Saúde de gato

Insuficiência renal em gatos: a eutanásia é indicada em algum estágio da doença?

Publicado - 06 Março 2023 - 16h19

Atualizado - 28 Junho 2024 - 11h48

A insuficiência renal em gatos é uma doença bastante perigosa que, além de deixar o bichano extremamente fragilizado, não tem cura. Os rins do gato vai perdendo as funções aos poucos, demandando tratamento pelo resto da vida. Inevitavelmente, os sintomas de fase terminal de insuficiência renal em gatos vão se tornando cada vez mais debilitantes. É aí que entra um dos questionamentos mais difíceis que existem: a eutanásia animal pode ser indicada em algum estágio da doença? O Patas da Casa te responde essa pergunta e explica com mais detalhes como o bichano fica nos momentos finais da insuficiência renal e o que a medicina veterinária diz sobre a eutanásia.

Entenda o que é a insuficiência renal em gatos

A insuficiência renal felina ocorre quando os dois rins do animal são comprometidos e, consequentemente, perdem toda a produtividade. Os rins são os órgãos responsáveis pela filtragem do sangue. Quando os néfrons (células renais) vão morrendo e não conseguem ser substituídos, todo o organismo do animal sofre. A insuficiência renal em gatos pode ser do tipo aguda (acontece de forma súbita e o rim vai deixando de funcionar rapidamente) ou do tipo crônica (começa a aparecer aos poucos e o rim perde suas funções lentamente). Trata-se de uma doença irreversível, sem possibilidade de cura. Porém, existem tratamentos que melhoram o bem-estar do animal e aumentam a expectativa de vida, como mudança da dieta para a ração renal para gatos, administração de vitaminas, fluidoterapia e, em casos mais avançados, hemodiálise.

Gato com insuficiência renal sente dor? Entenda o que a doença causa no animal

Os sintomas da insuficiência renal em gatos são silenciosos na fase inicial e esse é um dos grandes perigos da doença. Como os sinais demoram a aparecer, muitos tutores só descobrem essa condição quando ela já está em estágios mais avançados. Por isso, é tão importante ficar bem atento a determinados comportamentos do pet. Alguns dos sintomas mais comuns são: aumento da ingestão de água, perda de apetite, hálito urêmico (forte cheiro de acetona por causa da ureia alta), enjoo, vômito e letargia. Infelizmente, o gato com insuficiência renal sente dor.

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Sintomas de fase terminal de insuficiência renal em gatos são mais debilitantes

O tratamento da insuficiência renal em gatos ajuda bastante no controle da doença. A expectativa de vida de um gato renal depende de muitos fatores, como a resposta do animal ao tratamento, a idade que ele tem e em que momento da doença ela foi descoberta (diagnósticos tardios dificultam a melhora). Conforme o tempo passa, mesmo com o tratamento essa condição pode piorar. Os sintomas de fase terminal de insuficiência renal em gatos são basicamente os mesmos, mas em níveis mais preocupantes. Os enjoos aumentam bastante e a perda de peso vai se tornando cada vez mais evidente, fazendo com que o pet apresente graves déficits nutricionais, já que se alimenta bem menos. Além disso, o gato com insuficiência renal sente dor em uma escala maior e o seu estado apático piora.

insuficiência renal em gatos: gato deitado na cama
Os sintomas de fase terminal de insuficiência renal em gatos deixam o animal muito fragilizado

Insuficiência renal: eutanásia pode ser indicada em casos graves?

Na fase terminal da insuficiência renal, é muito difícil para o gatinho viver com conforto. Além disso, também é muito difícil para o tutor ver seu bichinho nessa situação. É nesse momento que surge a dúvida: a eutanásia pode ser indicada nos estágios mais graves da doença? Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CMV), a eutanásia em animais pode ser indicada em situações onde não há possibilidade de cura e a qualidade de vida do animal está comprometida. Isso acontece em situações onde a doença não é mais controlada utilizando analgésicos, sedativos e outros tipos de tratamentos paliativos. Portanto, nos estágios finais da insuficiência renal em gatos, eutanásia pode sim ser indicada se o caso do animal se enquadrar nessa definição do CMV.

A eutanásia sempre deve ser a última solução possível para um animal. Apenas o médico veterinário pode indicar o procedimento e o tutor deve decidir se acata ou não essa possibilidade. Caso o dono não queira realizar o procedimento, os cuidados paliativos vão se manter pelo tempo que for necessário. O tutor precisa pensar muito bem antes de tomar uma decisão e deve tirar todas as dúvidas que tiver. Ele pode pedir também a avaliação de outro médico veterinário para confirmar se a eutanásia é realmente indicada. O processo só pode ser realizado com a autorização do tutor.

Como é realizada a eutanásia em gatos?

O gato não sente dor durante a eutanásia. Primeiro, o médico aplica uma anestesia no gato. Com o gato inconsciente, o veterinário aplica a injeção intravenosa que atua rapidamente. Assim, a eutanásia é finalizada de forma totalmente indolor. O especialista fica monitorando a frequência cardíaca do gato o tempo inteiro para garantir que tudo ocorra da forma mais pacífica possível para ele.

O que fazer após a eutanásia?

Sem dúvidas, optar pela eutanásia não é fácil. Trata-se de uma escolha delicada e que requer muita reflexão. Porém, a eutanásia pode ser a melhor escolha para um pet que está sofrendo muito em vida. Mesmo tendo isso em mente, é inevitável se sentir mal com essa decisão. Portanto, após a morte do seu bichano, não esconda seus sentimentos e nem se reprima por suas escolhas. Você acompanhou a luta contra a insuficiência renal em gatos (ou qualquer outra doença que levou o pet ao estágio final) e sabe que fez de tudo para vê-lo bem. O luto pela perda de um animal de estimação é doloroso, mas tente pensar nos momentos positivos que viveram juntos. Além disso, procure falar sobre o seu gatinho com pessoas que você ama, pois desabafar é uma ótima maneira de se livrar de todo o peso e tristeza da perda.

Redação: Maria Luísa Pimenta

Edição: Luana Lopes

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