Gato

Displasia coxofemoral em gatos: como identificar e o que fazer

Publicado - 23 Junho 2020 - 19h38

Atualizado - 29 Abril 2024 - 09h53

Foto do Felipe Ramires - Médico veterinário

Felipe Ramires / Médico veterinário

CRMV CRMV: 49.216-SP

Formado em Medicina Veterinária pela Universidade São Judas e pós-graduando em Especialização de Clínica Médica de Pequenos Animais pela Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (ANCLIVEPA).

Foto da Juliana Melo - Repórter

Juliana Melo / Repórter

Jornalista formada pela Facha (Faculdades Integradas Hélio Alonso). Sempre amei o universo pet e meu sonho sempre foi ter um cachorro ou gato, mas essa ainda é uma realidade um pouco distante pra mim. Me sinto um pouco Felícia perto dos bichinhos, e acho fantástico poder entender um pouco melhor o comportamento deles e ajudar tantos tutores por aí!

A oportunidade de entrar na equipe do Patas da Casa foi incrível, porque apesar de não ter um pet, sempre tive muita vontade de conhecer e compreender melhor esse universo. Hoje me sinto praticamente uma ‘expert’ em comportamento de cães e gatos e uma das maiores incentivadoras da adoção animal.

• Filme com animal preferido: “Sempre ao Seu Lado”
• Uma raça de cachorro: Dachshund
• Uma raça de gato: Maine Coon
• A curiosidade favorita sobre cachorros: A maneira como um cão se comporta depende principalmente da criação que ele recebe
• A curiosidade favorita sobre gatos: Os gatos enxergam os humanos como seus semelhantes (basicamente como se fôssemos gatos gigantes)
• Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Comportamento animal
• Um aprendizado: Adotar um cachorro ou gato é uma das decisões mais bonitas que alguém pode tomar, mas que precisa ser feita com muita responsabilidade
• Nome de pet favorito: Bilbo

A displasia coxofemoral em gatos não é uma doença tão comum, mas ainda assim deve ser motivo de certa atenção. Esse, inclusive, normalmente é um dos motivos por trás de um gatinho mancando, já que a patologia causa muita dor e desconforto sempre que esses animais pisam no chão. Além disso, embora seja um problema raro, algumas raças de gato podem ser mais afetadas por esse problema, como é o caso do Maine Coon, Himalaia e Persa. Para entender um pouco mais sobre essa doença que atinge os ossos de um gato, conversamos com o médico veterinário Felipe Ramires, da cidade de Guarujá - São Paulo. Veja só o que ele nos contou!

Afinal, o que é a displasia coxofemoral em gatos?

Segundo o veterinário, a displasia coxofemoral é uma condição na qual a cabeça do fêmur (osso da perna) não se encaixa perfeitamente em uma área da pelve, chamada de acetábulo. Isso acaba provocando um deslizamento do fêmur durante qualquer movimentação que o animal fizer, o que, por sua vez, pode ocasionar uma inflamação bastante incômoda e dolorosa nos ossos de gato. De acordo com Felipe, a condição pode estar relacionada ao fator genético, mas também tem como uma de suas principais causas o ambiente em que o animal vive. Felinos que vivem em locais com o piso extremamente liso ou mau nivelado estão mais propensos ao desenvolvimento da displasia coxofemoral em gatos. “Sabe-se também que o excesso de exercício físico também causa uma fadiga muscular, o que pode provocar o desenvolvimento da doença nos felinos”, alerta.

Gato com dor e mancando pode ser displasia coxofemoral

Quem convive com um gato sabe bem como esses animais têm uma grande dificuldade em demonstrar quando estão com algum problema de saúde e nem sempre é fácil perceber quando eles sentem dor. No entanto, quando se trata da displasia coxofemoral em gatos, os sinais são um pouco mais evidentes. “O tutor vai perceber que o animal está mancando, com dor e dificuldade de se locomover. Em alguns casos, pode até mesmo pode causar o desuso da perninha afetada, pois o animal deixa de apoiar o membro no chão de tanta dor que ele sente”, conta Felipe. A dor, inclusive, pode provocar certas mudanças de comportamento do gato, de forma que os felinos tendem a ficar ainda mais quietinhos e em um cantinho isolado. Mesmo os bichanos que são mais carinhosos podem acabar fugindo dos carinhos do seu tutor, evitando ficar no colo e se tornando mais apáticos. Além disso, o veterinário também ressalta que, em casos mais graves, o gatinho pode começar a adotar um andar “rebolado”.

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Gato Himalaia em destaque
Displasia coxofemoral em gatos: raça Himalaia é uma das mais afetadas

 

Displasia coxofemoral em gatos: tratamento pode ser com remédios ou cirurgia

 

O ideal é que, ao suspeitar da doença, o tutor procure um médico veterinário o quanto antes. Só assim será possível realizar o diagnóstico por meio de radiografias da pelve e, posteriormente, dar início ao tratamento, conforme Felipe indica. Segundo ele, o tratamento pode ser de dois tipos: cirúrgico, em que a cabeça do fêmur é fixada no coxal do gato; ou clínico, em casos onde a cabeça do fêmur está muito debilitada e não há a possibilidade do encaixe novamente. Nesse caso, devem ser prescritos vários medicamentos para melhorar a qualidade de vida do animal. Remédio para gato com dor, como analgésico e anti-inflamatório, pode começar a fazer parte da rotina do seu amiguinho, mas vale destacar que o tratamento deve ser indicado e acompanhado exclusivamente por um médico veterinário. A automedicação do seu pet é um erro, e pode acabar prejudicando a saúde do bichano. Por isso, sempre recorra a um especialista antes de tomar qualquer atitude envolvendo o organismo do seu gatinho.

Fique de olho em alguns cuidados para prevenir a displasia coxofemoral em gatos!

Evitar esse problema é mais simples do que parece: basta ter certos cuidados com o ambiente em que o gatinho fica. A principal dica de Felipe é a mudança de pisos que sejam extremamente lisos (e, consequentemente, escorregadios para os felinos) para pisos antiderrapantes. Se isso não for possível, a colocação de tapetes no local já ajuda: assim, o gato não precisa forçar tanto o fêmur para se deslocar no local, e não ocasiona na displasia coxofemoral. “Também deve-se evitar que o animal seja exposto a exercícios físicos muito intensos ou que ele tenha que subir moinhos com frequência, porque isso acaba forçando os membros”,  orienta.

Redação: Juliana Melo

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