Comportamento animal

Ansiedade de separação: cachorro precisa de cuidados na volta do tutor ao trabalho presencial?

Publicado - 26 Abril 2022 - 15h42

Atualizado - 18 Maio 2024 - 12h26

Foto da Renata Bloomfield - Médica Veterinária Etologista Clínica

Renata Bloomfield / Médica Veterinária Etologista Clínica

CRMV: 12084-RJ

Formada em Medicina veterinária na Universidade Estácio de Sá (UNESA) Pós-graduando em Etologia Clínica pela Qualittas.

Foto da Maria Luísa Pimenta - Redatora

Maria Luísa Pimenta / Redatora

Jornalista formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Falar sobre cães e gatos é algo que sempre me encantou, já que desde pequena tenho um grande apego por bichinhos. Nunca tive a oportunidade de cuidar de um animal de estimação, mas ter um cachorrinho vira-lata como meu melhor amigo de quatro patas sempre foi meu sonho. Enquanto ainda não adoto meu pet (o que espero acontecer em breve), vivo visitando amigos que têm cães e gatos para brincar, fazer carinho e me divertir com eles.

Meu primeiro estágio em Jornalismo foi no Patas da Casa, em 2021. Fiquei muito feliz com a oportunidade de falar mais sobre o universo pet que tanto me encanta. Em 2024, voltei para esse lindo projeto como redatora. Desde então, continuo aprendendo mais a cada dia sobre esses pequenos animais que podem fazer toda a diferença na nossa vida.

- Filme com animal preferido: "Perdido pra Cachorro"
- Uma raça de cachorro: Vira-lata
- Uma raça de gato: Siamês
- A curiosidade favorita sobre cachorros: O olfato canino é 100 mil vezes mais apurado que o dos humanos e o cachorro consegue sentir quando o dono está doente.
- A curiosidade favorita sobre gatos: Gatos conseguem enxergar no escuro e possuem uma visão periférica muito mais ampla que a dos humanos.
- Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Saúde e comportamento pet
- Um aprendizado: A adoção de um cachorro ou gato pode trazer inúmeros benefícios para a saúde física e mental, sendo assim uma grande fonte de felicidade para qualquer pessoa.
- Nome de pet favorito: Zeca

A ansiedade de separação é um transtorno psicológico que pode acometer o cachorro a qualquer momento. O quadro é marcado por consequências físicas, mentais e comportamentais. Durante a quarentena na pandemia, tornou-se ainda mais comum o diagnóstico de ansiedade de separação em cachorro. Com a volta do tutor ao trabalho presencial, o pet pode sofrer bastante, que pode resultar em comportamentos destrutivos e compulsivos. O Patas da Casa conversou com a veterinária comportamentalista Renata Bloomfield e o adestrador de animais Renan Berçot. Eles explicaram os efeitos da ansiedade de separação em cães e deram dicas de como diminuir a ansiedade do cachorro de maneira saudável para o pet. Confira!

Cachorro com ansiedade de separação: como identificar?

Um cachorro com ansiedade de separação apresenta sinais típicos de ansiedade. A comportamentalista Renata Bloomfield explica que ansiedade de separação e problema de separação são coisas diferentes: “Nem sempre é uma ansiedade. Às vezes é só o fato do cachorro não saber ficar sozinho, e aí temos que ensiná-lo”. Se desenvolver a ansiedade por separação, cachorro vai apresentar sintomas psicológicos e físicos. “Quer ir mais ao banheiro (para xixi e cocô), entra em uma crise de ansiedade, quer sair e fugir daquele lugar, acaba cavando muita porta, vocalizando demais e pedindo ajuda”.

A ansiedade de separação em cães causa comportamentos que podem ser vistos como má educação, mas são apenas consequências do cachorro estressado. “Se você vir que o cachorro destruiu algum objeto seu ou fez xixi e cocô pela casa toda, não é birra: é ansiedade. É a sua fisiologia respondendo a um quadro de estresse porque ficou sozinho em casa e não sabe lidar com isso”, esclarece a especialista.

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Ansiedade de separação: cachorro adotado na quarentena apresenta mais dificuldade ainda

No home office, pais e mães de pet trabalham ao lado dos bichinhos, criando uma rotina de forte proximidade com os pets. Qualquer readaptação pode ser complicada. Quando se trata de um cachorro adotado durante a quarentena é ainda mais difícil. "São cães que nunca estiveram de fato sozinhos por um período relativamente longo”, explica Renata. Mas ela ressalta que isso não significa que só eles desenvolvem ansiedade de separação. Cachorro mais velho e com mais vivência também pode sofrer para se readaptar a ficar longe do tutor. O adestrador Renan Berçot diz que passar muito tempo na presença de pessoas faz com que o animal veja os momentos sozinho como algo horrível: “O que acontece muito - e na pandemia se potencializou - é que o cão acaba ficando o tempo todo com as pessoas e quase nunca (ou nunca) fica sozinho e, quando fica, sofre com a ausência”.

