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Esporotricose em gatos: conheça mais sobre essa doença grave que pode atingir os felinos

Publicado - 12 Agosto 2021 - 18h40

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

esporotricose em gatos é uma das doenças mais graves que podem atingir os felinos. Ela evolui rapidamente para a fase disseminada, causando sérios riscos à vida do gatinho. Provocada por um fungo presente em vegetações, a esporotricose felina tem como principais sintomas ferida no nariz do gato e em toda sua pele. Apesar da complexidade, a esporotricose tem cura com um tratamento específico. Alguns cuidados especiais no dia a dia ainda podem ajudar a prevenir a doença de gato esporotricose. Nós conversamos com o médico veterinário Frederico Lima, do Rio de Janeiro, para saber mais sobre a doença.

O que é esporotricose em gatos e como ocorre a transmissão?

Muitas pessoas já ouviram falar mas não sabem bem o que é esporotricose em gatos. É uma doença grave causada por um fungo do gênero Sporothrix. Ele gosta de ficar em áreas de maior concentração de matéria orgânica. Por isso, a presença do bichano nesses locais é a principal maneira de contágio da doença do gato esporotricose: “O contato dos gatos com matéria orgânica, como árvores e flores, é uma das principais formas de contrair a doença, assim como mordidas ou arranhões de um gato com esporotricose”, explica o veterinário.

O fungo causador da esporotricose em gatos entra no animal a partir de feridas presentes na pele. Portanto, a transmissão costuma ocorrer quando o animal tem alguma lesão e entra em contato com o fungo, geralmente nesses locais de maior vegetação. A esporotricose felina é considerada uma zoonose, ou seja, o gato pode passá-la para humanos. Normalmente, gato contaminado passa a esporotricose por meio de arranhões ou mordidas

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Quais são as fases de desenvolvimento da esporotricose felina?

Geralmente, a esporotricose felina começa com algumas lesões na pele. Com o tempo, outros sinais no corpo começam a aparecer, marcando o agravamento da doença. Assim, podemos separar algumas fases de acordo com a gravidade dos problemas que o gato com esporotricose apresenta:

  • Fase localizada (fase inicial): esporotricose felina costuma começar com alguns machucados na pele. “A doença se manifesta com pequenas lesões de pele, como feridas mesmo, chamadas de úlceras”, explica o veterinário. 
  • Fase linfática: conforme vai se agravando, as lesões passam a não afetar apenas a parte externa da pele, mas também o sistema linfático
  • Fase disseminada: essa é a fase mais severa da doença. “O gatinho tem lesões por toda pele, além do abaulamento do nariz, que chamamos de nariz de palhaço. Nesse caso, o gato terá secreção nasal, diminuição de apetite, emagrecimento e outros sinais. Essa forma da doença, chamada de disseminada, costuma ser fatal”, afirma o especialista. 

Ferida no nariz do gato é um dos principais sinais da esporotricose felina

Os sintomas da esporotricose felina são muito perceptíveis pois afetam principalmente a pele do animal, sendo assim bem visíveis. O machucado no nariz do gato, por exemplo, é um dos sinais mais marcantes da doença - muitas vezes chamada, inclusive, de “doença que dá no nariz do gato”. Lesões em toda a pele que não saram e podem ser tornar úlceras graves também estão entre os sintomas mais comuns da esporotricose felina. Fotos da doença ajudam a entender como esses machucados se manifestam no animal. Fique atento a qualquer sinal ou comportamento que possa indicar a esporotricose em gatos e siga para o veterinário o quanto antes. Veja os sintomas mais comuns:

  • Abscessos

  • Ferida no nariz do gato

  • Feridas leves

  • Caroços

  • Úlceras

  • Secreções

  • Anorexia

  • Apatia

  • Dificuldade de respirar

  • Febre

 

Esporotricose em gatos: imagens! Esporotricose em gatos: imagens mostram como a doença inicia com feridas leves progridem rapidamente. Doença de gato esporotricose: fotos ressaltam a rapidez com que as lesões se disseminam Nariz de palhaço: gato com esporotricose sofre com feridas na região que recebem esse nome Esporotricose felina: a doença pode ser irreversível sem o tratamento rápido e eficiente

 

Esporotricose tem cura?

 

Apesar de ser uma doença grave, que deixa o gato com nariz inchado e toda a pele lesionada, há uma boa notícia: a esporotricose tem cura. O veterinário explica que a maioria dos casos conseguem ser curados, apesar de ainda haver o risco de o pet não resistir. “Hoje nós [veterinários], na nossa rotina clínica, conseguimos a cura da maioria dos pacientes. É claro que o animal que chega muito debilitado nem sempre consegue vencer o tratamento, mas conseguimos reverter a maioria dos quadros da doença. A esporotricose felina pode levar a óbito, principalmente em gatos que são tratados tardiamente ou, ainda, de forma incorreta, sem acompanhamento de um médico veterinário”, explica.

Por isso, o tratamento da doença de gato que causa feridas no corpo precisa ser seguido à risca. Ele consiste principalmente na aplicação de remédios antifúngicos. Eles são a melhor maneira de como tratar ferida no nariz do gato corretamente, além das outras causadas pela esporotricose na pata do gato e em toda a extensão da pele. Mas Frederico afirma que em alguns casos podem ser necessárias terapias específicas, dependendo do estado físico do animal. “Quem vai determinar o melhor tratamento é o médico veterinário durante a consulta e avaliação”, ressalta o veterinário. 

Como prevenir a esporotricose felina?

A melhor maneira de manter seu bichano livre da esporotricose felina é com prevenção. Como a doença geralmente é contraída em ambientes abertos de matéria orgânica, é fundamental impedir o acesso dele a esses locais. “A principal forma de prevenir a esporotricose é manter o gatinho dentro de casa para não ter contato com felinos contaminados pela doença”, explica o especialista. Por isso, a castração do gato é uma ótima medida protetiva, já que diminui as fugas do animal. A prevenção da esporotricose em gatos é ainda mais importante por se tratar de uma zoonose. É preciso muito cuidado para que a doença não passe para uma pessoa: “A melhor forma de se evitar o contágio é usar luvas quando se deparar com um gatinho infectado ou tiver que tratar o próprio felino. É importante também ter uma boa higiene do ambiente, usando cloro para a limpeza do local. Por último, é necessário tentar administrar os medicamentos de uma forma mais segura, como junto ao alimento, para evitar a contaminação do tutor”, explica o especialista.

Caso possua mais de um animal de estimação, é necessário que o gato infectado com esporotricose felina fique isolado em um ambiente separado. Se o bichano vier a óbito, Doutor Frederico lembra que é preciso cremar, não enterrar: “ao ser enterrado, o solo também será contaminado, uma vez que o fungo vive em matéria orgânica. Isso seria uma fonte de infecção para novos gatos, que podem ter contato com essa terra contaminada ao cavarem o local. A segunda medida é limpar bem o ambiente para eliminar os fungos. Uma maneira eficaz é com o uso de cloro diluído”, explica o veterinário.

Redação: Júlia Cruz e Maria Luísa Pimenta

Publicada originalmente em: 28/10/2019

Atualizada em: 12/08/2021

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