Você sabe o que é um gato ou cachorro criptorquida? O criptorquidismo em cães e gatinhos é uma condição reprodutiva que acontece quando um ou os dois testículos não descem da forma que deveriam. O resultado são alterações anatômicas e de saúde, além de mudanças na reprodução. O criptorquidismo em cães é mais frequente que o criptorquidismo em gatos, apesar de ser pouco conhecido nas duas espécies. O Patas da Casa conversou com a médica veterinária Raquel Rezende, que tirou todas dúvidas sobre o criptorquidismo. Confira!

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O que é criptorquidismo em cães e gatos?

O criptorquidismo em cães ou gatos é uma alteração anatômica e reprodutiva. A condição acontece quando um ou os dois testículos não descem até o escroto. Logo após o nascimento, é normal que o tutor não consiga visualizar os testículos do filhote. “O animal nasce com os testículos na região do abdome e, ao longo dos meses, eles se deslocam para a bolsa escrotal”, explica Raquel. Normalmente, esse processo natural ocorre até os seis meses de idade nos cães, enquanto nos gatos acontece a partir dos cinco dias de vida. Depois desse tempo, passamos a perceber a presença dos testículos.

Um gato ou cão criptorquida, porém, não vai passar por esse processo. Então, um ou os dois de seus testículos continuam “presos”. Por isso, Raquel explica que o criptorquidismo em gatos ou cães é caracterizado como a ausência de um ou dois testículos na bolsa escrotal. Se apenas um testículo de gato ou cachorro não descer, temos um criptorquidismo unilateral. Já se o deslocamento não ocorrer em nenhum testículo, cachorro ou gato tem criptorquidismo bilateral.

A causa do criptorquidismo em gatos e cães é genética

Acredita-se que o criptorquidismo em cães e gatos tenha origem congênita. “Devido a uma alteração hereditária, o deslocamento não ocorre da forma correta”, explica a especialista. Um gene passado de pai para filho é o responsável por causar o criptorquidismo. Cachorro ou gato macho é quem vai manifestar a condição, já que o testículo é um órgão presente apenas neles. Porém, mesmo que as fêmeas não tenham testículos e, consequentemente, não sofram com a doença, podem portar o gene e transmiti-lo para as futuras gerações. Raquel ressalta ainda que o criptorquidismo em gatos e o criptorquidismo em cães acontecem da mesma maneira. Nos bichanos, porém, a condição é mais rara.

Criptorquidismo: cachorro e gato com a condição tem predisposição a tumores no testículo

O criptorquidismo em cães e gatos é perigoso pois causa algumas alterações no corpo do animal e favorece o aparecimento de certas doenças. Essa condição aumenta muito as chances de se desenvolver um tumor chamado neoplasia testicular nos testículos de gato ou cão. Vale ressaltar que um gato ou cão criptorquida bilateral é sempre estéril. Já um gato ou cão criptorquida unilateral ainda pode se reproduzir, uma vez que a produção de espermatozoides se mantém (apesar de ser em menor quantidade).

 

O criptorquidismo em gatos e cães é uma doença genética e por isso não é indicado reproduzir animais com o gene

O criptorquidismo em gatos e cães é uma doença genética e por isso não é indicado reproduzir animais com o gene

 

 

O gato e o cachorro criptorquida podem manifestar sintomas físicos e comportamentais

 

O sinal mais nítido de criptorquidismo é a ausência dos testículos de gato e cachorro visualmente, já que estão retidos. Porém, o cão com essa alteração também pode apresentar outras manifestações físicas ou comportamentais que ajudam a identificar a condição. “Existem vários sintomas associados ao criptorquidismo, como esterilidade, distúrbios de comportamento, aumento de sensibilidade local, dermatopatias, alterações neoplásicas dos testículos, entre outros”, enumera a especialista. Mas vale ressaltar que nem sempre todos esses sintomas vão aparecer. O diagnóstico de criptorquidismo em gatos e cães é normalmente alcançado através de uma avaliação visual, análise do histórico do paciente e ultrassonografia para melhor visualização do órgão.

Tratamento do criptorquidismo: cães e gatos com a condição devem ser castrados e passar por cirurgia 

É muito importante ressaltar que não é indicado reproduzir animais com o gene para o criptorquidismo. Cães e gatos com essa alteração vão acabar passando para as futuras gerações, uma vez que a doença é hereditária. Assim, a procriação só vai permitir que mais animais nasçam com essa condição. O ideal é realizar a castração de cachorros e gatos portadores de criptorquidismo. Além da castração, outro tratamento indicado para criptorquidismo em cães e gatos é a cirurgia de remoção testicular. 

“O tratamento de escolha é a orquiectomia bilateral (retirada dos dois testículos de forma cirúrgica) a fim de reduzir as chances do desenvolvimento de neoplasias testiculares e a possibilidade de transmissão genética do problema”, explica a especialista. Se o testículo de gato ou cão estiver retido no tecido subcutâneo próximo ao pênis ou na região inguinal, a cirurgia costuma ser bem simples. Já se os testículos do gato ou cachorro estiverem “presos” na cavidade abdominal, o procedimento pode ser mais complicado pois é um local de difícil acesso. Em todo caso, a castração e a cirurgia são altamente recomendadas. 

Redação: Maria Luísa Pimenta