Enriquecimento ambiental é fundamental na hora de diminuir a ansiedade do cachorro

Para saber como diminuir a ansiedade do cachorro, é preciso ter paciência. A readaptação leva tempo e não pode ser feita de um dia para o outro. O primeiro passo para tratar o cachorro com ansiedade é enriquecer o ambiente para fazer o pet se sentir seguro mesmo sem a presença do dono. “A gente tem que fazer um manejo ambiental, deixar a casa mais confortável para o animal e mostrar para ele que é seguro ficar sozinho (não só nesse ambiente, mas também longe da família) e que nada vai acontecer com ele”, orienta Renata.

O cuidado com o cachorro com ansiedade pode começar com o tutor ainda em casa

Com algumas medidas, é possível fazer um enriquecimento ambiental para cachorro que ajude no tratamento da ansiedade de separação. O animal deve entender que ficar sozinho não é algo ruim e esse processo pode começar a ser feito quando o dono ainda está dentro de casa, como explica Renan Berçot: “Com o tutor trabalhando em casa, ele já pode ir deixando o cão em outro cômodo da casa em pequenos momentos de início e fazer com que esses momentos sejam muito prazerosos para o animal. Assim ele vai associar que ficar sozinho pode ser legal.” 

 

Cãozinho olhando pela janela para o lado de fora de casa
Ansiedade de separação: cachorro fica deprimido e apresenta mudanças comportamentais

 

Brinquedos interativos ajudam o cachorro com ansiedade 

O cachorro com ansiedade precisa ver sua casa como um ambiente de segurança, conforto e diversão. Alguns acessórios ajudam nesse processo, como os brinquedos interativos para cachorro. “Aqueles que podem ser recheados são muito úteis. O cachorro pode se alimentar só com comida nos brinquedos e em algum lugar sozinho para estimular essa independência. Esses brinquedos fazem com que o cão passe mais tempo se alimentando, gastando assim mais tempo em uma função que traz bem-estar, como a simulação de caça (relaxamento físico e mental e ainda associação positiva ao ficar sozinho)”, explica Renan. 

Remédio para ansiedade por separação: cachorro pode precisar de medicação

Em alguns casos, a medicação ajuda a tratar a ansiedade de separação em cães, pois diminui a resposta fisiológica ao estresse. Porém, exige um cuidado, conforme orienta Renata: “A medicação ajuda muito nos casos em que você fez um manejo ambiental e, mesmo assim, o cão não consegue interagir com o enriquecimento." Se você deixou um brinquedinho de morder para o cão e, ao voltar para casa, percebeu que está mordido, é um sinal de que, provavelmente, apenas o manejo será suficiente. Além disso, Renata ressalta que consultar um veterinário comportamental é fundamental, pois só ele saberá indicar o tratamento ideal.

Ansiedade de separação: cachorro e tutor sofrem juntos com a distância

Não é só o animal de estimação que sofre com a separação. Durante a quarentena, o tutor passou a ter seu melhor amigo ao lado desde o momento de acordar até dormir. Por isso, voltar ao trabalho presencial também é um momento complicado para o dono. Assim como o cachorro com ansiedade precisa de uma readaptação, o tutor também vai precisar. “Dentro da questão do tutor, é bom que ele faça o melhor que puder e não fique se culpando. Buscar informação é primordial para o bem-estar da família no geral”, orienta Renan.

Como evitar um cachorro com ansiedade de separação?

O cachorro com ansiedade de separação provavelmente vai sofrer nos primeiros dias em que o tutor voltar ao trabalho presencial. Porém, o problema vai se amenizando se houver o manejo correto. O que o tutor deve entender é que se trata de um processo gradual e que o tempo até ficar bem sozinho varia para cada cachorro. Ansiedade de separação também pode voltar, inclusive, se o cachorro não continuar sendo estimulado. Por isso, mesmo que o pet esteja se adaptando à nova rotina, é importante manter os cuidados para evitar a ansiedade. “A principal questão seria o animal ter um rotina saudável, com atividades diárias voltadas para cada indivíduo dentro das necessidades da espécie e que ele aprenda que ficar sozinho faz parte do cotidiano, mesmo que tenha pessoas na casa o tempo todo”, finaliza Renan.

Redação: Maria Luísa Pimenta

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