1) Cachorro de grande porte costuma ser, naturalmente, mais protetor. Nem todo cachorrão tem esse instinto super apurado, mas sabemos que todo aquele tamanho intimida qualquer um, né? Ou seja, ter um cachorro de porte grande dentro de casa vai deixá-la mais protegida no dia a dia.

2) É verdade que cachorro de grande porte precisa de mais espaço para viver com conforto. Mas você sabia que algumas raças de cachorro para apartamentos são de grande porte? Labrador, Golden Retriever e Vira-Latas grandesão alguns exemplos de cães maiores que conseguem se adaptar bem a qualquer espaço. Claro que você precisará de uma boa rotina de exercícios e oferecer produtos (como camas, brinquedos e coleiras) de acordo com seu tamanho. Mas saiba que, com os cuidados certos, é possível escolher cachorros para adotar de porte grande mesmo que você viva em um apartamento.

3) No geral, cachorro de porte grande costuma ter uma personalidade mais dócil e afetuosa que os cães pequenos. O tamanho grande geralmente engana e esconde um jeitinho apegado à família e muito carinhoso. A mesma surpresa pode acontecer com cães pequenos que, por mais fofinhos que sejam, muitas vezes tem a personalidade bem forte. O temperamento de um animal é algo muito pessoal, então cada um pode ter um jeito diferente. Porém, geralmente, a maioria das raças de cachorro de grande porte são mais calmas.

4) É comum pensar que pets menores estão entre as melhores raças de cachorro para crianças. No caso de crianças mais calmas e tranquilas, realmente é melhor optar por cães menores. Mas você sabia que no caso das mais agitadas o cachorro de grande porte é mais adequado? Isso acontece porque os cães maiores são mais resistentes a certas brincadeiras e comportamentos infantis. Normalmente, conseguem se divertir e proteger a criança ao mesmo tempo, sendo assim vantajoso para todos. Apenas se lembre de supervisionar a criança com cachorro, seja ele do tamanho que for.

Mariana decidiu adotar um cachorro de grande porte tetraplégico

Para a médica veterinária Mariana Cardoso e sua família, não importa em qual situação o animal esteja. Quando é para acontecer, eles vão lá e adotam. O Valentim era um cão da raça Weimaraner que já tinha 10 anos quando foi levado para uma casa nova. Ele era tetraplégico e tinha síndrome de Wobbler. Seu antigo dono o abandonou com a desculpa de que ele “estava velho e não servia para nada”. Então, uma ONG o resgatou e começou a dar os cuidados necessários. “Essa ONG resgatou o animal dando lar temporário e o levaram para uma clínica (que não era a que eu trabalhava na época). Chegaram a fazer cirurgia para tentar reverter, mas não conseguiram e ele não andava mesmo. Ele não tinha firmeza em nenhum membro”, relembra Mariana. Um dia, levaram o cachorro de grande porte até a clínica que Mariana trabalhava para ficar hospedado e logo ela se apaixonou. 

Valentim ficou com eles do fim de 2018 até o final de 2020, sempre recebendo muito cuidado e amor. “Ele fazia acupuntura canina para ficar mais confortável e os membros não atrofiarem. Era cheio de charme, muito bonzinho, mas também dava um trabalho! Tinha que tomar banho toda semana e teve uma época que tive que dar banho todo dia. Quando ele ficava doente e tinha diarreia ou fazia xixi, ele não gostava de ficar sujo. Era assim: fez xixi, ele latia. Fez cocô, latia. E se demorasse um pouquinho ele tentava sair, ia se arrastando e quando voltava já tinha que dar banho”, conta Mariana. No final das contas, adotar cachorro requer responsabilidade e cuidados, seja ele do tamanho que for. 

Ana Júlia abriu seu coração para o Bob, um cachorro grande SRD

Ana Júlia é estudante de arquitetura e decidiu abrir seu coração - e sua casa - para adotar um cachorro de porte grande. O Bob é um cão sem raça definida de 6 anos que traz muita alegria para o lar. Mesmo com um tamanho de cachorro de grande porte, Ana Júlia não se arrepende nem um pouco da decisão. Pelo contrário - viver com ele só faz com que ela o ame cada dia mais! Ana Júlia já tinha um cachorro que acabou falecendo. Porém, a cachorra da sua vizinha ficou grávida e toda a saga de adotar um cachorro de grande porte começou. Enquanto todos os filhotes conseguiram ser adotados, um sobrou. 

"Como aqui em casa sempre tivemos cachorro e por gostarmos muito de bicho, o adotamos mesmo sabendo que ele era um cachorro de porte grande e que iria crescer muito", contou. Ana confirma que mesmo que adotar cachorro grande traga algumas confusões no dia a dia, no final sempre vale a pena. "Toda dor de cabeça com bagunça ou fuga vale muito. O carinho que ele nos dá, a festa que faz quando chegamos…", complementa. A verdade é que cachorros para adotar de porte grande são sempre cheios de amor e alegria para dar!

Caio é um cão da raça Fila Brasileiro adotado na fase adulta

 

Já deu para perceber que a família de Mariana Cardoso é fã de adotar cachorro. Para eles, o critério na hora de escolher cachorros para adotar não é tamanho ou idade, mas sim a conexão. Eles já tiveram o  Thor, o Toquinho, o Theo e o Snoopy, um cão sem raça definida com mistura de Beagle que vive com eles até hoje. O Valentim não foi o único cachorro de porte grande da família. Um deles foi o Caio, um cachorro de porte grande da raça Fila Brasileiro. Tudo começou quando o pai de Mariana estava em uma entidade de proteção animal e viu um cão grande chegando com os bombeiros. Todo mundo foi se afastando e ficando até com medo, mas o que o pai de Mariana sentiu foi amor à primeira vista.

Uma ou duas semanas depois, toda a família já queria adotar cachorro Caio, mas o animal estava bastante debilitado. “Ele estava muito magrinho, com doença do carrapato e pneumonia. Mas meu pai assinou o termo de responsabilidade e quis adotar mesmo assim. Então, levamos o Caio para casa. Meu pai até ficou se perguntando 'será que eu fiz certo?'. Mas então, o Caio ficou com a gente durante 11 anos”, contou Mariana. 

Se muitas pessoas já acham que cachorro de porte grande dá trabalho, imagina um cachorro de porte grande adulto? Porém, Mariana conta que ao longo de todos esses 11 anos que viveram juntos, o animal foi um membro especial da família, próximo de todos e bastante apegado. Caio era uma ótima companhia e, como todo cachorro de grande porte, era um ótimo protetor. “Ele era apaixonado pelo meu pai e se dava com todo mundo lá em casa. Era um cachorro muito bom, o defensor da casa. A gente não o pegou para esse fim, mas com a gente ele era um amor”, conta.

Redação: Maria Luísa Pimenta