 mil gatinhos, de mais de 90 raças de gato diferentes.
Eles identificaram 13 variantes ligadas à doenças em 47 raças de gato que ainda não haviam sido associadas a essas condições. Por outro lado, algumas variantes genéticas, como a da doença renal crônica em gatos, diminuíram drasticamente em certas raças, o que comprova que identificar e rastrear marcadores genéticos pode ajudar a evitar a propagação de doenças nas gerações futuras.
O estudo também revelou que os gatos vira-lata são mais resistentes às doenças de origem genética do que os de raça. De acordo com os cientistas, isso acontece porque eles apresentam uma maior variedade genética, o que os torna menos suscetíveis a doenças hereditárias. Ou seja, os gatos vira-latas são mais saudáveis que os gatos de raça, de uma maneira geral.
1) Gato Persa
Considerado uma das raças de gato mais populares do mundo, o gato Persa pode desenvolver uma série de doenças genéticas ao longo da vida. De acordo com uma pesquisa publicada na Scientific Reports, dois terços de gatos Persas sofrem com pelo menos um problema de saúde.
Primeiro, por ser um gato braquicefálico, com o focinho curto e o crânio achatado, ele pode desenvolver tantos problemas respiratórios quanto oculares. Eles apresentam dificuldade de respirar, apneia do sono e podem sofrer com a úlcera de córnea. Além disso, a raça Persa também pode sofrer com a lágrima ácida em gatos, uma secreção ocular escura que mancha a pelagem do rosto do felino. E por falar em pelagem, o gato Persa também tem tendência a desenvolver doenças de pele, como a dermatite.
Mas é a doença renal policística em gatos Persas que mais preocupa os tutores. Ela é caracterizada pela presença de cistos que destroem os rins e atrapalham o seu funcionamento. Alguns estudos sobre o tema demonstram que 35% dos Persas podem portar o gene para a doença renal policística.
2) Maine Coon
Considerado um gigante gentil, o Maine Coon também é uma das raças de gato com maior propensão a doenças hereditárias. A doença mais perigosa que eles podem desenvolver é a cardiomiopatia dilatada em gatos, condição caracterizada pelo aumento do músculo cardíaco que atinge o fluxo sanguíneo do animal. Além disso, por ser uma das maiores raças de gato do mundo, eles também podem sofrer com a displasia coxofemoral, uma condição que afeta a mobilidade do bichano e provoca dores.
3) Sphynx
O Sphynx, uma das raças de gato consideradas mais exóticas devido a ausência de pelo, sofre com doenças de origem genética justamente devido a essa característica peculiar. A dermatite em gatos, por exemplo, é muito mais comum nesse gatinho do que em um gato peludo. Eles também apresentam uma maior predisposição a desenvolver o câncer de pele em gatos por causa da ausência de pelos. Além disso, assim como o Maine Coon, o gato Sphynx também pode desenvolver a cardiomiopatia hipertrófica e displasia coxofemoral.
4) Scottish Fold
O Scottish Fold, aquele gatinho que possui as orelhas dobradas para frente, também não escapa das doenças de origem genética. A mais grave é a osteocondrodisplasia, uma doença degenerativa que afeta o desenvolvimento da cartilagem e é responsável pela característica mais marcante da raça: as orelhas dobradas.
O que poucos sabem é que essa condição compromete também as articulações da cauda do gato, joelho e tornozelos, então esses bichanos podem nascer com membros mais curtos e deformados. Como consequência, esses gatinhos podem sentir dor ao se locomover e até perder a capacidade de andar. Além desse problema super grave, o Scottish Fold também pode sofrer com a cardiomiopatia hipertrófica e com rins policísticos.
5) Ragdoll
Considerada uma das raças de gato mais carinhosas e tranquilas que você vai conhecer, é impossível não se apaixonar pelo Ragdoll. No entanto, essa fofura toda não foi capaz de blindar o gato Ragdoll de desenvolver doenças genéticas ao longo da vida. De acordo com um estudo publicado na revista científica Genômica, esse bichano apresenta uma mutação no gene ligado ao desenvolvimento da cardiomiopatia hipertrófica, exatamente como o Maine Coon.
Mas esse não é o único problema que pode surgir na vida do Ragdoll. Assim como o gato Persa, a raça Ragdoll pode sofrer com a doença renal policística, condição que não tem cura. Além disso, esses animais também têm uma maior tendência a sofrer com a obesidade felina.
